segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O futuro está aí a chegar: Nissan Leaf

Foi ontem desvendado o primeiro automóvel eléctrico franco-nipónico (nada de híbridos e pilhas duracel...) pronto a ser produzido em larga escala.
Estou a falar do projecto da Renault/Nissan que começa por dar os primeiros passos sob forma de uma berlina compacta de design fluído baptizada... Nissan Leaf.
A versão ontem apresentada é ainda um concept-car pronto a ser exibido em grandes salões e exposições, mas não anda muito longe daquilo a que o consumidor e comum-mortal poderá aceder apartir de 2011.

O Leaf é um automóvel do segmento médio (Golf, Focus, Mégane, 308, Astra...), medindo 4,45 m de comprimento (mais 25 do que um Golf), 1,77 m de largura, 1,55 m de altura (mais 10 cm do que a média do segmento) e distância entre-eixos de 2,7 m.

Pode transportar 5 pessoas e é movido por um motor eléctrico alimentado por um conjunto de baterias de iões de lítio que fornece 80 kW de potência e que pode até ser carregada através de uma tomada de 200 V - das que temos em casa (demorando aí cerca de 8 horas a carregar) ou através de carregamentos rápidos em postos específicos. As baterias e o motor estão instalados sob o piso do carro, ao invés da colocação na dianteira ou na traseira do veículo.

Segundo a Nissan, as principais características deste projecto são:
1) Preço acessível (prêve-se que custe apenas ligeiramente mais do que um Nissan Tiida ou um Renault Mégane com potência equivalente);
2) Emissão de gases poluentes... zero (é um eléctrico!);
3) Design distinto;
4) Autonomia de 160 km;
5) Connected Mobility: sistema inteligente de transporte e condução.

Para quem não se recorda, o actual Primeiro-Ministro assinou um acordo com a Renault/Nissan, colocando Portugal na linha da frente da propulsão deste projecto - ao lado de Israel, da Dinamarca, dos EUA e da Espanha - sabendo-se já que serão instalados numa primeira fase mais de uma milhar de postos de abastecimento para este tipo de veículos até ao final de 2010.

Para além disso, foi recentemente confirmado que uma das fábricas que irá produzir os motores para o Nissan Leaf será instalada... em Portugal (só esperemos que não seja um negócio ruinoso do tipo Renault Cacia ou GM Azambuja!...).

O Nissan Leaf segue-se a uma série de outros projectos (na sua maioria, japoneses, claro...) - como o Mitsubishi i-MIEV, o Honda FCX Clarity, entre outros - que visam o impulsionar da indústria dos veículos eléctricos, um pouco contra o impasse alternativo (solução tenporária) dos híbridos ou dos veículos a gás natural.

Pessoalmente, aguardo com curiosidade este projecto...












terça-feira, 21 de julho de 2009

Afirma Pereira [com update]



Como se já não fossem suficientes as atrocidades com que somos obrigados a levar nas crónicas jornalísticas, nos blogues e nas intervenções da SIC Notícias, foi decidido que o fabuloso Pacheco Pereira teria agora também direito a um espacinho de opinião no seio do mesmo canal televisivo.

Não há nada de mal nisso. Os programas de opinião têm utilidade pública e existem há muito tempo. O problema começa quando à frente deste pomos alguém como Pacheco Pereira. É mais do que óbvio de que não nutro a mínima simpatia por esta figura (política) e pelas calamidades que costuma cuspir para a esfera pública, envoltas e disfarçadas de sabedoria académica e de bagagem política (que às vezes desconfio estar vazia). Mas antes que me ataquem logo de opções partidárias neste mero post - de opinião! - os que e conhecem, sabem que não tenho qualquer afiliação partidária e nem tenho vínculos afectivos particulares a nenhum dos extremos da entropia política (e muito menos ao centro do linear). Portanto, o argumento do «ser anti-PSD e anti-direita» está excluído.
Pois sim, eu podia estar a escrever sobre as diversas catástrofes naturais que o Dr. Francisco Louçã, Jerónimo Martins (ou até mesmo sobre a actual grande paixão de Pacheco Pereira, Manuela Ferreira Leite) proferem regularmente, mas como foi o novo Ponto Contra Ponto que me beliscou e é aqui que me fixo neste post.

A começar logo logo pela postura típica - sem nunca fugir (porque nisso é exímio e fiel a si mesmo) - à do típico professor universitário, narcísico, arrogante e desinteressante.
A segunda característica que achei engraçada foi o facto de Pacheco Pereira começar por introduzir o formato através de uma espécie de choramingar, de birra por não ter real representatividade política hoje, afirmando que a liberdade nunca esteve tão ameaçada na História recente do País, como actualmente. Aquilo de que se esquece é que mais tempo-de-antena do que era possível, ele não podia ter! E que liberdade essa, tem-na toda, a contar com a orientação ideológica da maior parte dos media onde se expressa, que não difere muito de media para media e que, por sua vez, também não se afasta muito da sua.

Contudo, o mais curioso de tudo é que, as emissões de Ponto Contra Ponto, para além das vingançazinhas pessoais, giram em torno da (pseudo-)crítica e análise a itens jornalísticos. Só é mesmo pena que se fique pelo pseudo, porque para além de análises meio egocentralisadas, não vejo mais nada.
A conclusão a que cheguei é de que, em diversos momentos, Pacheco Pereira opta por analisar... a coesão textual linguística de publicações... Só que alguns dos exemplos que deu não têm qualquer erro ao nível da coesão textual (pelo contrário, só mostra parcialidade na leitura dos artigos e incapacidade de análise superficial), o que é grave por parte de um docente universitário.

