segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O futuro está aí a chegar: Nissan Leaf

Foi ontem desvendado o primeiro automóvel eléctrico franco-nipónico (nada de híbridos e pilhas duracel...) pronto a ser produzido em larga escala.
Estou a falar do projecto da Renault/Nissan que começa por dar os primeiros passos sob forma de uma berlina compacta de design fluído baptizada... Nissan Leaf.
A versão ontem apresentada é ainda um concept-car pronto a ser exibido em grandes salões e exposições, mas não anda muito longe daquilo a que o consumidor e comum-mortal poderá aceder apartir de 2011.

O Leaf é um automóvel do segmento médio (Golf, Focus, Mégane, 308, Astra...), medindo 4,45 m de comprimento (mais 25 do que um Golf), 1,77 m de largura, 1,55 m de altura (mais 10 cm do que a média do segmento) e distância entre-eixos de 2,7 m.

Pode transportar 5 pessoas e é movido por um motor eléctrico alimentado por um conjunto de baterias de iões de lítio que fornece 80 kW de potência e que pode até ser carregada através de uma tomada de 200 V - das que temos em casa (demorando aí cerca de 8 horas a carregar) ou através de carregamentos rápidos em postos específicos. As baterias e o motor estão instalados sob o piso do carro, ao invés da colocação na dianteira ou na traseira do veículo.

Segundo a Nissan, as principais características deste projecto são:
1) Preço acessível (prêve-se que custe apenas ligeiramente mais do que um Nissan Tiida ou um Renault Mégane com potência equivalente);
2) Emissão de gases poluentes... zero (é um eléctrico!);
3) Design distinto;
4) Autonomia de 160 km;
5) Connected Mobility: sistema inteligente de transporte e condução.

Para quem não se recorda, o actual Primeiro-Ministro assinou um acordo com a Renault/Nissan, colocando Portugal na linha da frente da propulsão deste projecto - ao lado de Israel, da Dinamarca, dos EUA e da Espanha - sabendo-se já que serão instalados numa primeira fase mais de uma milhar de postos de abastecimento para este tipo de veículos até ao final de 2010.

Para além disso, foi recentemente confirmado que uma das fábricas que irá produzir os motores para o Nissan Leaf será instalada... em Portugal (só esperemos que não seja um negócio ruinoso do tipo Renault Cacia ou GM Azambuja!...).

O Nissan Leaf segue-se a uma série de outros projectos (na sua maioria, japoneses, claro...) - como o Mitsubishi i-MIEV, o Honda FCX Clarity, entre outros - que visam o impulsionar da indústria dos veículos eléctricos, um pouco contra o impasse alternativo (solução tenporária) dos híbridos ou dos veículos a gás natural.

Pessoalmente, aguardo com curiosidade este projecto...












terça-feira, 21 de julho de 2009

Afirma Pereira [com update]



Como se já não fossem suficientes as atrocidades com que somos obrigados a levar nas crónicas jornalísticas, nos blogues e nas intervenções da SIC Notícias, foi decidido que o fabuloso Pacheco Pereira teria agora também direito a um espacinho de opinião no seio do mesmo canal televisivo.

Não há nada de mal nisso. Os programas de opinião têm utilidade pública e existem há muito tempo. O problema começa quando à frente deste pomos alguém como Pacheco Pereira. É mais do que óbvio de que não nutro a mínima simpatia por esta figura (política) e pelas calamidades que costuma cuspir para a esfera pública, envoltas e disfarçadas de sabedoria académica e de bagagem política (que às vezes desconfio estar vazia). Mas antes que me ataquem logo de opções partidárias neste mero post - de opinião! - os que e conhecem, sabem que não tenho qualquer afiliação partidária e nem tenho vínculos afectivos particulares a nenhum dos extremos da entropia política (e muito menos ao centro do linear). Portanto, o argumento do «ser anti-PSD e anti-direita» está excluído.
Pois sim, eu podia estar a escrever sobre as diversas catástrofes naturais que o Dr. Francisco Louçã, Jerónimo Martins (ou até mesmo sobre a actual grande paixão de Pacheco Pereira, Manuela Ferreira Leite) proferem regularmente, mas como foi o novo Ponto Contra Ponto que me beliscou e é aqui que me fixo neste post.

A começar logo logo pela postura típica - sem nunca fugir (porque nisso é exímio e fiel a si mesmo) - à do típico professor universitário, narcísico, arrogante e desinteressante.
A segunda característica que achei engraçada foi o facto de Pacheco Pereira começar por introduzir o formato através de uma espécie de choramingar, de birra por não ter real representatividade política hoje, afirmando que a liberdade nunca esteve tão ameaçada na História recente do País, como actualmente. Aquilo de que se esquece é que mais tempo-de-antena do que era possível, ele não podia ter! E que liberdade essa, tem-na toda, a contar com a orientação ideológica da maior parte dos media onde se expressa, que não difere muito de media para media e que, por sua vez, também não se afasta muito da sua.

