segunda-feira, 4 de agosto de 2008

U2: novo álbum a 17 de Novembro


À medida que o tempo vai avançando, mais perto estamos da promessa de que o substituto do How To Dismantle An Atomic Bomb (2004) seria lançado no último trimestre de 2008. Pois bem, segundo fonte segura pertencente à major Universal Music (que, mesmos com a crise da indústria, nos últimos tempos tem ganho nomes de peso como Mariah Carey ou os dinossauros - mas que rendem... e muito! - Rolling Stones), o lançamento do novo disco da banda irlandesa está agendado para 17 de Novembro nos principais mercados mundiais. Alguns mercados terão diferentes datas: nos States os álbuns são lançados às terças-feiras e há mercados onde isso acontece às sextas-feiras (portanto, lançamentos a 18 e 14 de Novembro, respectivamente).
O novo disco dos irlandeses começou por ser escrito e composto com base nas sessões em Fez, Marrocos, e no sul de França. A produção está a cargo de Daniel Lanois e Brian Eno, e a pós-produção e mixagem pela mão de Steve Lillywhite. Qualquer um destes três nomes é bem conhecido: os dois primeiros começaram a trabalhar com a banda em 1984 e Lillywhite produziu os três primeiros álbuns (remasterizados e relançados há uma semanas), bem como o último.

Ao contrário do que aconteceu com quase todos os discos dos U2, o desenvolvimento do próximo continua envolto de grande secretismo, mesmo a três meses do lançamento. Os rumores são alguns, mas as confirmações quase muito poucas. Nem sequer relativamente aos títulos do álbum e das canções se sabe muito, portanto, muito menos se sabe relativamente aos géneros musicais e influências do mesmo.

Muito recentemente, descobriu-se que alguém da Universal registou na internet o domínio nolineonthehorizon.com. Das duas uma: ou este é o título do álbum, ou então do primeiro single. Isto, tendo em conta que há quatro anos registaram-se os domínios howtodismantleanatomicbomb.com e vertigo.com.
Pessoalmente, não sei se será o título do álbum. Os álbuns dos U2 costumam ter títulos cujs interpretação é sempre mais genérica, universal e não pouco abstracta como "No Line On The Horizon" parece sugerir.

Aposto, portanto, que este será o título do primeiro single, por uma razão muito simples.
É que o videoclip para o primeiro single do álbum já está a ser rodado. Segundo rumores e "testemunhas visuais", uma equipa de filmagem foi avistada, junto de Anton Corbijn em Cádiz (território espanhol no norte de África junto a... Marrocos), e o mesmo disse que estava a rodar um vídeo para "No Line On The Horizon". Segundo os mesmos rumores, a figura principal do vídeo é um motociclista que faz uma viagem ao longo de uma costa. A banda tem estado, nestes últimos dias, a ser filmada em França para o mesmo efeito.
A mesma fonte proveniente da Universal que referi no início, afirma que o primeiro single estará a rodar nas rádios ainda em Setembro. O que significa que não faltará muito para que os primeiros excertos estejam a circular na net.

