sábado, 29 de novembro de 2008

O Governo e as trafulhices com os automóveis - Parte 2: «Chips nas matrículas dos veículos»

Para o Governo, os automóveis são a maior fonte de receitas para o Estado. Mas José Sócrates descobriu outras utilidades nos automóveis (para além do show off com a Renault-Nissan e os carros eléctricos): vigiar e ter sob controlo uma população, como num regime autoritário e dictatorial.

Parece que vai mesmo para a frente, através do Ministério das Obras Públicas, a decisão de colocar chips nas matrículas de todos os veículos automóveis registados em Portugal. Fantástico, vamos brincar ao Big Brother! A diferença é que, em vez de ser a Teresa Guilherme ou a Júlia Pinheiro a apresentar a palhaçada, temos José Sócrates como anfitrião (o Cavaco faz o papel do burro Pavarotti - não fala e não mexe... ou só quando lhe convém).

Segundo a proposta de lei (aprovada a 18 de Julho pelos socialistas com toda a oposição a tecer fortes críticas sobre a violação de privacidade), o argumento para esta medida é "facilitar o trabalho das forças de segurança, que terão acesso à informação sobre a inspecção periódica e o seguro automóvel", bem como implementar o sistema de "portagens informatizadas", idênticas ao sistema disponibilizado pela Brisa.

Ainda há dúvidas de que o Enginheiro Sócas (cm a preciosa ajuda dos seus paus-mandados) é um ditadorzeco manipulador disfarçado de democrata que vive de acções mediáticas de publicidade, como se de uma digressão da Madonna se tratasse?

Manuela Ferreira Leite ou José Socrates? Fodasse! Venha o Diabo e escolha!...

O Governo e as trafulhices com os automóveis - Parte 1: «ACP processa Portugal por dupla tributação ilegal»

Vou apenas transcrever o texto publicado no Autoportal.iol.pt:

"O procedimento de infracção instaurado pela Comissão Europeia em 2007 contra Portugal por dupla tributação na aquisição de automóveis novos, apesar de um compasso de espera, prosseguirá os seus termos, apurou o Automóvel Club de Portugal (ACP).

Segundo o Automóvel Club de Portugal, o facto de o Governo português ter acabado com o Imposto Automóvel (IA) em Julho de 2007 e ter criado o Imposto Sobre veículos (ISV) fez com que o processo abrandasse nos corredores de Bruxelas.

No entanto e segundo a mesma fonte a Comissão Europeia já terá retomado o procedimento contra Portugal e, provando-se que a questão de dupla tributação persiste, a Comissão manterá a intenção de reenviar este caso para o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.
Recorde-se que em Julho de 2007 a Comissão Europeia instaurou um procedimento de infracção contra Portugal (Processo 2006/4398) no âmbito do qual solicitou formalmente que se alterasse a legislação relativa à tributação sobre a transmissão de automóveis, por considerar que o IA não devia estar incluído na base tributável do IVA. Para além desta situação se traduzir numa dupla tributação, a CE referiu que este procedimento violava a harmonização fiscal europeia e distorcia o sistema europeu do IVA.

A CE deu então dois meses para Portugal alterar a sua legislação e ameaçou processar Portugal no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, caso Portugal não acatasse a sua recomendação. Apesar disso, o processo não foi ainda enviado ao Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.

«O Governo continua a fazer do sector automóvel o grande gerador de receitas fiscais, mesmo que isso implique a violação de regras comunitárias e uma exponencial perda de poder de compra para os automobilistas portugueses.» afirma o ACP, salientando que «Em tempo de crise económica, em que todos os governos europeus estão a tomar medidas de emergência para incentivar o consumo aliviando o peso da tributação (veja-se o caso das medidas anunciadas pelo executivo britânico de baixar o IVA; a proposta actualmente em discussão no Parlamento alemão em que se pretende isentar até dois anos de imposto de circulação automóvel os automóveis adquiridos em 2009; e a decisão espanhola de não aumentar a tributação automóvel em 2009), o Governo português, para além de ter incluído na Proposta de Orçamento do Estado para 2009 o aumento do ISV, continua a tributar duplamente a aquisição de carros novos, i.e., faz incluir o ISV na base tributável do IVA».
"

O que é que isto significa?
Até meados desta década, todos os Governos deixaram "ficar" o modelo ilegal (perante as regras da UE) de dupla tributação nos automóveis. O modelo consistia em aplicar o IVA sobre o antigo IA (imposto automóvel). Bruxelas avisou o nosso Governo algumas vezes, que por sua vez, fez sempre ouvidos de mercador e preferiu pagar as irrisórias multas à UE do que mudar o sistema.

