segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

U2: "revista Q revela tudo sobre o álbum" & "Bono diz adeus aos óculos de sol e... olá ao eyeliner!"


//UM: Q - Revelações inéditas sobre o novo disco... e sobre a imagem do Bono

A conceituada revista Q acabada de publicar online um preview do seu próximo número, à venda dia 31. E o destaque para o mês de Janeiro é... U2 e o novo disco! O mais relevante disto tudo é que, só este preview já mandou cá para fora toneladas de informação e de novidades!
Vamos com calma...

Conhecem o Bono? O frontman de uma das mais populares e bem sucedidas bandas da História, conhecido por nunca largar os óculos-de-sol (principalmente de há 20 anos para cá)?
Pois bem, na fotografia da banda que ilustra o mini-site da Q para os U2 (tirada por um fotógrafo da publicação) o Bono trocou o seu indispensável acessório de moda pelo... eyeliner! E ainda aparece noutra foto com esse efeito de maquilhagem. Das duas uma: ou tem andado a trocar ideias com o amigo de longa data Michael Stipe (R.E.M.) ou anda a inspirar-se nos antepassados e actuais punk (e derivados).
Seja de que maneira for, tal como ilustrado, o Bono parece estar numa pose algo possuído e teatral e menos "Bono". Será que... vem aí o regresso dos alter-egos (ou de novos!) do Zoo Tv, como o demoníaco e exuberante Mr. Macphisto?!!!

//DOIS: Q - Descrição do álbum e das canções

Mas o mais importante, é que este preview informa-nos de toneladas de preciosidades sobre o novo disco... até mesmo novos títulos e descrição resumida das canções! A saber...

O álbum é descrito como distanciando-se dos dois últimos, na medida em que All That You Can't Leave Behind (2000) e How To Dismantle An Atomic Bomb (2004) são um regresso às origens e aos U2 tradicionais, e o novo No Line On The Horizon entra no espírito do Achtung Baby, tentando antes palpar novos terrenos e ser mais arrojado - e menos tradicional.
A meio do artigo é mencionado que uma boa parte das canções tem uma atitude bem funky e que essa é uma das assinaturas do disco. O artigo revela ainda, no entanto, que a banda não se descolou por completo da "essência U2" e que, para além de reminiscências subtis, o disco revela sobretudo os "momentos eureka" do passado que nunca foram verdadeiramente explorados. Consta ainda que algumas canções foram bastante trabalhadas e reconstruídas desde os seus primórdios em Fez, Marrocos.
Alguns títulos de novas canções já se conheciam dos rumores, outros são novos, até para os mais fanáticos...

"Get Your Boots On" (provavelmente, o primeiro single - anteriormente e erradamente conhecido por "Sexy Boots" e "Get On Your Boots") é descrita como «heaving electro rocker» que faz pensar que talvez fosse isto que a banda queria para o mal-fadado Pop (1997). A descrição dá conta de ser um electro-grunge descontrolado, com um riff muito rock&roll e um cheiro a hip-hop a meio da canção. Esta informação junta à que já se conhece do clipe de áudio de má qualidade: compasso 6/8, andamento bastante up-tempo (148 BPM - a "Vertigo" tem 140) e oscilação entre guitarras distorcidas e wah-wah's. E parece que as botas não são "sexy", mas sim, as de um soldado. Um dos versos parece ser «I dont wanna talk about war between nations».

"Unknown Caller", uma das preferidas de The Edge, foi gravada ainda em Fez e abre com os cantos de pássaros gravados ao amanhecer durante as sessões em Marrocos. É sobre um homem à beira da loucura, para cujo telemóvel começam a ser-lhe enviadas mensagens bizarras sob forma de instruções «Reboot yourself, Password enter here, You're free to go!». Dallas Schoo diz que esta canção tem um dos melhores solos de sempre de The Edge.

"Moment Of Surrender", que Brian Eno descreve como sendo a melhor canção que já gravou com os U2, é um épico de sete minutos e meio, lento e denso, sobre estrelas obscuras e crises existenciais, e cria uma atmosfera com o mesmo poder que a "One" criou há 17 anos. Apesar da longa duração, "Moment Of Surrender" foi gravada num único take e parte da letra é: «I did not notice the passers by/And they did not notice me».