Na última emissão, o senhor decidiu começar por falar sobre os comentários de leitores nos sites oficiais de algumas das publicações jornalísticas em Portugal, construíndo a sua opinião através de metáforas pobres e pouco imaginativas. Não teve sequer em conta o facto de não poder avaliar o fenómeno "imprensa na internet" da mesma forma que avalia a imprensa noutro contexto, dadas as singularidades do fenómeno sócio-cultural que a web representa.

Então, qual é a principal ideia que se retém desta... coisa (ainda não sei se lhe deva chamar programa)?
Quem frequentou o ensino superior, de certeza absoluta que se lembra de um professor ou outro que fazia parte da mobília da casa e que, por essa razão, achava-se no direito de exercer a sua falta de auto-estima através da arrogância e da prepotência nas aulas e no âmbito das disciplinas. E quem não se lembra dos professores antigos que, por desleixo, ou por falta de jeito para qualquer actividade, lá tinha que dar umas aulas e leccionava anos e anos, indo para as aulas, na maior parte das vezes, sem um planeamento, uma estrutura programática, dissertando sobre o que bem lhe apetecia naquele dia?
O Ponto Contra Ponto é precisamente isso, com a diferença de que tem telespectadores, em vez de universitários desesperados. Aliás, seja aqui, ou na Quadratura do Círculo, ou noutro contexto, a postura de Pacheco Pereira é sempre essa.

Não há nada de errado com os programas dedicados a espaços de opinião. Mas isto serve para quê? Para além de termos Pacheco Pereira a dissertar negativamente sobre os seus ódios de estimação - mais ou menos como os cronistas da imprensa sensacionalista, não é diferente - não estou a ver qualquer outra utilidade.
A Manuela Moura Guedes também devia ter um espaço de opinião onde ela pudesse aliviar o stress, dizendo os disparates não-jornalísticos que lhe apetecesse, mas não... Temos também de levar com uma actividade lúdica todas as sextas-feiras num canal generalista, em prime time.

Dentro de dias, acrescento aqui o sketch cómico d'Os Contemporâneos do dia 19 de de Julho, sobre esta... coisa. É ilucidativo.

UPDATE: aqui está ele. Enjoy it.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

10 RAZÕES PELAS QUAIS OS GAYS NÃO DEVERIAM NUNCA CASAR (e muito menos adoptar)

A propósito do lançamento do MPI no próximo domingo, já começou de novo a celeuma e o disparar de disparates e de manifestações de ignorância e de medo (pânico) irracional relativamente a esta temática.

Assim sendo, vou transcrever um texto jocoso (em inglês) que encontrei no facebook, gozando e imitando a postura dos indivíduos que mencionei na anterior frase. Riam-se e reflictam sobre isto.

01) Being gay is not natural. Real people always reject unnatural things like eyeglasses, polyester, and air conditioning.

02) Gay marriage will encourage people to be gay, in the same way that hanging around tall people will make you tall.

03) Legalizing gay marriage will open the door to all kinds of crazy behavior. People may even wish to marry their pets because a dog has legal standing and can sign a marriage contract.

04) Straight marriage has been around a long time and hasn't changed at all; women are still property, blacks still can't marry whites, and divorce is still illegal.

05) Straight marriage will be less meaningful if gay marriage were allowed; the sanctity of Britany Spears' 55-hour just-for-fun marriage would be destroyed.

06) Straight marriages are valid because they produce children. Gay couples, infertile couples, and old people shouldn't be allowed to marry because our orphanages aren't full yet, and the world needs more children.

07) Obviously gay parents will raise gay children, since straight parents only raise straight children.

08) Gay marriage is not supported by religion. In a theocracy like ours, the values of one religion are imposed on the entire country. That's why we have only one religion in the country.

09) Children can never succeed without a male and a female role model at home. That's why we as a society expressly forbid single parents to raise children.

10) Gay marriage will change the foundation of society; we could never adapt to new social norms. Just like we haven't adapted to cars, the service-sector economy, or longer life spans.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mamalhoa & Cia.

Para acabar a semana em beleza e entrar no fim-de-semana, deixo uns poucos de vídeos de personificações da soberba Maria Rueff. São simplesmente hilariantes... Disfrutem!

Ana Mamalhoa


Arquivo da RTP


Evangelizar


Couviflor

quinta-feira, 14 de maio de 2009

APLAUSOS! (A)O NOVO PARADIGMA




Foi com imensa satisfação e orgulho que li/vi as notícias relativas à reacção de José António Pinto, Ministro da Cultura, face à lei antipirataria promulgada recentemente em França, que permite sanções e privação da utilização da internet a pessoas que façam downloads ilegais.
Ora, para quem anda desatento, ontem José António Pinto condenou esta lei e afirmou que, num Estado de Direito como Portugal, seria inadmissível que se colocassem "vigias" nas pessoas e que lhes fosse castrado o acesso e o direito à informação (no fundo, para quem não é burro, é o que as suas afirmações significam).

É mais do que óbvio que muito rapidamente vieram logo as Marias Ofendidas [leia-se: chupistas das indústrias audiovisuais e respectivos "advogados de defesa" como o MAPiNET ou a ACAPOR (a AFP e o Tozé Brito também não hão-de tardar - vai uma aposta?) e artistas-paus-mandados, ou artistas que fazem bastante dinheiro com as vendas físicas ou com os contratos pré-estabelecedos que prevêm essas mesmas vendas, cujo panorama no estrangeiro costuma ser exactamente igual] acusar o representante da pasta da Cultura de estar meio ché-ché, de ser ignorante face à situação e tinha que vir o cliché tuguês do «Demita-se!».
O ridículo é atingido quando uma das Marias Ofendidas, a Maria MAPiNET, diz não descartar a hipótese de acusar formalmente o Ministro de incitar a prática criminosa com as suas declarações.