O problema veio quando a UE fez um ultimato a Portugal para suspender o modelo de tributação e puniu severamente a Dinamarca (para quem não sabe, o Estado dinamarquês foi obrigado a devolver aos consumidores milhões e milhões de Euros "roubados") por aplicar um modelo parecido.
Qual foi a solução do chico-esperto do Primeiro-Ministro? Faz-se umas alterações básicas, muda-se o nome à "coisa" e temos um imposto novo.
O actual ISV (que junta a tributação da cilindrada - à la país de terceiro Mundo - e das emissões de CO2 ao antigo imposto municipal de circulação) é tão só o antigo IA com uma fórmula diferente, mas que continua a coexistir com o IVA. Bruxelas já voltou a avisar Portugal, mas José Sócrates está a marimbar-se.

Desta vez foi o Automóvel Clube de Portugal a processar o Estado, mas não é óbvio o desfecho do processo?
Enquanto isso, vamos ser um dos países da UE com os menores preços-base nos automóveis, mas em contrapartida, vamos continuar a ter os automóveis mais caros da Europa por causa do ilegal peso-pesado que os impostos têm sobre os mesmos.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ferreira Leite: Round #6


Para Manuela Ferreira Leite, não é com «frases sonantes sem fundamento e ocas de conteúdo» que o país irá andar sobre rodas.
Uma coisa é inegável: os disparates e atrocidades que a Manela profere... sonantes, lá isso são. Sem fundamento e ocos de conteúdo? Duvido. Acho que é tão só o reflexo da forma Salazarista de estar na vida e na política da senhora.

A verdade é que parte do complexo direitista em Portugal põe paninhos quentes por cima de todos os disparates que esta mulher tem dito e feito. É engraçado vê-los em debates televisivos a alargarem a trajectória discursiva para evitar tocar no que está a ser focado... mas isto já é habitual da direita em Portugal, por isso, não me espanta. Gosto, sobretudo, de ver o Pacheco Pereira a desempenhar muito bem o seu papel de aia da Doutora Manuela Ferreira Leite.

Doutora Manuela Ferreira Leite? Doutora? Desde quando? Ela é licenciada como eu! A verdade é que insiste-se em atribuír-lhe esta designação de grau académico... que a líder do PSD não tem.

Soberbo mesmo, foi o sketch d'Os Contemporâneos da RTP1 sobre o comportamento (ou falta dele) da líder do PSD. Não viram? Já deve andar pelo youtube - e o Bruno Nogueira fica absolutamente tchanan caracterizado de Manuela Ferreira Leite.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Dacia Sandero: a opção racional de A a B

«Dacia? Qu'é isso?»

Apesar de ter iniciado a comercialização noutros mercados posteriormente, só no início deste ano é que a Dacia se estreou no mercado nacional. Em Portugal apenas é vendida a Logan MCV (carrinha compacta multiusos com 7 lugares e muito espaço), ficando a (original) versão sedan de 4 portas fora do circuito nacional, visto que este formato de carroçaria não reúne adeptos no nosso país.





«Nunca ouvi falar, não conheço»

Ora para quem não conhece, a Dacia é uma marca de automóveis romena que a Renault (que forma aliança com a Nissan) comprou há cerca de 10 anos. Para substituír toda a gama velha e desactualizada da Dacia, a Renault concebeu o Logan (que começou por surgir nas versões supra-mencionadas). O Logan é um modelo do segmento médio, desenvolvido com base na estrutura da actual geração do Renault Clio (portanto, é uma base moderna e sofisticada - uma das melhores do segmento) e, apartir daí, criou um automóvel simples, fácil e barato de construír, fiável e que não avarie, e se avariar, que seja fácil de reparar pelo condutor... coisa que não podemos fazer com os carros actuais. Para isso garantir essa concepção low cost, a Renault usa nos Dacia peças de modelos em fim-de-vida ou que já não são produzidos (como os anteriores Clio ou Mégane), cujos custos de produção já foram amortizados e cuja fiabilidade já foi comprovada, e outros componentes com superfícies pouco complexas na sua forma. Os motores são conhecidos de modelos antigos, apenas foram actualizados para cumprir as normas antipoluição da UE. Electrónica? Q.b., quanto menos, melhor servirá os pressupostos que referi.