Contudo, o mais curioso de tudo é que, as emissões de Ponto Contra Ponto, para além das vingançazinhas pessoais, giram em torno da (pseudo-)crítica e análise a itens jornalísticos. Só é mesmo pena que se fique pelo pseudo, porque para além de análises meio egocentralisadas, não vejo mais nada.
A conclusão a que cheguei é de que, em diversos momentos, Pacheco Pereira opta por analisar... a coesão textual linguística de publicações... Só que alguns dos exemplos que deu não têm qualquer erro ao nível da coesão textual (pelo contrário, só mostra parcialidade na leitura dos artigos e incapacidade de análise superficial), o que é grave por parte de um docente universitário.

Na última emissão, o senhor decidiu começar por falar sobre os comentários de leitores nos sites oficiais de algumas das publicações jornalísticas em Portugal, construíndo a sua opinião através de metáforas pobres e pouco imaginativas. Não teve sequer em conta o facto de não poder avaliar o fenómeno "imprensa na internet" da mesma forma que avalia a imprensa noutro contexto, dadas as singularidades do fenómeno sócio-cultural que a web representa.

Então, qual é a principal ideia que se retém desta... coisa (ainda não sei se lhe deva chamar programa)?
Quem frequentou o ensino superior, de certeza absoluta que se lembra de um professor ou outro que fazia parte da mobília da casa e que, por essa razão, achava-se no direito de exercer a sua falta de auto-estima através da arrogância e da prepotência nas aulas e no âmbito das disciplinas. E quem não se lembra dos professores antigos que, por desleixo, ou por falta de jeito para qualquer actividade, lá tinha que dar umas aulas e leccionava anos e anos, indo para as aulas, na maior parte das vezes, sem um planeamento, uma estrutura programática, dissertando sobre o que bem lhe apetecia naquele dia?
O Ponto Contra Ponto é precisamente isso, com a diferença de que tem telespectadores, em vez de universitários desesperados. Aliás, seja aqui, ou na Quadratura do Círculo, ou noutro contexto, a postura de Pacheco Pereira é sempre essa.

Não há nada de errado com os programas dedicados a espaços de opinião. Mas isto serve para quê? Para além de termos Pacheco Pereira a dissertar negativamente sobre os seus ódios de estimação - mais ou menos como os cronistas da imprensa sensacionalista, não é diferente - não estou a ver qualquer outra utilidade.
A Manuela Moura Guedes também devia ter um espaço de opinião onde ela pudesse aliviar o stress, dizendo os disparates não-jornalísticos que lhe apetecesse, mas não... Temos também de levar com uma actividade lúdica todas as sextas-feiras num canal generalista, em prime time.

Dentro de dias, acrescento aqui o sketch cómico d'Os Contemporâneos do dia 19 de de Julho, sobre esta... coisa. É ilucidativo.

UPDATE: aqui está ele. Enjoy it.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

10 RAZÕES PELAS QUAIS OS GAYS NÃO DEVERIAM NUNCA CASAR (e muito menos adoptar)

A propósito do lançamento do MPI no próximo domingo, já começou de novo a celeuma e o disparar de disparates e de manifestações de ignorância e de medo (pânico) irracional relativamente a esta temática.

Assim sendo, vou transcrever um texto jocoso (em inglês) que encontrei no facebook, gozando e imitando a postura dos indivíduos que mencionei na anterior frase. Riam-se e reflictam sobre isto.

01) Being gay is not natural. Real people always reject unnatural things like eyeglasses, polyester, and air conditioning.

02) Gay marriage will encourage people to be gay, in the same way that hanging around tall people will make you tall.

03) Legalizing gay marriage will open the door to all kinds of crazy behavior. People may even wish to marry their pets because a dog has legal standing and can sign a marriage contract.

04) Straight marriage has been around a long time and hasn't changed at all; women are still property, blacks still can't marry whites, and divorce is still illegal.

05) Straight marriage will be less meaningful if gay marriage were allowed; the sanctity of Britany Spears' 55-hour just-for-fun marriage would be destroyed.

06) Straight marriages are valid because they produce children. Gay couples, infertile couples, and old people shouldn't be allowed to marry because our orphanages aren't full yet, and the world needs more children.

07) Obviously gay parents will raise gay children, since straight parents only raise straight children.

08) Gay marriage is not supported by religion. In a theocracy like ours, the values of one religion are imposed on the entire country. That's why we have only one religion in the country.

09) Children can never succeed without a male and a female role model at home. That's why we as a society expressly forbid single parents to raise children.