"Breathe" também é vista como uma das preferidas e crê-se ser um «fuck off live rocker» e um futuro live favourite com muita distorção. Inclui uma alegre secção de cordas, nas quais está presente um violoncelo com um feeling de Médio Oriente ao ser tocado. É uma das canções na qual Will.I.Am esteve presente nas sessões de gravação e parte do refrão já é conhecido dos fãs através dos trexos de má qualidade sonora: «Step out into the street/Sing your heart out».

Da faixa-título ("No Line On The Horizon"), escutaram-se duas versões distintas: a primeira, algo atmosférica, reminiscente da era The Unforgettable Fire, termina numa coda eufórica (pouco usual no catálogo dos U2); a segunda versão, bastante abrasiva, é mais descompassada, tem um ritmo fulgorante - meio punkish - fazendo lembrar The Pixies/Buzzcocks/Bow Wow Wow. A segunda versão (a que mais excita o Bono) foi gravada na última noite das sessões de gravação, mas o pessoal da revista preferiu a primeira versão. Na versão mais "pesadona" o refrão inclui o Bono gritando «No! Line!».

"Stand Up". Bono escreveu-a há pouco mais de dois meses, inspirado no activismo político e descreveu-a como «um pontapé na porta da hipocrisia, em vez da ideia do "vamos todos dar as mãos". A Q acrescentou à descrição o tal espírito funk, proporcionado pelo trabalho da guitarra do The Edge. Parte da letra da canção será «Stand up to rock stars/Napoleon is in high heels/Josephine be careful of small men with big ideas». "Stand Up" parece ser uma das faixas que melhor exibe o lado dos U2 que nunca ouvimos espelhado no disco, e o forte groove da faixa remete para os Led Zeppelin e para os Cream. The Edge afirmou que é uma das canções nas quais mais se evitou o Pro-Tools para eliminar as imprefeições, de modo a mantê-la crua. "Stand Up" é uma canção com um bom groove que começou com um ritmo marroquino, transformando-se em rock'n'roll.

"Every Breaking Wave" é algo lenta, toma forma em torno da voz do Bono e vai progressivamente crescendo de intensidade e na paixão («I dont know if I'm that strong»). Tem diversas pistas de guitarradas elecrónicas sobrepostas como camadas durante as estrofes cantadas pelo Bono e o melhor verso da letra é o epílogo da canção: «Every Sailor knows that the Sea/Is a friend made enemy».

"Winter" é uma balada acústica de 6 minutos, épica e descritiva (dentro de um estilo Simon & Garfunkel, dizem), com uma secção de cordas feitas por Brian Eno e uma secção rítmica falsa (portanto, não é a bateria do Larry) e os jornalistas da Q gostaram da letra escrita pelo Bono sobre um soldado na neve, na guerra do Afeganistão. Esta canção fará parte da banda sonora do filme Brothers de Jim Sheridan, protagonizado por Tobey Maguire.

Uma das reminiscências ao passado U2-istas do novo disco é "Magnificent", bastante atmosférica e que relembra os ecos dinâmicos da faixa de abertura do The Unforgettable Fire "A Sort Of Homecoming". Um dos versos da letra de "Magnificent" é «Only love can rest your mind». Consta ser um dos momentos altos de The Edge no disco.

"Crazy Tonight" é descrita como uma canção pop up-tempo inspirada nos anos 60 - muito ao estilo do que fez Phil Spector - e é outra das faixas nas quais Will.I.Am (dos Black Eyed Peas) esteve presente nas sessões - agora se será creditado na produção ou se fará algum remix com base na música, isso é outra história. «I'll go crazy I don't go crazy tonight» é um dos versos da canção e Bono gozou, comparado-os ao slogan de uma t-shirt de uma digressão.

Finalmente, "The Cedars Of Lebanon" dá a sensação de ter sido escrita por um correspondente de guerra e sobre vidas cruzadas num cenário bélico. Sabe-se que a secção de percussão foi inspirada em Jimmy Hendrix. A letra faz referências a 16 de Julho e aos à espécie de árvores "Cedro do Líbano" (ambas as referências com simbologias relacionadas) e termina com o verso «Choose your enemies carefully cos they will define you».