Os Dacia foram concebidos a pensar nos mercados emergentes que são menos exigentes em termos de produto. Altura ao solo é maior do que nos carros "convencionais", já a maioria irá circular por caminhos e por estradas degradadas, muitas vezes não alcatroadas.

Mas a verdade é que os Dacia também estão a ter sucesso na Europa Ocidental! Como é que isto se explica [Até no difícil mercado alemão já penetraram o Top 20!]?
Em primeiro lugar, porque avizinha-se uma grave crise económica. Isso empurra os clientes de modelos generalistas para propostas ainda mais económicas.
Por outro lado, a Renault adaptou os Dacia a mercados como o nosso. E na Europa Ocidental há muitas pessoas que apenas querem um automóvel racional, simples, barato e económico, que não avarie, desprendido de apegos emocionais, e que apenas transporte-as de A para B de modo minimamente cómodo e confortável. Os Dacia são isso mesmo!
Em Portugal, duvido que seja replicado o sucesso da restante Europa. No nosso país, o que vende é a imagem e o status (a Dacia tem zero neste campo) e não a relação preço/produto.


Dacia Sandero em Portugal





Já está disponível no nosso país o Sandero. Em vez de pegar no Logan e cortar-lhe o "rabo", a Renault Brasil concebeu o Sandero. Pegou na base do Logan, criou uma carroçaria hatchback de 5 portas (sem "rabo", portanto) com um desenho novo e muito mais apelativo. Querem uma prova de que a Renault reaproveita peças de que os Dacia são baseados no novo e moderno Clio? Não só os vidros laterais são os mesmos, como as dimensões exteriores (comprimento, altura, largura e distância entre-eixos) são muito idênticas às da referência do segmento B: o Clio.

O interior do Sandero é o mesmo do Logan. O tablier tem um desenho muito simples e aspecto minimalista, os plásticos duros abundam e podem ver-se algumas cabeças de parafusos em algumas zonas mais escondidas. Mas o cliente-alvo de um Dacia também não está à procura da qualidade de construção de um modelo alemão.
Espaço e bagageira? Coisa que não falta! Os bancos de trás são mais espaçosos do que muitos automóveis de segmentos superiores e a mala dispõe de 320 litros, bem acima da maioria do segmento B.
É low cost, mas é confortável. Os bancos são macios e têm um desenho simples e cómodo. Já na estrada, o Sandero comporta-se como... um Renault, o que é previsível, pois os franceses são conhecidos pelo conforto de rolamento e interior. Este Dacia é estável q.b. e as suspensões cumprem com o que lhes é pedido. O Sandero é, provavelmente, mais confortável do que alguns modelos italianos e alemães.

Em Portugal, os Dacia não são vendidos com os motores a gasolina (o velhinho 1.4 com 8 válvulas e 75 cv e o 1.6 16 válvulas com 105 cv), mas sim com o 1.5 dCi (moderno turbodiesel proveniente da actual gama Renault e Nissan) com 70 ou 85 cv. O 1.4 a gasolina parece asfixiado pelo peso do carro, mas os 1.5 dCi deverão ser suficientes, dado o binário mais elevado e a sua disponibilidade.

Mais do que obvia é a menor dotação de equipamento... o que também é compreensível, pois o cliente-tipo dos Dacia apenas procura o básico e indispensável num carro e não aprecia mordomias que ninguém usa. Na versão base (€13300), equipamentos como os vidros eléctricos (€119), o rádio (€297), o ar condicionado (€694), a pintura metalizada (€248), as jantes de liga leve (€298), os faróis de nevoeiro, os retrovisores eléctricos ou o computador de bordo são opcionais pagos à parte, ou disponíveis em versões mais caras e mais bem equipadas.

Se excluírmos o facto de ter uma concepção simplista e da qualidade de construção ser inferior, o Sandero pode ser uma excelente proposta que oferece espaço, conforto e comodidade e, sobretudo, muitos €uros poupados face a outras propostas.