10) Gay marriage will change the foundation of society; we could never adapt to new social norms. Just like we haven't adapted to cars, the service-sector economy, or longer life spans.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mamalhoa & Cia.

Para acabar a semana em beleza e entrar no fim-de-semana, deixo uns poucos de vídeos de personificações da soberba Maria Rueff. São simplesmente hilariantes... Disfrutem!

Ana Mamalhoa


Arquivo da RTP


Evangelizar


Couviflor

quinta-feira, 14 de maio de 2009

APLAUSOS! (A)O NOVO PARADIGMA




Foi com imensa satisfação e orgulho que li/vi as notícias relativas à reacção de José António Pinto, Ministro da Cultura, face à lei antipirataria promulgada recentemente em França, que permite sanções e privação da utilização da internet a pessoas que façam downloads ilegais.
Ora, para quem anda desatento, ontem José António Pinto condenou esta lei e afirmou que, num Estado de Direito como Portugal, seria inadmissível que se colocassem "vigias" nas pessoas e que lhes fosse castrado o acesso e o direito à informação (no fundo, para quem não é burro, é o que as suas afirmações significam).

É mais do que óbvio que muito rapidamente vieram logo as Marias Ofendidas [leia-se: chupistas das indústrias audiovisuais e respectivos "advogados de defesa" como o MAPiNET ou a ACAPOR (a AFP e o Tozé Brito também não hão-de tardar - vai uma aposta?) e artistas-paus-mandados, ou artistas que fazem bastante dinheiro com as vendas físicas ou com os contratos pré-estabelecedos que prevêm essas mesmas vendas, cujo panorama no estrangeiro costuma ser exactamente igual] acusar o representante da pasta da Cultura de estar meio ché-ché, de ser ignorante face à situação e tinha que vir o cliché tuguês do «Demita-se!».
O ridículo é atingido quando uma das Marias Ofendidas, a Maria MAPiNET, diz não descartar a hipótese de acusar formalmente o Ministro de incitar a prática criminosa com as suas declarações.

Há uns tempos atrás teci uma analogia que considero que volta a fazer sentido...
Em escalas e contextos completamente distintos, a postura e as afirmações dos chupis... **cough cough** representantes das indústrias audiovisuais é em tudo igual à da Igreja Católica quando confrontada com uma mudança de paradigma tão grande que põe em causa a sua existência institucional.


MUDANÇA DE PARADIGMA

Na minha opinião, esta é a expressão-chave que está na origem desta celeuma e que, determina facilmente quem tem razão e quem não tem.

Gostem os chupistas ou não, foi precisamente isto que aconteceu: uma mudança de paradigma, tão brusca e virulenta que não possível ser prevista nem controlada.

Gostem os chupistas ou não, a internet tornou-se a uma velocidade violenta o media de maior importância cultural a quase todos os níveis da vida social e ALTEROU PARA SEMPRE a forma de acesso à informação. Mais, alterou de forma profunda, formas de contacto humano. Mais ainda... a internet mudou, na civilização da aldeia global, a disposição hierárquica da forma e estruturação de pensamento (todos os que estão a ler esta artigo passaram de encadeamentos ideias na vertical - como os nossos pais e avós - para a disposição de pensamento e de manifestações do intelecto em separadores na horizontal... tal como num computador).

Que marcas é que estas manifestações culturais violentas significam?
Tendo em conta que estamos a falar de cultura (mais especificamente, da sua representação sob forma audiovisual), significa sobretudo que a democratização do acesso à informação - que é o porta-estandarte do projecto global - também mudou para sempre as formas de, não só de acesso, bem como da distribuição, de apresentação, de disposição da cultura e das formas de representação cultural... e até mesmo a forma de manifestação artística, principalmente nos campos que remetem imediatamente para o audiovisual, que é o que está em causa.

Significa ainda que, dada a violência - e virulência - da implementação deste novo paradigma nas sociedades, este processo em marcha NÃO PODE SER PARADO. Para as Marias Ofendidas que ainda não enxergaram: isto significa que não será com a promulgação de leis ofensivas e de carácter opressor e totalitário que vão conseguir pôr travão no combóio. Portanto, essas birras não vão valer de nada.

Os meus aplausos ao Ministro da Cultura não são por ele ter comparado o acesso à cultura a achar dinheiro no chão - analogia algo despropositada, já agora. Ora, o Ministro da Cultura não é parvo nenhum e já percebeu há algum tempo - bem como o que está implícito no projecto legislativo do Governo de Sócrates (por muito mau que seja, por muito que não se tenha cumprido e por muito magalhanizado e trapalhão que ficará para a História) as vantagens deste processo e de terem apanhado o combóio a tempo.