Há uns tempos atrás teci uma analogia que considero que volta a fazer sentido...
Em escalas e contextos completamente distintos, a postura e as afirmações dos chupis... **cough cough** representantes das indústrias audiovisuais é em tudo igual à da Igreja Católica quando confrontada com uma mudança de paradigma tão grande que põe em causa a sua existência institucional.


MUDANÇA DE PARADIGMA

Na minha opinião, esta é a expressão-chave que está na origem desta celeuma e que, determina facilmente quem tem razão e quem não tem.

Gostem os chupistas ou não, foi precisamente isto que aconteceu: uma mudança de paradigma, tão brusca e virulenta que não possível ser prevista nem controlada.

Gostem os chupistas ou não, a internet tornou-se a uma velocidade violenta o media de maior importância cultural a quase todos os níveis da vida social e ALTEROU PARA SEMPRE a forma de acesso à informação. Mais, alterou de forma profunda, formas de contacto humano. Mais ainda... a internet mudou, na civilização da aldeia global, a disposição hierárquica da forma e estruturação de pensamento (todos os que estão a ler esta artigo passaram de encadeamentos ideias na vertical - como os nossos pais e avós - para a disposição de pensamento e de manifestações do intelecto em separadores na horizontal... tal como num computador).

Que marcas é que estas manifestações culturais violentas significam?
Tendo em conta que estamos a falar de cultura (mais especificamente, da sua representação sob forma audiovisual), significa sobretudo que a democratização do acesso à informação - que é o porta-estandarte do projecto global - também mudou para sempre as formas de, não só de acesso, bem como da distribuição, de apresentação, de disposição da cultura e das formas de representação cultural... e até mesmo a forma de manifestação artística, principalmente nos campos que remetem imediatamente para o audiovisual, que é o que está em causa.

Significa ainda que, dada a violência - e virulência - da implementação deste novo paradigma nas sociedades, este processo em marcha NÃO PODE SER PARADO. Para as Marias Ofendidas que ainda não enxergaram: isto significa que não será com a promulgação de leis ofensivas e de carácter opressor e totalitário que vão conseguir pôr travão no combóio. Portanto, essas birras não vão valer de nada.

Os meus aplausos ao Ministro da Cultura não são por ele ter comparado o acesso à cultura a achar dinheiro no chão - analogia algo despropositada, já agora. Ora, o Ministro da Cultura não é parvo nenhum e já percebeu há algum tempo - bem como o que está implícito no projecto legislativo do Governo de Sócrates (por muito mau que seja, por muito que não se tenha cumprido e por muito magalhanizado e trapalhão que ficará para a História) as vantagens deste processo e de terem apanhado o combóio a tempo.

O vilão da estória não está, portanto, escondido nos "ladrões" de filmes de álbuns de forma "ilegal". O vilão é a própria indústria que está completamente viciada, minada de artimanhas que não favorecem em nada o artista (ao contrário do discurso que apregoam que mais falacioso não podia ser) e muito menos o consumidor. O vilão é a indústria que coloca um PVP ao público, às vezes superior em 400% ao "preço de fábrica", para pagar uma ninharia aos artistas, para pagar a publishers e marketeers, para pagar a distrubuidoras e às FNAC's para que estas possam pôr um eurito ou dois por cada unidade vendida e, claro, para enriquecer um pouco os cofres, sobretudo das grandes multinacionais e dos respectivos CEO's e administradores. E é precisamente o vilão que o Maestro Vitorino de Almeida, Tozé Brito, Pacman, Toy, João Gil, Luís Represas ou a Mariza estão a defender no contexto nacional. Mas tendo em conta que são artistas com carreiras consolidadas, boas relações com as respectivas editoras e que já ganham algum com royalties (ainda que em Portugal isso não seja nada, comparado com a indústria fonográfica britânica, por exemplo), não é difícil de perceber porque é que estão a vender o peixe do Diabo.

A tónica da questão, no fundo, é óbvia e a solução do problema é mais simples do que parece. E eu também já falei disso noutros "sítios".
É a indústria audiovisual que tem de decidir no meio de um dilema. Tem duas hipóteses: ou pára de espernear e aceita de uma vez por todas que o modelo que vigorava e onde podia reinar a bel-prazer acabou e mudou para sempre; ou decide continuar a choramingar e vai continuando a ser vencida por este contexto, morrendo aos poucos, como já vem acontecendo. As Marias Ofendidas parecem preferir a segunda hipótese, mas o problema é delas.
E as Marias Ofendidas respondem-me: «O problema não é só nosso, é também das pessoas que serão despedidas com o declínio da indústria».
E a mim caberá retorquir: «Se se convencerem de que esta indústria pode continuar a existir de acordo com as regras do novo paradigma, isso talvez não aconteça. Esta não será a primeira nem a última indústria/instituição a ter que sacrificar os recursos humanos por mudanças bruscas no panorama. Caso contrário, sempre podem usar o argumento da tão famigerada crise».

Compete aos representantes da indústria convencerem-se de uma vez por todas de que não estamos na década de 1920, em que têm lucros milionários à custa de gravações básicas de cantores e músicos de blues que eram então tão fáceis de explorar...

domingo, 10 de maio de 2009

O Senhor Extraterrestre



Estou viciado nesta canção!
A primeira vez que ouvi falar dela foi quando me falaram da capa do single, que tem o desenho de uns OVNI's. E eu pensei cá para mim: «o que é que OVNI's e extraterrestres têm a ver com a Amália?»