Madonna mal arranjada: nova forma de celebração por ser novamente solteira?




Apesar de ser uma figura popular (para além de ser o ícone da cultura popular mais importante dos últimos 25 anos), Madonna é conhecida pelo bom gosto nas roupas, cabelo e maquilhagem, quando faz aparições públicas em eventos. Madonna pareceu amadurecer com os anos neste aspecto - relativamente a outras "colegas" - sendo hoje rara a vez que o seu gosto duvidoso vem ao de cima.

Contudo, Madonna chumbou no teste na última aparição. A camaleona apareceu num evento de beneficiência da Gucci e da Unicef com um vestido verde cheio de franjas que tapam as curvas do corpo. A ajudar à festa, juntou-lhe uma maquilhagem garrida e carregada (bem ao estilo da Madonna do antigamente) e um penteado reminiscente de alguns que usou nos primeiros anos de popularidade efervescente.
Para compensar, Madonna não pareceu nada abalada com os acontecimentos pessoais das últimas semanas, ao contrário do que aparentava nos últimos dias.

Terá sido esta a sua estranha forma de celebrar e dar o seu grito do Ipiranga: «estou novamente solteiraaaaaaaaa (guys, where are y'all?)». Esperemos que não, pois não terá sido bem sucedida.

Notícia também foi a oficialização do divórcio com o cineasta Guy Ritchie. Consta que a relação de ambos já era de fachada há algum tempo. Consta também que lá em casa predominavam os insultos e as humilhações mútuas. Ao que parece, Madonna é autoritária (basta ver pela lista de exigências absurdas que anexou aos filhos quando os enviou recentemente a Londres para visitar o pai), controladora, viciada em trabalho, na imagem e na Cabala. Do outro lado do ringue, temos Guy Ritchie que, segundo dizem, gostava de insultar e humilhar Madonna e o seu trabalho e que, segundo o irmão da Queen of pop (com quem ela não fala pois ele publicou recentemente um livro com revelações não-autorizadas sobre o casal), o cineasta é o típico macho britânico orgulhoso e homofóbico que tentava isolar Madonna em casa e afastá-la do grupo de amigos. Madonna nunca se adaptou obviamente ao british way of life e ao estilo de vida da dona de casa que cuida da família, estando agora de volta aos States.

Incompatibilidade de carreiras? Talvez. Madonna é tão só a entertainer mais bem sucedida de sempre, é o ícone cultural com mais peso das últimas décadas e não parece querer abdicar do trono. Guy Ritchie é um cineasta britânico que no final dos anos 90 era adorado pela crítica mas, desde então, quase todos os projectos que dirigiu foram fiascos comerciais e arrasados pela crítica. Para apressar o divórcio, Guy Ritchie abdicou dos direitos do acesso a metade da fortuna de Madonna que, por sua vez, é 10 vezes maior que a dele.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Ponha a pata na pocilga


...É aquilo que a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite insiste em fazer, por cada vez que abre a boca.

«Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...» (...) «Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se» (...) «E até não sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia.»
(...)
«Agora em democracia efectivamente não se pode hostilizar uma classe profissional para de seguida ter a opinião pública contra essa classe profissional e então depois entrar a reformar - porque nessa altura estão eles todos contra. Não é possível fazer uma reforma da justiça sem os juízes, fazer uma reforma da saúde sem os médicos.»
Foram estas as mais recentes infelizes - como de costume - declarações proferidas pela líder parlamentar do PSD.

Antes disto...
Round 1: Estou a recordar-me de quando pôs os pés pelas mãos com as declarações homofóbicas aquando da discussão da, posteriormente chumbada, proposta de lei que equiparava as pessoas do mesmo sexo.
Ferreira Leite perdeu o round.

Round 2: Estou a recordar-me do "jogo do gato e do rato" que fez nas últimas semanas relativamente ao Orçamento de Estado para 2009 em que fez a sua opinião oscilou intermitentemente entre o "é mau", "vamos ver para o ano o resultado do OE", "não sei se é mau, não percebo nada disso, só sei que vocês são os maus" apenas por teimosia e para ser do contra.
A Manela... novamente derrotada.