O vilão da estória não está, portanto, escondido nos "ladrões" de filmes de álbuns de forma "ilegal". O vilão é a própria indústria que está completamente viciada, minada de artimanhas que não favorecem em nada o artista (ao contrário do discurso que apregoam que mais falacioso não podia ser) e muito menos o consumidor. O vilão é a indústria que coloca um PVP ao público, às vezes superior em 400% ao "preço de fábrica", para pagar uma ninharia aos artistas, para pagar a publishers e marketeers, para pagar a distrubuidoras e às FNAC's para que estas possam pôr um eurito ou dois por cada unidade vendida e, claro, para enriquecer um pouco os cofres, sobretudo das grandes multinacionais e dos respectivos CEO's e administradores. E é precisamente o vilão que o Maestro Vitorino de Almeida, Tozé Brito, Pacman, Toy, João Gil, Luís Represas ou a Mariza estão a defender no contexto nacional. Mas tendo em conta que são artistas com carreiras consolidadas, boas relações com as respectivas editoras e que já ganham algum com royalties (ainda que em Portugal isso não seja nada, comparado com a indústria fonográfica britânica, por exemplo), não é difícil de perceber porque é que estão a vender o peixe do Diabo.

A tónica da questão, no fundo, é óbvia e a solução do problema é mais simples do que parece. E eu também já falei disso noutros "sítios".
É a indústria audiovisual que tem de decidir no meio de um dilema. Tem duas hipóteses: ou pára de espernear e aceita de uma vez por todas que o modelo que vigorava e onde podia reinar a bel-prazer acabou e mudou para sempre; ou decide continuar a choramingar e vai continuando a ser vencida por este contexto, morrendo aos poucos, como já vem acontecendo. As Marias Ofendidas parecem preferir a segunda hipótese, mas o problema é delas.
E as Marias Ofendidas respondem-me: «O problema não é só nosso, é também das pessoas que serão despedidas com o declínio da indústria».
E a mim caberá retorquir: «Se se convencerem de que esta indústria pode continuar a existir de acordo com as regras do novo paradigma, isso talvez não aconteça. Esta não será a primeira nem a última indústria/instituição a ter que sacrificar os recursos humanos por mudanças bruscas no panorama. Caso contrário, sempre podem usar o argumento da tão famigerada crise».

Compete aos representantes da indústria convencerem-se de uma vez por todas de que não estamos na década de 1920, em que têm lucros milionários à custa de gravações básicas de cantores e músicos de blues que eram então tão fáceis de explorar...

domingo, 10 de maio de 2009

O Senhor Extraterrestre



Estou viciado nesta canção!
A primeira vez que ouvi falar dela foi quando me falaram da capa do single, que tem o desenho de uns OVNI's. E eu pensei cá para mim: «o que é que OVNI's e extraterrestres têm a ver com a Amália?»

Mais tarde descobri que é um tema escrito por Carlos Paião (só podia!) e que a Dona Amália gravou em 1982. É uma canção bastante atípica para aquilo que estamos habituados da Amália, especialmente na parte lírica. Mas a letra está tão bem escrita, é tão engraçada e inteligente, e a Amália está com um ar tão... "divertido" neste vídeo da Grande Noite do Fado de 1982, que achei que seria um crime se não partilhasse isto com vocês.
Disfrutem!...







O Senhor Extraterrestre

Vou contar-vos um história
que não me sai da memória,
foi p'ra mim uma vitória
nesta era espacial.
Noutro dia estremeci
quando abri a porta e vi
um grandessíssimo ovni
pousado no meu quintal.
Fui logo bater à porta,
veio uma figura torta,
eu disse: se não se importa
poderia ir-se embora,
tenho esta roupa a secar
e ainda se vai sujar
se essa coisa aí ficar
a deitar fumo p'ra fora.
E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá o botãozinho
e pôde contar-me então
que tinha sido multado
por o terem apanhado
sem carta de condução.

O senhor desculpe lá,
não quero passar por má,
pois você onde está
não me adianta nem me atrasa.
O pior é que a vizinha
que parece que adivinha
quando vir que estou sozinha
com um estranho em minha casa.
Mas já que está aí de pé
venha tomar um café,
faz-me pena, pois você
nem tem cara de ser mau
e eu queria saber também
se na terra donde vem
não conhece lá ninguém
que me arranje bacalhau.
E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho,
disse para me pôr a pau,
pois na terra donde vinha
nem há cheiro de sardinha
quanto mais de bacalhau.