Mais tarde descobri que é um tema escrito por Carlos Paião (só podia!) e que a Dona Amália gravou em 1982. É uma canção bastante atípica para aquilo que estamos habituados da Amália, especialmente na parte lírica. Mas a letra está tão bem escrita, é tão engraçada e inteligente, e a Amália está com um ar tão... "divertido" neste vídeo da Grande Noite do Fado de 1982, que achei que seria um crime se não partilhasse isto com vocês.
Disfrutem!...







O Senhor Extraterrestre

Vou contar-vos um história
que não me sai da memória,
foi p'ra mim uma vitória
nesta era espacial.
Noutro dia estremeci
quando abri a porta e vi
um grandessíssimo ovni
pousado no meu quintal.
Fui logo bater à porta,
veio uma figura torta,
eu disse: se não se importa
poderia ir-se embora,
tenho esta roupa a secar
e ainda se vai sujar
se essa coisa aí ficar
a deitar fumo p'ra fora.
E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá o botãozinho
e pôde contar-me então
que tinha sido multado
por o terem apanhado
sem carta de condução.

O senhor desculpe lá,
não quero passar por má,
pois você onde está
não me adianta nem me atrasa.
O pior é que a vizinha
que parece que adivinha
quando vir que estou sozinha
com um estranho em minha casa.
Mas já que está aí de pé
venha tomar um café,
faz-me pena, pois você
nem tem cara de ser mau
e eu queria saber também
se na terra donde vem
não conhece lá ninguém
que me arranje bacalhau.
E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho,
disse para me pôr a pau,
pois na terra donde vinha
nem há cheiro de sardinha
quanto mais de bacalhau.

Conte agora novidades:
É casado? Tem saudades?
Já tem filhos? De que idades?
Só um? A quem é que sai?
Tem retratos com certeza,
mostre lá? Ai que riqueza,
não é mesmo uma beleza,
tão verdinho? sai ao pai.
Já está de chaves na mão?
Vai voltar p'ro avião?
Espere, que já ali estão
umas sandes p'ra viagem
e vista também aquela
camisinha de flanela
p'ra quando abrir a janela
não se constipar co'a aragem.
E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho
e pôde-me então dizer
que quer que eu vá visitá-lo,
que acha graça quando eu falo
ou ao menos p'ra escrever.

E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho
só p'ra dizer: "Deus lhe pague".
Eu dei-lhe um copo de vinho
e lá foi no seu caminho
que era um pouco em ziguezague.

sábado, 9 de maio de 2009

Amália... Hoje?



Com a meditização que teve, e tendo em conta o nome para o qual reporta, não foi difícil ao projecto Amália Hoje chegar ao primeiro lugar da tabela nacional de vendas.

Contudo, já voltei a ouvir estas novas versões, continuo a não gostar do disco e dificilmente mudarei a opinião.
Não acredito que o problema deste meu "desgosto" consista estilo da Sónia ou do Fernando, dos quais até gosto bastante. O problema começa e acaba logo com a abordagem que se escolheu para homenagear uma artista como a Amália - com todas as implicaturas que isso tem.

Sim, os novos arranjos são interessantes ("profissionais", vá...), as performances idem, mas continuo a ter a opinião de que quando se pega num género (do mais folk que pode existir) como o fado, há que ter muito cuidado com as (re)interpretações que se lhe fazem para não desvirtuar demasiado a essência do que foi originalmente concebido. No Amália Hoje isso não foi obviamente isso em conta, e isso torna-se óbvio, mesmo que gostemos das canções e do que estamos a ouvir. Por mim, só por isso fica a perder. Do meu ponto de vista, descaracterizou em excesso precisamente aquilo que torna aquelas canções interessantes, e em algumas, quase que se limitaram a fazer hipotéticos covers da Amália com um "estilo The Gift".

Apartir do momento em que alguns dos integrantes do projecto dizem em entrevistas que apenas conheciam o trabalho de Amália de forma superficial e que não o ouviam muito, está tudo estragado à partida.
Se não conhecem a "essência Amália" (que não é exactamente igual do que conhecer a essência do Fado - cá estão as implicaturas, algumas delas de ordem cultural, e logo, do ponto de vista da concepção artística), o que é foram fazer para um estúdio com aquelas canções? Brincar aos tributos? Aos experimentalismos?
Nuno Gonçalves quis as guitarras portuguesas de fora. Okay, aceitável. Mas as guitarras portuguesas atribuem uma determinada textura e força ao fado e, nomeadamente, às canções de Amália. E onde é que está o elemento de substituição para essas texturas? É que a parte orquestral não está a fazê-lo... Também não consigo entender o porquê de ter alterado visivelmente as melodias (e respectivas progressões melódicas) de alguns desses temas.
Não acredito que teria sido com versões de pop alternativa (que é o que os The Gift representam) e com arranjos orquestrais bonitos acoplados que se safam...

Há canções, há melodias, e há catálogos de artistas que são tão poderosos, tão épicos, tão únicos e tão intemporais que, de tão actuais que sempre serão, não precisam que lhes façamos updates ou reinvenções rebuscadas. A Amália é um desses casos mais óbvios.