Round 3: «Não pode ser a comunicação social a seleccionar aquilo que transmite.» As entidades reguladoras do órgãos de comunicação social não servem nada, portanto. Significa isso que, já que a democracia podia ser suspensa, talvez a censura fosse novamente benvinda.
Ferreira Leite... moribunda no chão do ringue.

Round 4: Também foi há dias que a líder do PSD afirmou que se tivesse ideias (fossem elas reformas ou propostas de lei ou de resolução de problemas), não as tornava públicas para que o PS não lhas roubasse. Isso é que é política, hein Manela?!
Oh Manela, diga-nos lá... não acha que isto cria um enorme contrasenso com o facto de andar constantemente a choramingar pelo facto de o PS (que tem a maioria absoluta) não ouvi-la a si e à restante oposição? Então quer ser ouvida e quando tem ideias, prefer guardá-las para que não lhas roubem?
Desista: GAME OVER!

Curiosa (ou nem por isso) é a reacção de dois fantoches (ainda... infelizmente) activos do partido do qual esta senhora é lider. Miguel Sousa Tavares e Marcelo Rebelo de Sousa, pois concerteza!!!
O primeiro ainda teve o discernimento de afirmar que «fala mal e nos momentos errados»... deve ser para compensar os disparates que disse e a atitude que teve no último debate da RTP no qual participou.
Já o segundo prefere pôr paninhos quentes na Dona Manuela - assim sendo, bem que podia aproveitar a deixa, formavam ambos um par e iam-se embora de vez.

Ironia ou não, a verdade é que esta velha chata insiste em proferir atrocidades, umas atrás das outras, dando a sensação de que, primeiro fala e depois é que pensa no que diz (será que pensa?).
Manuela, vou ensinar-lhe uma coisa: a ironia é uma das componentes da oratória - por sinal, um dos elementos fundamentais para qualquer pessoa que queira fazer parte da vida política. Sabia que qualquer actor político deve saber dominar esta arte?

...Oops, já me esquecia: a Manela, como muito bem diz, não está aqui para ser actriz (nem política, pelos vistos).

Minha senhora, tenha dó de si mesma, pare de se humilhar publicamente e vá-se embora enquanto é tempo. Não tem carisma para estar à frente de um partido em Portugal. Não só não está a fazer nada (faz é mal...) à frente de um partido que mais fraccionado já não podia aparentar estar, bem como não tem carácter para chefiar um Governo, ainda que hipoteticamente (e espero que esta hipótese esteja bem remota).

GAME OVER, MANUELA.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Americanos: o colapso económico por um fio - Capítulo 3


Anunciado há dois dias:
A General Motors pode não ter liquidez suficiente para sobreviver... até ao final do ano! Os prejuízos do maior dos gigantes mundiais da indústria automóvel chegaram aos 4 mil milhões de dólares no último trimestre.

Anunciado hoje: Se não conseguir a fusão com outro construtor ou a injecção de capital urgente, a Chrysler (detentora da Chrysler, Dodge e Jeep) e o consórcio que a detém - a Cerberus - pode não conseguir a operacionalidade para 2009 e ter que avançar para o sistema de demissões voluntárias.

Recordo que o governo norte-americano recusou-se a emprestar 10 mil milhões de dólares necessários para a fusão entre a Chrysler e a GM que decorria em conversações, entretanto canceladas.

A GM (e a Ford também) está desesperada que o governo norte-americano se decida a injectar uns bons milhares de milhões de dólares para garantir a subsistência do grupo que detém marcas como a Opel, a Chevrolet, a Saturn, a Cadillac, a Saab, entre muitas outras de que não precisa.

Eu acredito que é o que irá acontecer mais cedo ou mais tarde. A General Motors é uma das entidades que assegura as pensões de milhões de americanos. A falência desta empresa significaria uma crise mais violenta e devastadora do que a "perda" de um banco norte-americano. Será provavelmente e inevitavelmente, o Governo a salvar este gigante.

Há algumas horas, o Deutsche Bank avaliou as acções da GM em... zero, e aconselhou o grupo a vendê-las o quanto antes pois não acredita na viabilidade do grupo. Por sua vez, o Barclays avaliou as mesmas com um "target" de um dólar.

Esperem pelos próximos episódios...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

[Ford, GM, Chrysler] Eu não queria dizer isto, mas... «Eu avisei!...» - Capítulo 2



Eu não queria dizer isto, mas... Eu avisei.