Conte agora novidades:
É casado? Tem saudades?
Já tem filhos? De que idades?
Só um? A quem é que sai?
Tem retratos com certeza,
mostre lá? Ai que riqueza,
não é mesmo uma beleza,
tão verdinho? sai ao pai.
Já está de chaves na mão?
Vai voltar p'ro avião?
Espere, que já ali estão
umas sandes p'ra viagem
e vista também aquela
camisinha de flanela
p'ra quando abrir a janela
não se constipar co'a aragem.
E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho
e pôde-me então dizer
que quer que eu vá visitá-lo,
que acha graça quando eu falo
ou ao menos p'ra escrever.

E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho
só p'ra dizer: "Deus lhe pague".
Eu dei-lhe um copo de vinho
e lá foi no seu caminho
que era um pouco em ziguezague.

sábado, 9 de maio de 2009

Amália... Hoje?



Com a meditização que teve, e tendo em conta o nome para o qual reporta, não foi difícil ao projecto Amália Hoje chegar ao primeiro lugar da tabela nacional de vendas.

Contudo, já voltei a ouvir estas novas versões, continuo a não gostar do disco e dificilmente mudarei a opinião.
Não acredito que o problema deste meu "desgosto" consista estilo da Sónia ou do Fernando, dos quais até gosto bastante. O problema começa e acaba logo com a abordagem que se escolheu para homenagear uma artista como a Amália - com todas as implicaturas que isso tem.

Sim, os novos arranjos são interessantes ("profissionais", vá...), as performances idem, mas continuo a ter a opinião de que quando se pega num género (do mais folk que pode existir) como o fado, há que ter muito cuidado com as (re)interpretações que se lhe fazem para não desvirtuar demasiado a essência do que foi originalmente concebido. No Amália Hoje isso não foi obviamente isso em conta, e isso torna-se óbvio, mesmo que gostemos das canções e do que estamos a ouvir. Por mim, só por isso fica a perder. Do meu ponto de vista, descaracterizou em excesso precisamente aquilo que torna aquelas canções interessantes, e em algumas, quase que se limitaram a fazer hipotéticos covers da Amália com um "estilo The Gift".

Apartir do momento em que alguns dos integrantes do projecto dizem em entrevistas que apenas conheciam o trabalho de Amália de forma superficial e que não o ouviam muito, está tudo estragado à partida.
Se não conhecem a "essência Amália" (que não é exactamente igual do que conhecer a essência do Fado - cá estão as implicaturas, algumas delas de ordem cultural, e logo, do ponto de vista da concepção artística), o que é foram fazer para um estúdio com aquelas canções? Brincar aos tributos? Aos experimentalismos?
Nuno Gonçalves quis as guitarras portuguesas de fora. Okay, aceitável. Mas as guitarras portuguesas atribuem uma determinada textura e força ao fado e, nomeadamente, às canções de Amália. E onde é que está o elemento de substituição para essas texturas? É que a parte orquestral não está a fazê-lo... Também não consigo entender o porquê de ter alterado visivelmente as melodias (e respectivas progressões melódicas) de alguns desses temas.
Não acredito que teria sido com versões de pop alternativa (que é o que os The Gift representam) e com arranjos orquestrais bonitos acoplados que se safam...

Há canções, há melodias, e há catálogos de artistas que são tão poderosos, tão épicos, tão únicos e tão intemporais que, de tão actuais que sempre serão, não precisam que lhes façamos updates ou reinvenções rebuscadas. A Amália é um desses casos mais óbvios.

Sim, o fado é popular, mas "ser popular", Hoje, já não significa forçosamente "ser pop"!
...E no Amália Hoje essa permissa foi ignorada.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

"Magnificent" - o vídeo

E, finalmente (!), foi desvendado o vídeo para o segundo single de No Line On The Horizon, "Magnificent". Da autoria de Alex Courtes (que também fez o anterior "Get On Your Boots", bem como "Vertigo" e "City Of Blinding Lights"), o vídeo foi rodado na cidade de Fez, em Marrocos, onde a banda gravou o álbum. A catedral onde a banda toca é precisamente aquela onde decorreram as sessões de gravação e de composição. Já o castelo com uma extensa muralha e murada não é novo para a banda, já que também uma das imagens de fundo do vídeo para "Mysterious Ways" (1991).
Tem um trabalho de fotografia agradável, mas esperava bem melhor para a ilustração da melhor faixa do álbum.

Aqui fica o video.