Bono fez referência a uma canção chamada "Tripoli" na entrevista, provavelmente a banda-sonora para o vídeo que Anton Corbijn gravou com um motard viajando de Paris até Cádiz, terminando no Norte de África com cenários de incêndios.
Fora da descrição do disco e do artigo da Q parecem ter ficado títulos conhecidos dos rumores e entrevistas antigas, como "One Bird", "(Coming To The Surface) For Your Love" e a sobra do último disco "Mercy" - o que não significa que não sejam incluídas no álbum e que também não tenham sido escutadas pelos jornalistas.

Relativamente às letras, o Bono parece ter deixado o "ter que ser aceitável" de lado e ter passado a escrever sobre o que ele quer. Consta que as temáticas políticas estão de volta em força e que isso projecta-se na inspiração para o disco. Consta ainda que é um disco menos pessoal do que os dois últimos e que o Bono parece usar mais a terceira pessoa e a observação/descrição nas letras, do que os relatos na primeira pessoa dos últimos anos.
No fim de contas, um dos consensos é o facto do álbum parecer ser um dos mais ecléticos do catálogo da banda, mas simultaneamente, um dos mais coesos e que melhor cumpre o conceito de álbum - em vez de uma mera colecção de canções.

Larry corroborou o rumor de haver o desejo de lançar rapidamente outro álbum baseado na enorme quantidade de material escrito para estas sessões.

//TRÊS: Amazon desvenda: 5 formatos distintos

O popular site Amazon deixou revelar que o novo disco dos U2, No Line On The Horizon será comercializado em 5 formatos distintos... e alguns deles nada baratos!

Formatos convencionais:
Audio CD - $9.99
Vinil (2 LP's) - $17.99

Edições limitadas:
Versão digi pack (CD/Poster/Film Download) - $35.98
Versão Magazine (CD/Magazine/Film Download) - $49.98
Box set (CD/Poster/Book/DVD) - $95.98


//QUATRO: Corbijn e um filme?

Um novo rumor relativo ao novo disco é de que o filme (mencionado nas edições limitadas pela Amazon) foi dirigido por Anton Corbijn (já conhecido da banda desde os anos 80) e que terá por base as canções de No Line On The Horizon. Especula-se de que neste filme poderão ser incluídas canções que ficaram de fora do disco.


//CINCO: Rumores da rádio - 15 canções?

Uma rádio nova-iorquina noticiou há poucas horas que o novo disco dos U2, a ser lançado no dia 2 de Março terá cerca de 15 canções. Se isto se confirmar, significa duas coisas: em primeiro lugar que (excluíndo o Rattle And Hum - 17 canções - que é mais uma banda-sonora do que um álbum de originais, e o side-project dos Passengers) é a primeira vez que um álbum de originais dos U2 sai fora do eixo das 10-12 canções; e por outro lado que será um único disco, e não, um álbum duplo como se chegou a plenear.

De uma digressão mundial é que não há notícias nem rumores recentes. Ou será anunciada brevemente, ou a banda deixará os concertos para 2010.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

U2 OFICIAL: Data e Título


O site oficial dos U2 anunciou ontem que o novo álbum da banda tem título e data de lançamento definida. No Line On The Horizon (sempre se confirma o nome... que também é o título de uma das canções) é o 12º registo de estúdio dos irlandeses e será lançado mundialmente no dia 2 de Março (3 de Março nos EUA e uns dias antes na Austrália e Japão).
Segundo o mesmo artigo, tal como já se sabia, o disco foi produzido por Daniel Lanois e Brian Eno, e contou com Steve Lillywhilte na produção adicional [e então... onde é que está o Will.I.Am, BLITZ?].

Curiosidades
O Pop - que não teve carreira comercial muito bem sucedida - foi lançado a 3 de Março de 1997 e também estava previsto para a quadra natalícia do ano anterior.
A próxima cerimónia de entrega dos prémios Grammy realiza-se no próximo dia 8 de Fevereiro. Os U2 são um dos maiores detentores no número de Grammies (23) e não irão perder, decerto, esta oportunidade para uma actuação do novo single e de apelar ao tão importante público norte-americano.