O título "No Line On The Horizon" não é, no entanto, novo para os fãs de U2. O frontman e o guitarrista da banda já o haviam referido em conversas informais e uma gravação de muito má qualidade, feita junto aos velhinhos estúdios Hanover Quay, em Dublin, dão conta da presença dessa linha na letra dessa canção. "No Line On The Horizon" foi descrita como sendo uma faixa mid-tempo com guitarras sujas e riffs a lembrar o glam rock. Já os elementos da banda e dois jornalistas que ouviram uma demo da canção no carro do Bono fazem as seguintes descrições: «heavy distortion fills the car» e «the song is rough, weaving between brutal guitar blasts underscoring the mellow title refrain». Outros títulos foram também referênciados, para além de "No Line On The Horizon". Mais do que certos parecem ser: "The Cedars Of Lebanon" - descrita como canção up-tempo com influências de Jimmy Hendrix na secção de percussão; "Moment Of Surrender" - Eno descreveu-a como uma canção lenta, densa e atmosférica. Há ainda o conhecimento de uma outra canção também ela mid-tempo que começa com a linha «it's six o'clock». Com menor probabilidade surgem outras canções ou títulos já mencionados: "For Your Love" e "One Bird" - provenientes das sessões em Fez. "One Bird" poderá, eventualmente, ser uma canção com sons de pássaros ouvida por pessoas no estúdio. "Mercy" - sobra do último álbum. Na net circula, desde 2005, uma versão com seis minutos e meio. A surgir no próximo álbum, será uma versão diferente, certamente. Bono referiu que queria esta canção incluída no novo disco. "Thank You" - esta canção já existe há algum tempo, na verdade. Será pouco provável a sua inclusão, visto que Daniel Lanois tocou uma versão num concerto seu em 2003. É uma faixa mid-tempo, com poucos elementos, incluíndo piano. "Treasure", "North Star" (canção de tributo a Johnny Cash) e "Love Is All We Have Left" são outras sobras do último álbum, cuja inclusão no próximo disco será pouco provável. Para além destas canções, há ainda o conhecimento de uma, ouvida por um fã, dentro dos estúdios, com cerca de cinco minutos, com intro e outro longos - incluíndo batidas de influência africana, e que o Bono descreveu como uma canção pop psicadélica. Géneros musicais de influência? Pouco ou nada se sabe. O Bono afirmou na première europeia do inovador filme U23D «Who needs another U2 album unless it's a really great piece of rock'n' roll?». No entanto, anteriormente também havia falado sobre influências de... metal e de trance! Dessa vez também referiu que as canções seríam poliritmicas, bem como da dificuldade em conectar o nome U2 às pistas de dança. Pois bem, a verdade é que, segundo os que já ouviram versões quase finais do álbum (como o DJ irlandês Tony Fenton e joe O'Herlihy) e as descrições dão conta de canções com linhas-de-baixo fortes e com muito groove. Não é segredo que a banda deseja que o próximo disco seja um afastamento da sonoridade mais tradicional dos últimos dois discos (All That You Can't Leave Behind em 2000 e How To Dismantle An Atomic Bomb em 2004). Daniel Lanois não se tem cansado de afirmar que este será, seguramente, um disco bem diferente. Senão vejamos estas três afirmações dele: «Very inventive (...) choruses that will communicate in a stadium setting» - 25 de Março de 2008 «We're just finishing the vocals. Bono's in great form, singing fantastic. (...) I think we can safely say it's one of the great, innovative records from U2» - para a rádio RTE a 4 de Junho de 2008 «It's going to be different in several ways, but I think it's similar from one point of view, namely that it's going to push to known limits in the arena sound, the way Achtung Baby did in the past» - 28 de Junho de 2008 Será por acaso que o novo álbum esteja planeado ser lançado no mesmo dia em que o Achtung Baby foi há 17 anos atrás? Se nos recordarmos bem, este foi o álbum que marcou a mega-reviravolta na imagem e na sonoridade dos U2 e que lançou o mote para o conceito nunca-antes-visto da tournée Zoo Tv. Para terminar, mais duas notas. Joe O'Herlihy afirmou também que a próxima digressão dos U2 arranca em Março de 2009. Outros rumores dão conta de que será digressão apenas para estádios e que, desta vez, os norte-americanos não terão direito a recintos mais pequenos (em que até aí se mostram uma audiência da treta...). Catherine Owens (produtora das últimas digressões da banda e do filme U23D) e a sua equipa já estão a preparar, juntamente com Willie Williams (artista plástico, responsável pelo design e concepção dos palcos das digressões da banda desde 1983) os pormenores mais importantes da próxima tour. Por outro lado, segundo descrevi no artigo para a 20ª edição da revista BLITZ, elementos da banda estariam a preparar um musical baseado na história do Homem-Aranha. Apesar de sempre silencioso, parece que o projecto não foi abandonado e que há planos para que os U2 ( já não apenas Bono e The Edge) lancem em 2009/10 um álbum com cerca de 18 canções baseadas nesse conceito. Por agora é tudo (e já chega!). Este primeiro post pretende ser um update no artigo publicado na BLITZ; como foi supra-mencionado. Os updates irão aparecendo aqui sob forma de notícias casuais.