Já agora deixo o comentário relativo à promoção do mais recente disco dos U2 que tem sido... paupérrima.
Escolheram um primeiro single de curta duração com um riff catchy, mas que alterna em demasiadas estruturas e que não é radiofriendly, "Get On Your Boots". Não houve um anúncio de televisão em horário nobre nos principais mercados, nem a associação a outros patrocinadores - no How To Dismantle An Atomic Bomb houve a parceria (abusiva, quase) à Apple, por exemplo. Como consequência, "Get On Your Boots" conseguiu chegar ao Top 40 americano e aguentar-se bem nas tabelas de rock, mas não foi além do #12 no Reino Unido (posição mais fraca de um single da banda desde If God Will Send His Angels" em 1997).
Para ajudar à festa, apesar de terem escolhido a melhor e mais bem recebida canção do álbum para segundo single (o que deixava antever uma estratégia idêntica à do Achtung Baby em 1991, com "Mysterious Ways" a tomar o lugar de porta-estandarte que "The Fly" não conseguiu) - "Magnificent", demoram 2 meses e meio a gravar um videoclipe mediano e a pôr o single a rodar nas rádios oficialmente. Para terminar, em vez de apostarem numa boa forma de apelar à compra - física ou digital - do single, optam por continuar a senda dos b-sides de merda (é este mesmo o termo) que não interessam a ninguém. Não seria extremamente atractivo, escolher "Winter" como b-side e oferecê-la ou comprá-la juntamente com a "Magnificent" a €1, por exemplo?
Uma vez mais, como consequência, "Magnificent" já atingiu o seu pico no Hot 100 americano (no #79), já teve posições de destaque nas tabelas rock mesmo sem lançamento oficial (exclusivamente com airplay) e... agora que se decidiram a lançar o single, a canção já começou a fase descendente nas tabelas.

Boa!...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Tata Nano: a Revolução!

Já começou a ser mediatizado cá para os lados do Velho Continente a mais recente pedrada no charco da indústria automóvel indiana para o Mundo. Estou obviamente a falar do Tata Nano.







Não acredito que haja alguém que ainda não tenha ouvido falar do mais recente "esquema" da companhia de Ratan Tata, mas supondo que haja quem ainda não conheça este ratinho, aqui vai.
O Tata Nano é (para nós) um citadino com 3,10 metros de comprimento - portanto, maior do que um Smart (2,7m), mas mais curto do que um Twingo (3,6m) - com capacidade para 4 pessoas, se bem que na Índia irá transportar muito mais do que 4 pessoas. Será equipado com um motor de dois cilindros a gasolina com 33 cv de potência que permitem uma velocidade máxima de 120 km/h (o Smart não dá muito mais do que isso). Foi inicialmente concebido para custar cerca de "300 contos" no mercado doméstico, a emergente Índia.
Para além disso, o motor e a tracção são... atrás, tal como em muitos automóveis do tempo dos nosso pais e avós - e esta é uma solução de engenharia que tem sido recuperada nos últimos 5 anos para projectos futuros (Smart, na VW ou na Fiat/BMW).

Mas o melhor de tudo é aquilo que o Nano representa para a Índia e para o mercado global. Mais do que um citadino sem luxos, o Tata Nano é... O MOTOR DA ÍNDIA, tal como o Citroën 2CV e o VW Carocha foram para a França e para a Alemanha, respectivamente, durante a reconstrução e a recuperação do pós-guerra!
Para quem não sabe, apesar do gigante número de habitantes, a Índia tem um índice de automóvel por pessoa baixíssimo. A maioria dos indianos não tem dinheiro para um meio de transporte pessoal e os que o têm, optam por comprar motorizadas com qualidade de construção pobre e motores insuficientes, mas onde chegam a transportar famílias de 4 e 5 elementos - isso mesmo, todos em cima da moto.

Foi então que Ratan Tata começou a engendrar uma forma de pôr, rapidamente, a Índia sobre rodas, e eis que começou a desenvolver o Nano.
O Nano irá custar cerca de €2500 para o mercado doméstico, preço que corresponde apenas a um pouquinho mais do que uma dessas motorizadas na Índia. Para além disso, é suficientemente compacto para se movimentar nas caóticas e poluentes grandes cidades indianas e já pode transportar de forma mais confortável a sua família de 5 ou 6 elementos (mesmo que, oficialmente, o Nano só possa transportar 4... mas a Índia não tem a BT da GNR nem coisas parecidas) e alguma pouca bagagem.

Como é que Tata conseguiu que esta coisa custasse tão pouco? Para começar, a mão-de-obra na Índia é suficientemente barata, mas não é suficiente para este preço de arromba. Depois, o recurso a uma engenharia inteligente e inovadora nesta indústria, bem como o uso de componentes baratos de produzir ajudaram. Para além disso, os painéis da carroçaria do Nano são feitos de plástico ultra-resistente - e não, não se parte como o plástico dos tupperwares, este tipo de plástico já foi usado nos anos 70 em automóveis e é o futuro da indústria quando o aço e o alumínio não derem para mais - e em vez do processo soldadura do aço, os mesmos painéis, bem como inúmeras outras peças, são fixadas e montadas graças a uma cola especial desenvolvida especificamente para este propósito. A ajudar à redução de custos, a qualidade dos materiais no interior é, naturalmente, pobre e o equipamento foi reduzido ao estrictamente necessário, havendo, no entanto, versões mais bem equipadas como a desportiva (nas fotos, com pintura amarela).