Mas afinal qual é o primeiro single?
Não se sabe. Tendo em conta os rumores de que a banda esteve em Londres a gravar um videoclipe (já é o terceiro vídeo de cuja rodagem se tem notícia e ainda faltam 3 meses para o lançamento do álbum!) que envolve raparigas a desfilar com botas, o que pressupõe que o single de estreia de No Line On The Horizon seja "Get On Your Boots".
Segundo as gravações de má qualidade do último Verão, "Get On Your Boots" é uma faixa rock bastante rápida (148 BPM) com um compasso de 6/8 e que oscila entre uma linha de baixo vibrante, guitarras distorcidas e guitarras com efeito wah wah. Esperemos para ver...

NOTA
A imagem que ilustra o artigo é, obviamente, recente e acompanhava também o artigo do site oficial. Foi, provavelmente, tirada por Anton Corbijn.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

U2 álbum 2009: UPDATE


Esta semana têm sido discutidos em Londres, os pormenores do lançamento do novo disco dos U2, com os executivos da Universal Music. Têm sido abordados os pormenores relativos ao primeiro single - e restantes, às datas de lançamento e à digressão.

Há sobretudo duas grandes dúvidas: qual o primeiro single e em que formato será lançado?

A banda e os executivos parecem indecisos e divergentes em relação à canção que fará as hostes de abertura ao álbum. Uns preferem uma canção com uma sonoridade mais tradicional, outros preferem uma das canções mais arriscadas e fora da "zona segura". Consta que, inclusive, que já estão prontos dois videoclipes para duas canções diferentes.
Há ainda a hipótese de (apesar do álbum só estar previsto para Fevereiro) o primeiro single ser apresentado ainda este mês (e ainda dentro de 2008).

O formato do disco é a outra divergência:
1) álbum duplo;
2) um só disco e as restantes canções como b-sides;
3) um só disco e o resto disponibilizado na internet.

Eu espero que a banda opte pela opção 1) e que siga o rumor dos dois discos ("Sea" & "Sky") diferentes um do outro.

UPDATE
Os U2 estão em Londres a gravar um novo videoclipe (já é o terceiro e o álbum ainda nem tem data). A banda num cenário verde e a rodagem inclui muitas meninas calçando... botas. Ou muito me engano, ou será o videoclipe para "Get On Your Boots". Refira-se que a direcção deste videoclipe está a cargo de Alex Courtes que dirigiu os vídeos para "City Of Blinding Lights" e "Vertigo" (que ganhou o Grammy de melhor teledisco) do último álbum da banda, How To Dismantle An Atomic Bomb.

Indústria Automóvel + Crise = o descalabro / Vêm aí dias difíceis


Ontem foi chumbada a proposta de 35 mil milhões de dólares para auxiliar os três grandes americanos - General Motors, Chrysler e Ford. O senado recuou na aprovação da proposta por causa da pressão dos sindicatos em recusar ligeiro decréscimo salários e manter as regalias e luxos que as empresas americanas são obrigadas a oferecer aos trabalhadores e ex-trabalhadores. Se o Estado norte-americano tivesse aprovado este plano, passaria a deter a maior parte das acções destes construtores o que significava que estavam... nacionalizados.
Custa-me a acreditar, por isso, que senado e sindicatos prefiram o cenário que aí vem do que a salvação da indústria que garantir-lhes-ia o futuro.

Apesar da situação do grupo Ford não ser famosa, a casa-mãe disse não ter (por enquanto) problemas de liquidez - muito graças à performance da Ford Europa. Já a GM e a Chrysler afirmam não terem liquidez suficiente para se aguentarem nos próximos meses. A Chrysler diz mesmo que não sabe se aguenta até ao final do primeiro trimestre de 2009.

O que é que isto significa?
Se a Chrysler e (principalmente) a GM falirem... será o caos. Harry Reid, chefe da maioria democrata, prevê o desemprego para milhões (não milhares, atenção!) de pessoas nos Estados Unidos.
Volto a chamar à atenção para o caso de a General Motors (ou/e a Ford) falirem... será o início de uma gravíssima depressão económica à escala mundial.

Enquanto isso, correm rumores e mais rumores pelos corredores da imprensa.