A Ford e a General Motors exigiram ao Governo norte-americano que lhes seja injectado com urgência 25 mil milhões de Dólares. Que significa isto (depois do artigo que publiquei há quase 1 mês)?

Significa que as vendas de automóveis nos E.U.A. caíram 32% no mês passado para o valor mensal mais baixo de... 1911!!! Relembro que o pioneiro da estandardização, o Ford T, fez agora 100 anos e que 1911 foi um dos primeiros picos de produção deste modelo.
Significa também que o mercado de automóveis norte-americano enfrenta as maiores dificuldades desde 1982.

Por sua vez, intensificam-se os rumores de que as negociações de uma fusão entre a GM e a Chrysler estão a correr sobre água e que estão a fazer os possíveis para que aconteça rapidamente.
Caso se realize, irá haver uma grande reestruturação do espólio dos grupos e, inevitávelmente, um grande rol de milhares de despedimentos.

É a crise nos E.U.A. a dar sinais de que vai abalroar os gigantes mundais - americanos - da indústria automóvel. Se alguma destas 3 falir (principalmente a Ford e a GM), preparem-se para rezar porque muita cabeça e muita empresa, banco, fábrica irá rolar atrás (e não só nos E.U.A.)...

UPDATE: Acabei de ler num fórum de que corre o rumor de que a GM não sabe se tem dinheiro suficiente para sobreviver por poucos meses...

Sarah Palin... a saga continua!



Mesmo depois do Santo Obama ter convencido oficialmente o Mundo e os americanos de que vai mudar o Mundo, a menina Sarah Palin continua a dar que falar... e sempre pelos piores motivos. Mas onde é que John McCain tinha a cabeça para escolher esta dondoca fútil para hipotética Vice-Presidente dos E.U.A.? Estará assim tão senil?

O pior de tudo é que esta hockey mom que não faz a mínima ideia de quem sejam Sarkozy e Zapatero (para ela, talvez seja o nome de algmarcas de roupa... europeias, claro, porque tudo o que fica fora das fronteiras americanas, esta burra desconhece) prepara-se para ser a próxima líder dos republicanos e, assim, poder vir a ser eleita Presidente dos E.U.A. em 2012! QUE MEDO, fujam!!!

Senão vejamos...

Segundo a Fox News, agora que o alarido já terminou, alguns elementos da campanha pró-McCain começaram a levantar o véu sobre algumas coisas que era melhor ficarem escondidas. Segundo eles, «ela [Palin] não sabia que países fazem parte do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio [EUA, Canadá e México]» e que também «não sabia que África é um continente»!

Ainda segundo uma notícia publicada no Diário IOL, Palin recusou fazer qualquer preparação para a entrevista com Katie Couric. Resultado: a entrevista foi um autêntico desastre e Palin não soube dizer o nome de um jornal que leia diariamente.

Em contrapartida...
...Parece que Palin já começou a devolver boa parte das peças de roupa milionárias que usou durante a paródia que foi a campanha. Eu acho que esta campanha para as eleições deve ter sido «um escândalo», algo de maravilhoso e divertido para ela.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Manuela Ferreira Leite: com que então não era actriz política...




Ainda agora começou a (pré-)campanha para as eleições de 2009, e eu já não tenho pachorra, nem para o Sócas que diz que é "Doutor Enginheiro" nem para a velha chata da Ferreira Leite.

O PS e o austista e carrancudo governo de José Sócrates tem vivido de mediatismo e, em vésperas de novas eleições, tem vivido de medidas populistas que visam passar com o apagador nos últimos anos:

- banda-larga e Magalhães para todos os portugueses/as;
- aumento de 2,9% no salário mínimo e;
- salário mínimo de €450 para 2009 (ainda assim continuamos longe da ridícula barreira psicológica dos €500);
- anúncio de inflação menor do que os rendimentos médios (claro que estes valores vão ser corrigidos pelos media à medida que nos apercebermos que não é verdade).

O "Enginheiro Sócas" até parece mais simpático, sorridente e com um ar apaziguador nas últimas aparições públicas. Tão querido, tão fofinho.

Mas a opositora e líder laranja Manuela Ferreira Leite não lhe fica atrás.
Na verdade, ainda agora a campanha dela começou e eu já não tenho paciência para ela.