É mais do que óbvio que logo se apressaram as vozes críticas a surgir, afirmando que o Nano é o mote para a sobre-lotação do parque automóvel indiano, contribuíndo ainda mais para que a Índia seja um dos principais cancros de poluição do Mundo, factor que irá agravar-se com o constante crescimento económico-social-industrial-etc deste país.
O que essas vozes se esquecem é que nós europeus já fizemos exactamente o mesmo há 60 anos e que os indianos apenas estarão a dar essa mesma oportunidade a eles mesmos.

«Eu não quero essa coisa cá! Deus me livre comprar isso, prefiro um Corsa de 1990 com 300 mil kms!»

Este é o comentário mais frequente do average-tuga com reduzida massa encefálica (ou seja, a maioria) pelos fóruns de automóveis e em comentários a notícias sobre o novo Tata.
Tudo isto porque a Tata já anunciou planos para comercializar o Nano por cá. A versão europeia foi apresentada há bem pouco tempo no Salão de Genebra... e é substancialmente diferente do que havia sido apresentado para o mercado indiano. E ainda bem! O mercado europeu, sendo o mais exigente do Mundo, não admitiria que uma coisa dessas fosse vendida por cá... pelo menos tal como havia sido apresentada na primeira ocasião.
Para além das inúmeras alterações estéticas que o tornam um carrito engraçado (e arriscava a dizer bonito - mais bonito, pelo menos, do que muita trampa que por aí anda, mas de que o Zé Povinho gosta muito), o Nano foi profundamente alterado para o mercado europeu, de forma, não só a cumprir todas as normas de segurança/poluição/homologação da UE, mas a agradar um pouco mais ao consumidor europeu. De qualquer forma, o Nano será sempre um automóvel que encaixa que nem uma luva no conceito de low cost cuja visibilidade e sucesso comercial são crescentes na Europa. Sabe-se que as versões europeias irão dispor de um motor ligeiramente mais potente e menos poluente, e que o equipamento será bem mais rico, dispondo todas as versões de ABS e de airbags, entre outros. Ratan Tata afirmou ainda que pretende que o Nano atinja, pelo menos, 4 estrelas nos testes do Euro NCAP e que, caso contrário, os planos de comercialização na Europa serão suspensos. Aguardamos com curiosidade os testes.




Entretanto, algumas publicações da imprensa automóvel já tiveram a oportunidade de guiar este ratinho e... (surprise!), as reacções foram bastante positivas. É mais do que óbvio que os jornalistas já sabiam que o interior vinha despido de equipamento e de plásticos de qualidade, e que a carroçaria tem uma altura que faz subir o centro de gravidade, mas todos eles se mostraram entusiasmados com a condução do pequeno Nano, principalmente em circuito citadino e que comporta-se bastante bem para o tipo de carro que é. Recordo que o Nano pesa apenas cerca de 600 kgs (um Twingo ou um smart pesam pelo menos 850 kgs), o que facilita a maneabilidade do carro e que possibilita que o carro seja minimamente veloz, mesmo com um motor com tão pouca potência. Por falar em motores, sabe-se que a Tata está a desenvolver para este o mais barato carro do Mundo uma versão eléctrica e outra... com um motor a ar comprimido!

Por mim, aguardo com curiosidade o Nano, pois não é todos os dias que o Mundo vê nascer automóvel tão peculiar e com importância cultural tão grande.

quarta-feira, 4 de março de 2009

U2: novo álbum... outra vez? Já?


...Então mas ainda na segunda-feira foi lançado o No Line On The Horizon!
Pois é, o novo álbum dos U2 ainda agora foi lançado tendo sido disco de platina (20 mil cópias) no espaço de horas, e já começam a surgir rumores sobre o seu sucessor.

Sim, os U2 entraram numa rotina preguiçosa de lançar álbuns a cada 4 anos (por média) desde os anos 90, mas há excepções à regra. Quem não se lembra do Zooropa (inicialmente pensado para ser um EP, mas evoluíu para o mais alternativo e oblíquo álbum dos U2), lançado a meio da Zoo TV Tour, apenas um ano e meio depois do Achtung Baby?