A GM quer desfazer-se da Saab e a Ford da Volvo. Ambas suecas, o governo sueco já afirmou disponibilizar 28 mil milhões de coroas suecas (2,64 mil milhões de euros) numa espécie de linha de crédito para a Saab e para a Volvo e nacionalizá-las por período indeterminado enquanto novos investidores não surgirem. Cá por mim, preferia ver a Saab e a Volvo juntas numa aliança como a PSA (Peugeo-Citroën) ou a franco-nipónica de Carlos Ghosn (Renault-Nissan).

Aqui pelo sul da Europa, o CEO da Fiat, Sergio Marchionne, disse que é urgente a fusão ou aliança do Grupo Fiat (Alfa Romeo, Fiat, Lancia, Maserati, Iveco, Ferrari) a outro grande construtor, no prazo de dois anos, para poder sobreviver. Recorde-se que a Fiat esteve à beira da falência entre 2002 e 2005 e que, depois de uma parceria desastrosa com a GM, os lucros espantosos dos últimos três anos ainda não garantiram um futuro risonho aos italianos. Segundo a previsão de Marchionne, apenas 6 grandes construtores irão sobreviver ao actual panorama.

Todos os quase todos os construtores de automóveis mundiais estão no vermelho e as vendas caem a pique... até na China! A Toyota que vinha crescendo fulgorosamente e ameaçando a GM no primeiro lugar, apresentará prejuízos, pela primeira vez em muitos anos, em 2008.

O final da telenovela não de afigura muito feliz, mas vamos aguardar pelos próximos episódios e esperar que nós também não sejamos afectados. Por cá, José Sócrates continua a fazer acreditar que está tudo bem...

A idade da Banana


Às vezes dá-me a sensação que a alcunha de "República das Bananas" dadas ao "Jardim à beira-mar plantado" vem de... Esperem lá... "Bananas"? "Jardim"? Bah... Já percebi tudo! E acho que vocês também.

A verdade é que o nojo de homem que é Alberto João Jardim voltou ao teatro e a querer ter o papel principal. Desta vez, quis levar mais a sério a sua personagem mais frequente de ditador autoritário e chupista ao dizer que nós somos «o inimigo do povo da Madeira» e a proferir ameaças ao "Governo de Lisboa" ao dizer que se a Madeira for prejudicada «a República irá sofrer as consequências». O que é que vais fazer? Um Golpe de Estado e passas a ser o substituto de Oliveira Salazar?

"Inimigos do povo da Madeira"? Ameaças ao poder supremo? Onde é que já ouvi isto? Dá-me a sensação de ter ouvido ideias semelhantes há 75 anos atrás no centro da Europa.
O que João Jardim não tem em comum com os ditadores Europeus de meados do séc. XX é que estes últimos, para além de não serem brejeiros, tinham uma postura física bastante mais atraente e apelativa para as massas.

Das duas uma: ou requeres a independência da Madeira e aí podes continuar a tua ditadura (estilo país do centro de África - a única diferença é que na Madeira entra muito mais dinheiro... vindo de Portugal Continental, claro), ou deixa-te de teatros, porque esse está em exibição há demasiado tempo.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Daddy's Gonna Pay For Your Crashed Car


É tão bonito, chega a ser comovente!...
Não estou naturalmente a falar da nossa mãe (a pátria - deve...), mas sim, do nosso papá - o Estado.
Porque é isso que o Estado é para nós, hoje. Paternalista. Bem ao estilo da Roma Antiga em que o pater familias era o supremo estatuto social e familiar. É um papá que está sempre lá para aparar os golpes. Estes últimos têm sido bem problemáticos, ultimamente. Mas o papá está lá até ao fim para cobrir e resolver os problemas dos filhotes. Que o digam o BPP, o BPN, as minas de Aljustrel e a indústria automóvel!... Hein, um papá como estes também eu queria!

Mas depois vem o reverso da medalha. É que o papá é extremamente manipulador e é através destas acções de caridade que consegue controlar tudo e todos. Como este papá não é um humano físico, a terapia não pode resolver o problema dele. Talvez um papá novo... que acham?