Sim, o fado é popular, mas "ser popular", Hoje, já não significa forçosamente "ser pop"!
...E no Amália Hoje essa permissa foi ignorada.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

"Magnificent" - o vídeo

E, finalmente (!), foi desvendado o vídeo para o segundo single de No Line On The Horizon, "Magnificent". Da autoria de Alex Courtes (que também fez o anterior "Get On Your Boots", bem como "Vertigo" e "City Of Blinding Lights"), o vídeo foi rodado na cidade de Fez, em Marrocos, onde a banda gravou o álbum. A catedral onde a banda toca é precisamente aquela onde decorreram as sessões de gravação e de composição. Já o castelo com uma extensa muralha e murada não é novo para a banda, já que também uma das imagens de fundo do vídeo para "Mysterious Ways" (1991).
Tem um trabalho de fotografia agradável, mas esperava bem melhor para a ilustração da melhor faixa do álbum.

Aqui fica o video.

Já agora deixo o comentário relativo à promoção do mais recente disco dos U2 que tem sido... paupérrima.
Escolheram um primeiro single de curta duração com um riff catchy, mas que alterna em demasiadas estruturas e que não é radiofriendly, "Get On Your Boots". Não houve um anúncio de televisão em horário nobre nos principais mercados, nem a associação a outros patrocinadores - no How To Dismantle An Atomic Bomb houve a parceria (abusiva, quase) à Apple, por exemplo. Como consequência, "Get On Your Boots" conseguiu chegar ao Top 40 americano e aguentar-se bem nas tabelas de rock, mas não foi além do #12 no Reino Unido (posição mais fraca de um single da banda desde If God Will Send His Angels" em 1997).
Para ajudar à festa, apesar de terem escolhido a melhor e mais bem recebida canção do álbum para segundo single (o que deixava antever uma estratégia idêntica à do Achtung Baby em 1991, com "Mysterious Ways" a tomar o lugar de porta-estandarte que "The Fly" não conseguiu) - "Magnificent", demoram 2 meses e meio a gravar um videoclipe mediano e a pôr o single a rodar nas rádios oficialmente. Para terminar, em vez de apostarem numa boa forma de apelar à compra - física ou digital - do single, optam por continuar a senda dos b-sides de merda (é este mesmo o termo) que não interessam a ninguém. Não seria extremamente atractivo, escolher "Winter" como b-side e oferecê-la ou comprá-la juntamente com a "Magnificent" a €1, por exemplo?
Uma vez mais, como consequência, "Magnificent" já atingiu o seu pico no Hot 100 americano (no #79), já teve posições de destaque nas tabelas rock mesmo sem lançamento oficial (exclusivamente com airplay) e... agora que se decidiram a lançar o single, a canção já começou a fase descendente nas tabelas.

Boa!...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Tata Nano: a Revolução!

Já começou a ser mediatizado cá para os lados do Velho Continente a mais recente pedrada no charco da indústria automóvel indiana para o Mundo. Estou obviamente a falar do Tata Nano.







Não acredito que haja alguém que ainda não tenha ouvido falar do mais recente "esquema" da companhia de Ratan Tata, mas supondo que haja quem ainda não conheça este ratinho, aqui vai.
O Tata Nano é (para nós) um citadino com 3,10 metros de comprimento - portanto, maior do que um Smart (2,7m), mas mais curto do que um Twingo (3,6m) - com capacidade para 4 pessoas, se bem que na Índia irá transportar muito mais do que 4 pessoas. Será equipado com um motor de dois cilindros a gasolina com 33 cv de potência que permitem uma velocidade máxima de 120 km/h (o Smart não dá muito mais do que isso). Foi inicialmente concebido para custar cerca de "300 contos" no mercado doméstico, a emergente Índia.
Para além disso, o motor e a tracção são... atrás, tal como em muitos automóveis do tempo dos nosso pais e avós - e esta é uma solução de engenharia que tem sido recuperada nos últimos 5 anos para projectos futuros (Smart, na VW ou na Fiat/BMW).

Mas o melhor de tudo é aquilo que o Nano representa para a Índia e para o mercado global. Mais do que um citadino sem luxos, o Tata Nano é... O MOTOR DA ÍNDIA, tal como o Citroën 2CV e o VW Carocha foram para a França e para a Alemanha, respectivamente, durante a reconstrução e a recuperação do pós-guerra!
Para quem não sabe, apesar do gigante número de habitantes, a Índia tem um índice de automóvel por pessoa baixíssimo. A maioria dos indianos não tem dinheiro para um meio de transporte pessoal e os que o têm, optam por comprar motorizadas com qualidade de construção pobre e motores insuficientes, mas onde chegam a transportar famílias de 4 e 5 elementos - isso mesmo, todos em cima da moto.

Foi então que Ratan Tata começou a engendrar uma forma de pôr, rapidamente, a Índia sobre rodas, e eis que começou a desenvolver o Nano.
O Nano irá custar cerca de €2500 para o mercado doméstico, preço que corresponde apenas a um pouquinho mais do que uma dessas motorizadas na Índia. Para além disso, é suficientemente compacto para se movimentar nas caóticas e poluentes grandes cidades indianas e já pode transportar de forma mais confortável a sua família de 5 ou 6 elementos (mesmo que, oficialmente, o Nano só possa transportar 4... mas a Índia não tem a BT da GNR nem coisas parecidas) e alguma pouca bagagem.