Ao que tudo indica, os U2 preparam-se para fazer a dobradinha, tal como há 16 anos! E membros da banda confirmam-no.
Sabe-se que sobrou bastante material das últimas sessões de gravação, inciadas em Marrocos, de onde saíu No Line On The Horizon. Também se sabia que uma das hipóteses iniciais era um álbum duplo, com os títulos "Darknes" e "Daylight" para cada disco.
Por outro lado, há vários meses que os U2 têm como garantida intenção de lançar mais material rapidamente e que tinham assente a ideia de dois álbuns.
Então, o Bono confirmou na segunda-feira aquilo que Larry Mullen Jr já havia avançado: a intenção de lançar um novo disco lá para meados de 2010 com base no que não foi incluído no mais recente lançamento. O Bono confirmou ainda que este segundo registo será mais pacífico, contemplativo e reflectivo do que No Line On The Horizon.
Os rumores dão conta de que o novo registo irá abarcar algumas paisagens sonoras mais experimentais que foram guardadas para este projecto. Isto corrobora a ideia de que os U2 sempre tiveram nos seus planos lançar um álbum do tipo Zooropa ou Passengers, tal como as primeiras fontes de informação sugeriam em 2007, aquando das sessões em Marrocos - exactamente como referi no artigo para a BLITZ em Janeiro de 2008 (recordam-se?).

Agora aquilo que consta é que o álbum até já tem título!: ... Songs Of Ascent (pela boca do Bono e mencionado em letras garrafais no booklet do mais recente lançamento). Para quem não sabe, poderá ser uma referência aos Salmos dos Degraus da Subida na Bíblia (e "ascent" é sinónimo espiritual para... "Elevation"!) que fazem referência à peregrinação a Jerusalém.
Bono também sugere que que o single de apresentação de Songs Of Ascent possa vir a ser "Every Breaking Wave" - tema que a revista Q referiu e descreveu aquando do final das sessões de gravação de No Line On The Horizon como uma densa canção pop com sobreposição de diversas camadas electrónicas e que abre com o verso «Every sailor knows that the sea is a friend made enemy».
O livro da edição limitada de No Line On The Horizon tem fotos que incluem (propositadamente) o nome de temas não incluídos no alinhamento final: "Tripoli" (que foi escutada por alguns jornalistas em Novembro e descrita como bastante épica, algo experimental, electrónica e dividida em secções distintas), "Kingdom Of Your Love", "Thank You For The Day", "Not As Yet", "Diorama" e "Pilgrim's Lack Of Progress - House Of Abraham". Por outro lado, até mesmo uma versão polida de "Winter" (canção de 6 minutos incluída no filme Linear que é um bónus do mais recente álbum) poderá estar presente no futuro disco.

Cá estaremos à espera da sequela de No Line On The Horizon e do que se seguirá.

Entretanto, parece que o segundo single de No Line On The Horizon será "Magnificent" - por agora, a minha preferida e a mais bem recebida pelo público, críticos e fãs. Seria a melhor opção para segundo single e para recuperar da recepção morna a "Get On Your Boots" em airplay que não é o típico primeiro single.
...(uma vez mais) tal como aconteceu com o Achtung Baby em 1991 em que "The Fly" - atípico single de estreia com recepção morna - foi rapidamente substituído pelo bem mais apelativo às massas "Mysterious Ways"!

Mariza e Buraka Som Sistema arrasam nos States



Quem me conhece, sabe bem que, se há coisa para a qual nunca tive pachorra é para nacionalismos histéricos e para "devoções submissas à pátria". Mas há coisas que merecem ser noticiadas e celebradas, principalmente quando se trata da exportação de produtos artísticos que, quer queiramos, quer não, espelham pelas outras culturas a uma identidade da nossa.

Os Buraka Som Sistema têm estado a actuar nos Estados Unidos e Canadá, numa pequena digressão por festivais que irá durar até Maio, promovendo o seu disco Black Diamond, que está a fazer furor em mercados como o americano e, principalmente, o britânico, de onde faz parte da principal tabela de vendas. Agora prepara-se para fazer parte do conceituado Coachella festival, onde Paul McCartney irá actuar também.

Já Mariza também tem estado a arrasar. Para além da intensiva digressão do outro lado do Atlântico Norte, Mariza está há diversas semanas na Billboard com o último disco, Terra, que esta semana subiu até ao 5º lugar, enquanto que no Canadá ascendeu ao 3º posto nas vendas.

domingo, 1 de março de 2009

Homem-Aranha com data de estreia na Broadway


Já foi publicado o primeiro cartaz promocional sobre a história do Homem-Aranha transposta para um musical a estrear na Broadway. O projecto, dirigido por Julie Taymor (conhecida pelo musical de O Rei Leão e pelo filme-musical Across The Universe de 2007, baseado inteiramente em canções dos The Beatles), com música composta por Bono e The Edge dos U2, está previsto estrear no dia 18 de Fevereiro de 2010. Intitulado Spider-Man: Turn Off The Dark, sabe-se que, musicalmente, a dupla irlandesa concebeu o espectáculo de modo a que funcione em torno de uma banda acompanhada de uma orquestra e um grupo pequeno de músicos.