Agora inventou que o Governo tem que pedir desculpas. Isso foi antes de ter afirmado que o Governo age como se fosse uma empresa organizadora de eventos e que «tem ministros com funções jornalísticas, ministros que fazem de comentadores e ministros com vocação comercial» (por acaso, nesta até esteve bem... porque até concordo).

Antes disto tudo andou como uma mosca de volta do Orçamento de Estado para 2009 e só se enterrou cada vez que vinha a público falar dele.
Primeiro disse que estava bem, mas que precisava de verificar a veracidade das contas. Depois, disse que o Orçamento era surreal. Depois, em entrevistas, disse que só com o decorrer do próximo ano é que se ia provar se este Orçamento era correcto ou não (ou seja, voltou atrás). Agora, finalmente, nas palavras dela «Este Orçamento, como o PSD já sublinhou, é um exercício de grande ilusionismo, bem à medida do estilo a que o Eng. Sócrates nos habituou».

Não há paciência que chegue para esta velha feia, aborrecida, mal-arranjada, mal-vestida, mal-humorada (está sempre com cara de que ela é a personificação do Estado, ou seja: cara de quem lhe deve e não lhe paga) e homofóbica. Sim, eu não me esqueci dos disparates e barbaridades que esta senhora disse em entrevista aquando da discussão da proposta do BE/Verdes para o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Só isso faz com que não vote nela. Até porque, eu concordo com quase todas as medidas que ela tomou enquanto Ministra das Finanças (sim, eu fui a favor do "aperto do cinto" e da venda de património). Mas ela que se deixe ficar por aí. Não a quero ccomo Primeira-Ministra depois de atitudes destas.

Homem-Aranha, Super Homem e... Barack Obama


I'm sorry Obama, but I don't trust in you.

Assim começa o meu novo post. E é verdade. Barack Obama não conquistou a minha confiança e, portanto, não me vou juntar à maralha que organiza ovações ao senhor.

A primeira sensação que me dá - e que é extremamente enervante - é que os Portugueses estão tão preocupados, interessados e atentos com as eleições norte-americanas... como nunca estiveram com as portuguesas (sejam autárquicas, presidenciais ou legislativas)! E logo nós que somos tão patriotas e defensores do que é nacional quando toca a duas coisas: feriados no calendário e dia de jogo da selecção nacional de futebol. Para isto sim, já somos patriotas.
Mas pulando novamente para território americano...

Acho que Barack Obama mostrou demasiada demagogia (mais do que José Sócrates ou que Manuela Ferreira Leite...) e pareceu-me ser bastante teatral.
Não ponho em causa as convicções políticas do futuro Presidente dos E.U.A., mas ponho em causa a capacidade de liderar não só a potência que o país representa para o Mundo, mas o territótio itself.

Uma coisa ninguém pode negar, seja-se apoiante dele ou não: Barack Obama foi levado ao colo por quase todos os media. Na maior parte das vezes a única coisa que pareceu faltar foi canonizar e beatificar o homem! Claro que isso favoreceu-o, e ele ajudou à festa. Determinados pontos da retórica de Obama (sempre previsível e forçada... quase parecendo que estava a proferir as ideias e palavras de outrém), bem como a postura durante a campanha e a imagem física (pose para as câmeras inclusive) que passou para o "povo" foram sempre com a intenção de fazer Obama parecer a sequela de Martin Luther King.
A diferença é que MLK parecia convicto daquilo que dizia, porque a tensão social era infinitamente maior, e Obama pareceu estar a brincar ao teatro em algumas aparições públicas.

Simultâneamente, o inverso aconteceu a John McCain. Eu não sou adepto de políticas de direita, mas John McCain foi claramente desfavorecido pelos media. Ele também não ajudou e fez questão de enterrar-se a ele mesmo, seja com os ataques ao Santo Obama (que fizeram ricochete, naturalmente!), seja com a infeliz escolha da barata tonta da Sarah Palin. A verdade é que os media fizeram questão de sublinhar que McCain é um candidato republicano e que, em 2008, ser-se republicano significa "W. Bush parte II" para os americanos e para o Mundo... o dos ignorantes, claro.