Como é que Tata conseguiu que esta coisa custasse tão pouco? Para começar, a mão-de-obra na Índia é suficientemente barata, mas não é suficiente para este preço de arromba. Depois, o recurso a uma engenharia inteligente e inovadora nesta indústria, bem como o uso de componentes baratos de produzir ajudaram. Para além disso, os painéis da carroçaria do Nano são feitos de plástico ultra-resistente - e não, não se parte como o plástico dos tupperwares, este tipo de plástico já foi usado nos anos 70 em automóveis e é o futuro da indústria quando o aço e o alumínio não derem para mais - e em vez do processo soldadura do aço, os mesmos painéis, bem como inúmeras outras peças, são fixadas e montadas graças a uma cola especial desenvolvida especificamente para este propósito. A ajudar à redução de custos, a qualidade dos materiais no interior é, naturalmente, pobre e o equipamento foi reduzido ao estrictamente necessário, havendo, no entanto, versões mais bem equipadas como a desportiva (nas fotos, com pintura amarela).

É mais do que óbvio que logo se apressaram as vozes críticas a surgir, afirmando que o Nano é o mote para a sobre-lotação do parque automóvel indiano, contribuíndo ainda mais para que a Índia seja um dos principais cancros de poluição do Mundo, factor que irá agravar-se com o constante crescimento económico-social-industrial-etc deste país.
O que essas vozes se esquecem é que nós europeus já fizemos exactamente o mesmo há 60 anos e que os indianos apenas estarão a dar essa mesma oportunidade a eles mesmos.

«Eu não quero essa coisa cá! Deus me livre comprar isso, prefiro um Corsa de 1990 com 300 mil kms!»

Este é o comentário mais frequente do average-tuga com reduzida massa encefálica (ou seja, a maioria) pelos fóruns de automóveis e em comentários a notícias sobre o novo Tata.
Tudo isto porque a Tata já anunciou planos para comercializar o Nano por cá. A versão europeia foi apresentada há bem pouco tempo no Salão de Genebra... e é substancialmente diferente do que havia sido apresentado para o mercado indiano. E ainda bem! O mercado europeu, sendo o mais exigente do Mundo, não admitiria que uma coisa dessas fosse vendida por cá... pelo menos tal como havia sido apresentada na primeira ocasião.
Para além das inúmeras alterações estéticas que o tornam um carrito engraçado (e arriscava a dizer bonito - mais bonito, pelo menos, do que muita trampa que por aí anda, mas de que o Zé Povinho gosta muito), o Nano foi profundamente alterado para o mercado europeu, de forma, não só a cumprir todas as normas de segurança/poluição/homologação da UE, mas a agradar um pouco mais ao consumidor europeu. De qualquer forma, o Nano será sempre um automóvel que encaixa que nem uma luva no conceito de low cost cuja visibilidade e sucesso comercial são crescentes na Europa. Sabe-se que as versões europeias irão dispor de um motor ligeiramente mais potente e menos poluente, e que o equipamento será bem mais rico, dispondo todas as versões de ABS e de airbags, entre outros. Ratan Tata afirmou ainda que pretende que o Nano atinja, pelo menos, 4 estrelas nos testes do Euro NCAP e que, caso contrário, os planos de comercialização na Europa serão suspensos. Aguardamos com curiosidade os testes.




Entretanto, algumas publicações da imprensa automóvel já tiveram a oportunidade de guiar este ratinho e... (surprise!), as reacções foram bastante positivas. É mais do que óbvio que os jornalistas já sabiam que o interior vinha despido de equipamento e de plásticos de qualidade, e que a carroçaria tem uma altura que faz subir o centro de gravidade, mas todos eles se mostraram entusiasmados com a condução do pequeno Nano, principalmente em circuito citadino e que comporta-se bastante bem para o tipo de carro que é. Recordo que o Nano pesa apenas cerca de 600 kgs (um Twingo ou um smart pesam pelo menos 850 kgs), o que facilita a maneabilidade do carro e que possibilita que o carro seja minimamente veloz, mesmo com um motor com tão pouca potência. Por falar em motores, sabe-se que a Tata está a desenvolver para este o mais barato carro do Mundo uma versão eléctrica e outra... com um motor a ar comprimido!

Por mim, aguardo com curiosidade o Nano, pois não é todos os dias que o Mundo vê nascer automóvel tão peculiar e com importância cultural tão grande.

quarta-feira, 4 de março de 2009

U2: novo álbum... outra vez? Já?


...Então mas ainda na segunda-feira foi lançado o No Line On The Horizon!
Pois é, o novo álbum dos U2 ainda agora foi lançado tendo sido disco de platina (20 mil cópias) no espaço de horas, e já começam a surgir rumores sobre o seu sucessor.

Sim, os U2 entraram numa rotina preguiçosa de lançar álbuns a cada 4 anos (por média) desde os anos 90, mas há excepções à regra. Quem não se lembra do Zooropa (inicialmente pensado para ser um EP, mas evoluíu para o mais alternativo e oblíquo álbum dos U2), lançado a meio da Zoo TV Tour, apenas um ano e meio depois do Achtung Baby?

Ao que tudo indica, os U2 preparam-se para fazer a dobradinha, tal como há 16 anos! E membros da banda confirmam-no.
Sabe-se que sobrou bastante material das últimas sessões de gravação, inciadas em Marrocos, de onde saíu No Line On The Horizon. Também se sabia que uma das hipóteses iniciais era um álbum duplo, com os títulos "Darknes" e "Daylight" para cada disco.
Por outro lado, há vários meses que os U2 têm como garantida intenção de lançar mais material rapidamente e que tinham assente a ideia de dois álbuns.
Então, o Bono confirmou na segunda-feira aquilo que Larry Mullen Jr já havia avançado: a intenção de lançar um novo disco lá para meados de 2010 com base no que não foi incluído no mais recente lançamento. O Bono confirmou ainda que este segundo registo será mais pacífico, contemplativo e reflectivo do que No Line On The Horizon.
Os rumores dão conta de que o novo registo irá abarcar algumas paisagens sonoras mais experimentais que foram guardadas para este projecto. Isto corrobora a ideia de que os U2 sempre tiveram nos seus planos lançar um álbum do tipo Zooropa ou Passengers, tal como as primeiras fontes de informação sugeriam em 2007, aquando das sessões em Marrocos - exactamente como referi no artigo para a BLITZ em Janeiro de 2008 (recordam-se?).