You're a precious stone
You're out on your own
You know everyone in the world
But you feel alone
Daddy won't let you weep
Daddy won't let you ache
Daddy give you as much as you can take

A little uptight
You're a baby's fist
Butterfly kisses up and down your wrist
When you see daddy coming
You're licking your lip
Nails bitten down to the quick

You've got a head full of traffic
You're a siren's song
You cry for mama
And daddy's right along
He gives you the keys to a flamin' car
Daddy's with you wherever you are
Daddy's a comfort
He's your best friend
Daddy hold your hand... to the end

A-ha sha-la, a-ha sha-la, a-ha sha-la
DADDY'S GONNA PAY FOR YOUR CRASHED CAR
Sunday, Monday, Tuesday, Wednesday, Thursday, Friday, Saturday's alright...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

U2: Últimas... 9 artigos que a Blitz podia ter publicado, mas não fez






Tal como já tenho indignamente expressado no site da publicação temática BLITZ, entistece-me um pouco que sejam descartadas informações relevantes sobre o que a banda vem desenvolvendo - e não só - em prol da persistência em publicar online artigos que construam a imagem da banda em torno da controvérsia do mediático activismo político do vocalista, Bono, numa espécie de "Bono: o bonzinho que é vilão". Não é difícil de chegar-se à conclusão que muitas das notícias etiquetadas com "Bono" ou "U2" das últimas semanas remetem apenas para esta ideia, quando a banda está prestes a lançar um novo trabalho e as informações publicadas a este respeito nem sempre foram devidamente "tratadas".
Assim sendo, aqui vão - enumeradas, informações úteis sobre os burburinhos que têm cercado dos U2 nos últimos dias...

1) Aos 60 anos, vítima de cancro, morreu Rob Partridge, o executivo que descobriu os U2 e que lhes ofereceu o primeiro contrato, há quase 30 anos.

2) A masterização do novo disco dos U2 terminou na semana passada, em Londres (em vez de Dublin, nos Hanover Quay), num estúdio não revelado.

3) Para além da notícia de que vai ser totalmente redesenhado e de que terá brevemente um novo layout no início de 2009 (o que significa que o álbum está próximo), o site oficial da banda publicou recentemente dois vídeos:
3.1 Um, com cerca de 20 segundos, mostra o Bono num fundo azul claro pronto a ser filmado - provavelmente para um novo videoclipe.
3.2 O segundo, com cerca de 2 minutos, chama-se "Sea and Sky" e consiste apenas numa filmagem de uma paisagem à beira-mar onde o céu não se distingue do mar, sugerindo a ideia do título "No Line On The Horizon".
3.3 Este último vídeo criou o rumor na base de fãs de que o próximo álbum dos U2 é um álbum duplo, por várias razões. "Sea" e "Sky" seriam o nome de cada um dos discos. Daniel Lanois (e agora The Edge - ler ponto 4.7), a seguir) mencionou duas vezes a mistura de "duas metades" do álbum.

4) A MOJO publicou esta semana um exclusivo com The Edge em que este põe à disposição inúmeras informações importantes:
4.1 "No Line On The Horizon" é o título de uma das canções e é o título provisório do álbum (pode não ser o título final escolhido). The Edge refere que é uma frase do Bono que sugere a ideia do infinito, numa imagem em que quando nos afastamos de algo, perdemos a percepção e a noção de algumas formas, tal como a linha do horizonte que separa o céu e o mar.
4.2 Todas as canções das sessões com o produtor Rick Rubin (Verão de 2006, de onde saíram os dois inéditos do 18 Singles) foram descartadas do novo álbum, que vai servir-se apenas do que foi composto apartir das sessões em Marrocos com Eno e Lanois.
4.3 Referiu-se a Rubin como um homem muito inteligente e apaixonado pela música, mas a metodologia de trabalho dele é o oposto da dos U2: Rubin quer o trabalho praticamente terminado e as ideias em ordem antes de irem para estúdio gravar; os U2 desenvolvem todo o trabalho em estúdio e as ideias surgem até à última hora (os U2 são conhecidos por gravarem ideias novas mesmo em cima da masterização ou da mixagem, como em "The Fly", "Fast Cars" ou "Last Night On Earth").
4.4 Referiu-se a Eno e Lanois como os dois homens que empurram os U2 para fora da zona de conforto e que obrigam-nos a explorar território desconhecido.
4.5 Uma das diferenças deste álbum para os dois últimos são as letras: os dois últimos foram pessoais e "na primeira pessoa". No novo disco, continua a haver uma perspectiva pessoal por parte do Bono, mas este surge mais numa "terceira pessoa" e tem mais liberdade temática.
4.6 Voltou a falar de "Moment Of Surrender" como uma canção densa com cerca de 7 minutos e meio (corresponde ao que Lanois já havia descrito) e mencionou um novo título: "Unknown Caller", uma das faixas onde as influências de Fez estará mais presente.
4.7 The Edge também referiu o carácter "bipolar" do disco: metade do disco é mais tradicional, mesmo não sendo parecido com o mais tradicional dos U2, e outra metade é mais experimental e aventureira. Metade do disco são canções cuja composição ficou praticamente intacta face ao que havia surgido em Marrocos, a outra metade são canções que foram mais trabalhadas e que sofreram várias mutações até à forma final.
4.8 As lições de piano do Bono vão servir para projectos à parte como o musical com base no Homem-Aranha. [de referir que o título "Boy Falling From The Sky" (que é provavelmente o «beach clip #402» a.k.a. "All My Life") provavelmente terá sido desviado para este projecto]