O que o mundo dos ignorantes não sabe é que John McCain pertence à ala mais esquerdina dos republicanos conservadores (portanto, é uma espécie de centro-direita) e que teve bastantes conflitos com George W. Bush durante a campanha em 2000. Estes acontecimentos fizeram com que McCain tivesse sido virtualmente alienado pelos republicanos e ter sido visto, então, como um outsider. Se repararmos bem, Bush raramente apareceu ao lado de McCain na campanha. E se nos lembrarmos ainda melhor, McCain apareceu com sorriso forçado e "cara de chinesa" ao lado de Bush, após desistir das eleições em 2000. Portanto, não são propriamente amigos.

O que mais me assusta em Obama, para além do que supra-mencionei, é a lacuna de conteúdo e de matéria palpável sobre (reais) políticas governamentais no discurso dele. Ao invés disso, Obama compensou essa lacuna com muitíssimo eloquente paleio vazio sobre a harmonia universal e sobre a distribuição de riqueza.
Custa-me a acreditar como é que as pessoas não têm inteligência suficiente para perceber que o facto de Obama ser o primeiro presidente negro apenas vai ter importância em termos culturais... e a longo prazo.

Mas não sei qual dos lados, o pior.
Mais assustador ainda foi a possibilidade de Sarah Palin vir a tornar-se vice-presidente daquilo que os E.U.A. representam para o Mundo. Como Matt Damon disse, foi assustadora a possibilidade de uma dondoca (de uma hockey mom, como lhe apelidou) poder ter nas mãos dela o poder do botão nuclear que controla o Mundo, sendo ela uma senhora que em entrevista demonstrou que nem sequer fazia a mínima ideia de quem Sarkozy e Zapatero eram!

Mas voltando a Obama, a sensação que me dá é que Barack Obama andou todo este tempo a prometer mundos-e-fundos sem fazer a mínima ideia se possui os recursos para consegui-los. E o pior de tudo é que, a outra sensação que me dá é que, esses recursos não são suficientes e nem a estrutura sócio-político-cultural dos E.U.A. permite fazer algumas dessas mudanças.
Aquilo em que Obama pode ser positivo é para desfiar algum do enooooooooooorme desfasamento de mentalidades e de way-of-life que existe entre os grandes centros urbanos litorais (NY, a Califórnia, Boston, Chicago, SF, SJ, e mais um ou outro) e a restante América ideologicamente perdida no meio destes dois polos. Eu acho que é por aí que se tem que começar...

A questão põe-se na actual situação. Como é que Obama vai redistribuír a riqueza nos E.U.A. através dos impostos e vai enfrentar a crise que ainda está para vir simultâneamente?

O problema maior, e para o qual os E.U.A. souberam até há alguns meses desviar as atenções, é que a indústria pesada norte-americana - em sectores fulcrais - está arrasada... e a verdadeira crise ainda não chegou! O exemplo disso é a indústria automóvel norte-americana que tem um peso enorme na economia e que está... pelas ruas da amargura.
Chrysler está nas ruínas e desesperada à procura de um parceiro que lhe injecte capital.
A Ford colecciona prejuízo e resultados negativos e só a divisão Ford Europa é que dá lucro. O desespero é tão grande que os produtos da Ford Europa vão passar a ser comercializados nos States... mesmo com o Euro a valer muito mais e a prejudicar as importações.
A General Motors... ou arranja um plano de salvação e sai do vermelho (vermelho não... bordeaux!), livra-se de algumas das inúmeras (e desnecessesárias) marcas que possui e reformula por completo a sua estrutura interna e industrial ou estamos muito mal.


E o problema é que a indústria automóvel é apenas uma ponta do icebergue e que se os gigantes Ford e GM caírem... muita coisa nos E.U.A. e fora dele (empresas, fábricas, bancos... em todo o Mundo) vai caír atrás deles por arrastão e aí ninguém vai poder salvá-las.
Acho que ninguém está verdadeiramente a preocupar-se com isso. Ao invés disso, Obama fala em redistribuição da riqueza e, logo, do consumo... e acho que não é por aí que se devia partir.
A verdade é que Obama foi apanhado de surpresa pelo eclodir dos sinais mais preocupantes da crise a meio da campanha e, provavelmente, não tem/tinha um plano B.

Acho que o Barack Obama não é, nem de longe, revolucionário e que não vai salvar o Mundo. Portanto, não dou pulos de alegria, mas fico céptico e em stand by em relação ao panorama.