Agora aquilo que consta é que o álbum até já tem título!: ... Songs Of Ascent (pela boca do Bono e mencionado em letras garrafais no booklet do mais recente lançamento). Para quem não sabe, poderá ser uma referência aos Salmos dos Degraus da Subida na Bíblia (e "ascent" é sinónimo espiritual para... "Elevation"!) que fazem referência à peregrinação a Jerusalém.
Bono também sugere que que o single de apresentação de Songs Of Ascent possa vir a ser "Every Breaking Wave" - tema que a revista Q referiu e descreveu aquando do final das sessões de gravação de No Line On The Horizon como uma densa canção pop com sobreposição de diversas camadas electrónicas e que abre com o verso «Every sailor knows that the sea is a friend made enemy».
O livro da edição limitada de No Line On The Horizon tem fotos que incluem (propositadamente) o nome de temas não incluídos no alinhamento final: "Tripoli" (que foi escutada por alguns jornalistas em Novembro e descrita como bastante épica, algo experimental, electrónica e dividida em secções distintas), "Kingdom Of Your Love", "Thank You For The Day", "Not As Yet", "Diorama" e "Pilgrim's Lack Of Progress - House Of Abraham". Por outro lado, até mesmo uma versão polida de "Winter" (canção de 6 minutos incluída no filme Linear que é um bónus do mais recente álbum) poderá estar presente no futuro disco.

Cá estaremos à espera da sequela de No Line On The Horizon e do que se seguirá.

Entretanto, parece que o segundo single de No Line On The Horizon será "Magnificent" - por agora, a minha preferida e a mais bem recebida pelo público, críticos e fãs. Seria a melhor opção para segundo single e para recuperar da recepção morna a "Get On Your Boots" em airplay que não é o típico primeiro single.
...(uma vez mais) tal como aconteceu com o Achtung Baby em 1991 em que "The Fly" - atípico single de estreia com recepção morna - foi rapidamente substituído pelo bem mais apelativo às massas "Mysterious Ways"!

Mariza e Buraka Som Sistema arrasam nos States



Quem me conhece, sabe bem que, se há coisa para a qual nunca tive pachorra é para nacionalismos histéricos e para "devoções submissas à pátria". Mas há coisas que merecem ser noticiadas e celebradas, principalmente quando se trata da exportação de produtos artísticos que, quer queiramos, quer não, espelham pelas outras culturas a uma identidade da nossa.

Os Buraka Som Sistema têm estado a actuar nos Estados Unidos e Canadá, numa pequena digressão por festivais que irá durar até Maio, promovendo o seu disco Black Diamond, que está a fazer furor em mercados como o americano e, principalmente, o britânico, de onde faz parte da principal tabela de vendas. Agora prepara-se para fazer parte do conceituado Coachella festival, onde Paul McCartney irá actuar também.

Já Mariza também tem estado a arrasar. Para além da intensiva digressão do outro lado do Atlântico Norte, Mariza está há diversas semanas na Billboard com o último disco, Terra, que esta semana subiu até ao 5º lugar, enquanto que no Canadá ascendeu ao 3º posto nas vendas.

domingo, 1 de março de 2009

Homem-Aranha com data de estreia na Broadway


Já foi publicado o primeiro cartaz promocional sobre a história do Homem-Aranha transposta para um musical a estrear na Broadway. O projecto, dirigido por Julie Taymor (conhecida pelo musical de O Rei Leão e pelo filme-musical Across The Universe de 2007, baseado inteiramente em canções dos The Beatles), com música composta por Bono e The Edge dos U2, está previsto estrear no dia 18 de Fevereiro de 2010. Intitulado Spider-Man: Turn Off The Dark, sabe-se que, musicalmente, a dupla irlandesa concebeu o espectáculo de modo a que funcione em torno de uma banda acompanhada de uma orquestra e um grupo pequeno de músicos.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Volvo, Saab e Opel dizem adeus às saias das mamãs

No espaço de uma semana assistimos ao anúncio de que três construtores europeus da indústria automóvel vão desprender-se dos grandes grupos a que pertenciam.

//VOLVO:
Depois de ter vendido as britânicas Land Rover, Jaguar e os direitos de utilização do nome da (extinta) Rover aos indianos da Tata - que têm planos ambiciosos para as três que não pretendem afectar o carácter das marcas (pelo contrário, pretendem preservar... pois é isso que lhes dá imagem de marca), a Ford anunciou que vai...
...vender a Volvo aos chineses da Dongfeng.
Para quem não se lembra, a Volvo é o construtor sueco que, nos anos 70 e 80, era o símbolo internacional da Suécia, com maior importância no Mundo (até mesmo mais importante do que os ABBA), (re)conhecido, sobretudo pela robustez dos seus modelos e pelas tecnologias e estudos inovadores no campo da segurança activa e passiva.