Títulos de canções confirmados ou que parecem definitivos das sessões de gravação:
1. "One Bird"
2. "Coming To The Surface For Your Love" (anteriormente ou também conhecido como "For Your Love")
3. "No Line On The Horizon"
4. "Moment Of Surrender"
5. "The Cedars Of Lebanon" (provavelmente é o clipe #4 dos que foram gravados por um fã)
6. "Get On Your Boots" (anteriormente - e incorrectamente - conhecido e noticiado como "Sexy Boots"; corresponde ao clipe #3)
7. "Breathe" (é o clipe #2, anteriormente conhecido por "Walk Out Into The Streets" e já surgiu num dos vídeos estranhos do u2.com)
8. "Stand Up" (título de canção que o Bono escreveu mais recentemente, conforme noticiado neste blogue)
9. "Unknown Caller" (título referido pelo The Edge para a MOJO)

"Mercy" e "North Star" (tributo a Johnny Cash) - sobras do How To Dismantle An Atomic Bomb podem ter ficado de fora, bem como títulos como "If I Could Live My Life Again", "You Can't Give Your Heart Away" ou "Love Is All We Have Left".

5) O álbum está planeado para ser lançado em Fevereiro ou no início de Março e o primeiro single deverá ser lançado nas próximas semanas. O site HMV avança com a data de 23 de Fevereiro.

6) Depois do The Joshua Tree, depois da "tríptica" Boy, October, War, e depois do Under a Blood Red Sky (EP + o DVD), em Julho será a vez do The Unforgettable Fire (que fará então 25 anos) e em Outubro será a vez do Achtung Baby serem remasterizados e acompanhados de material bónus. Consta também que o Rattle And Hum seguir-se-à num processo idêntico ao Under a Blood Red Sky (com o DVD do filme a acompanhar o álbum).

7) Volto a recordar que Said Taghmaoui, segundo rumores, será o protagonista de todos os videoclipes do próximo disco da banda. Teremos vídeos em forma de sequela?

8) Ontem, Dia Mundial da Luta Contra a Sida, foi lançada um novo serviço da campanha organizacional (RED), da qual o Bono é o porta-voz (não o mentor/líder como é sugerido). O (RED)WIRE (ao contrário do que a BLITZ sugere como sendo uma revista online) é um software informático, numa espécie de plataforma de ficheiros, na qual, ao pagarmos €5 mensais (que revertem para a (RED) na pesquisa e no fornecimento de informação e de medicamentos no combate à SIDA em África) podemos ter acesso a artigos sobre a temática e - o mais importante - a vídeos e canções inéditas de bandas e artistas associados. Os The Killers e os Coldplay arrancaram com o projecto e, ontem, foi a vez dos U2 lançarem um videoclipe com base num cover da canção "I Believe In Father Christmas", gravada apenas há dias.
A curiosidade reside no facto de, apesar do título, "I Believe In Father Christmas" não é uma canção de Natal, mas sim, uma canção de protesto contra os valores do consumismo desenfreado nesta época.

9) Também ontem, "vazaram na internet" (como dizem os brasileiros) um conjunto de imagens (as "still captures" que ilustram este artigo) possivelmente do primeiro videoclipe promocional ao novo disco da banda. O que significa que o primeiro single estará mesmo aí a estoirar. O vídeo que foi referido no ponto 3.1 corresponde, provavelmente, à rodagem do vídeo destas imagens.

Aqui estão, portanto... 9 notícias (num só artigo) sobre os U2 que podiam perfeitamente ter sido publicadas nos últimos dias. Em vez disso, tivemos mais do mesmo, como já vem sendo hábito. As imagens públicas... constroem-se!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dia Mundial da Luta contra o Monstro



Comemora-se hoje, uma vez mais, o Dia Mundial da Luta contra a SIDA. Passaram-se quase três décadas desde a identificação do vírus e da classificação e reconhecimento por parte da OMS do Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Enquanto isso, principalmente em países de África e da Ásia, onde um comprimido custa para essas pessoas centenas ou milhares de vezes mais aquilo que custa para nós, a epidemia começada por esta doença não pára de fazer vítimas. A SIDA irá continuar a sua cruzada pessoal. É um monstro que se tem que combater.
Fomos nós que o criámos. Porque o monstro não é, no fundo, a forma como a doença afecta as pessoas clinicamente.

Nós somos o monstro e somos nós que o alimentamos. E há vários feeders para o monstro.
É a interesseira, corrupta e demoníaca indústria farmaceutica mundial que só tem a ganhar se conseguir fazer render o máximo possível com medicamentos e com soluções químicas que valorizam por serem extremamente necessárias e urgentes. Por isso, também só beneficia se atrasar o máximo possível a circulação e acesso a essas mesmas substâncias e a esses medicamentos.
São os corruptos chefes-de-Estado destes países pobres que beneficiam da falta de informação para conseguir alimentar as suas fortunas, a sua sede de poder e a vontade de continuar a estar no topo da pirâmide política do seu país por muitas décadas a roubar riqueza, como se de chefes de tribos primitivas ainda se tratassem.
Somos nós, que vivemos em países - supostamente - desenvolvidos, e que insistimos em ajudar a manter o mosntro vivo.
Somos nós, que temos fácil acesso à informação útil sobre esta doença na nossa mão há vinte anos e que insistimos em adoptar práticas de risco.
Somos nós, os nossos superiores hierárquicos e aqueles que nos rodeiam que insistimos em afirmar que existem grupos de risco em vez de termos tomates para admitir que apenas existem práticas de risco. Somos nós que persistimos em perseguir determinados grupos sociais e de discriminá-los em busca de um culpado, quando a culpa é apenas nossa.
São os nossos patrões, os nossos vizinhos e até a nossa família que nos despedem, que deixam de nos dizer "bom dia" e que deixam de nos contactar porque o monstro que alimentamos nos atacou a nós.

Será que, desta vez, vamos utilizar o argumento "crise económica Mundial" para parar a luta?
Durante quanto tempo mais vamos querer manter o monstro respirar?
Durante quanto tempo mais vamos querer continuar a produzir anti-virais de custo reduzido ou amortizado e vamos continuar a recusar enviá-los para África - onde se está mais vulnerável aos ataques do monstro - e distribuí-los por quem precisa desesperadamente por egoismo puro?
Durante quanto tempo mais vamos manter o estigma do "preservativo que tira a sensibilidade, o prazer e que interfere com a defesa da masculinidade"?
Durante quanto tempo mais vamos continuar a demitir dos seus postos de trabalho pessoas capazes e a excluír das nossas vidas aqueles a quem o monstro já atacou?
Durante quanto tempo mais vamos fingir que o monstro é o papão e que irá embora quando adormecermos?

A fotografia que ilustra este artigo é da autoria de David Wojnarowicz, pintor, fotógrafo, escritor, e director de filmes e de espectáculos de artes performativas. Wojnarowicz era homossexual, vivia em Nova Iorque e faleceu em 1992, depois de infectado com o vírus da SIDA.
Esta imagem é a capa do single da canção "One" dos irlandeses U2 e deu origem a um doa três videoclipes para este tema. Uma das três interpretações desta canção remete para uma conversa entre pai e filho, em que o segundo, vítima do vírus, reconhece que «we're one, but we're not the same / we get to carry each other». Quando a "One" foi lançada como single, os lucros obtidos reverteram para instituições de pesquisa científica e para organizações no apoio na luta contra a SIDA.