//SAAB e OPEL:
Na semana passada foi anunciada a desvinculação da sueca Saab face à General Motors. Hoje foi a vez de a alemã Opel anunciar o mesmo. A Saab é conhecida pela qualidade dos seus modelos, pelas origens e influências na aviação, pelas versões Aero e pelo carácter distinto. Já a Opel pertence à GM desde a década de 1920 e, durante muito tempo, foi considerada uma marca com produtos topo-de-gama, virando-se para os segmentos mais compactos apartir da década de 60, de onde saíram as mundialmente populares gerações Corsa, Kadett, Astra e Vectra. O Governo sueco já revelou que vai auxiliar a Saab nos primeiros tempos e que irá ajudar no planos de reestruturação e de manutenção da fábrica na Suécia. Já Angela Merkel ainda não se pronunciou relativamente ao futuro da Opel, mas as perspectivas do governo não parecem optimistas relativamente a "ajudas".

//CONSIDERAÇÕES e CONCLUSÕES: //1: Apesar da Ford se ter livrado dela, a Volvo foi, até há poucos anos, a par da Ford Europa, a única divisão do grupo a conseguir apresentar resultados positivos. A Volvo traz com ela da Ford: a plataforma do actual Mondeo (Volvo V70/S80), do actual Focus (Volvo S40/V50) e já traz na forja o futuro S60, praticamente desenvolvido. Para além disso, é provável que continue a ser-lhe garantido o acesso aos motores turbodiesel, desenvolvidos em parceria com a Peugeot/Citroën-PSA.

A GM quis livrar-se da Opel e da Saab, mas...
//2: Saab ficará com a fábrica de Trollhattan - que é sua por direito (mas onde a GM meteu o bedelho para produzir Saab's disfarçados de Cadillac), com os novos motores turbodiesel e... com o acesso à plataforma do novo Opel Insignia e do futuro Opel Astra (sobre as quais vão ser brevemente lançados os novos 9-5, 9-3 e 9-1). Já a Opel, é provável que fique com Rüsselsheim, com as novas plataformas e com alguma tecnologia.

//3: Se no caso da Volvo o futuro é mais risonho pois, apesar da usurpação da tecnologia e dos direitos da marca por parte dos chineses, o imenso capital com que devem ter entrado deverá garantir à sueca a sobrevivência sob a alçada do grupo chinês; já no caso da Saab e Opel, o futuro é incerto. Certo é que, nos dias de hoje, nenhum construtor consegue sobreviver sozinho. Ou a Saab e a Opel criam uma aliança (perfeitamente viável, tendo em conta o imenso número de órgãos industriais em comum que partilhavam dentro da GM) ou terão que associar-se cada uma a diferentes grupos industriais. A Renault quereria, talvez, ficar com a Saab, mas... e a Opel?

//4: A verdade é que os gigantes americanos puseram-se a comprar marcas europeias a torto-e-a-direito, por questões de tecnologia, de penetração de mercado e de marca (e isso os europeus têm de sobra nos States) e agora que a crise bateu à porta, toca a vendê-las de novo. A conclusão mais óbvia que se tira é que a Ford e a GM estão a proteger os logótipos americanos e a identidade nacional (Ford, Mercury, Lincoln, Saturn, Pontiac, Chevrolet - a maioria delas, com produtos maus que dão prejuízo há muitos anos) quando fôr a hora de apelar ao Senado norte-americano para poder receber as linhas de crédito que Obama já disse que ia disponibilizar.
Agora, será que isto vai servir de alguma coisa? Tenho dúvidas, até porque os norte-americanos têm, há décadas dificuldade de penetração nos mercados exteriores à América do Norte.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A doença do SETAGANSO - editorial Destak 12/02



A partir de hoje, passará a haver aqui no ZOOROVISION, mais um grupo de temáticas que julgo extremamente importantes e pertinentes. Trata-se, não só da questão do casamento civil e da alteração da lei do casamento contemplando pessoas do mesmo sexo, mas também todas as linhas de pensamento que este tema desencadeia: homossexualidade, orientação sexual, homofobia e heterossexismo, activismo político-social, entre outras.

O que é que me fez desencadear estes tópicos no ZOOROVISION? Em primeiro lugar, o chorrilho de disparates e de homofobia camuflada que os media têm oferecido às pessoas através dos debates, de entrevistas e de comentários a artigos online.
A gota de água foi, no entanto, o editorial do jornal gratuito Destak, pela mão da jornalista e escritora Isabel Stilwell, publicado no passado dia 12 de Fevereiro. Cliquem no link e leiam o artigo proporcionado pela senhora.
O que publico a seguir é o comentário que enviei para lá, expressando a minha indignação mas, sobretudo, o meu desapontamento. Tirem as vossas conclusões (não é difícil de chegar a alguma).

Tendo em conta a postura adoptada pela Isabel Stilwell nos textos em se que pronuncia, sempre a tive como uma pessoa informada, coerente e inteligente, mesmo que alguns editoriais do Destak sejam menos felizes (o que pode acontecer a qualquer um) - e que é o presente caso.

Para além da falta de informação que o seu texto denota, a Isabel evidencia sofrer da doença do SETAGANSO: ou seja, do Síndrome do "Eu tenho amigos gays, portanto, não sou homofóbica". Nada mais errado. Homofobia não é apenas o bullying a crianças homossexuais na escola ou na rua e não é o despedimento de uma lésbica em função da sua orientação sexual. É muito mais do que isso e é o que vem a seguir ao heterossexismo, se traçarmos um contínuo ideológico em que, apesar de ambos serem formas de discriminação, a homofobia é mais grave pois transcende diversos limites, mesmo que os que a pratiquem não se apercebam - que foi o caso da Isabel Stilwell neste pequeno apontamento.

Nunca pensei que fizesse parte do grupo dos que vem utilizando frequentemente a instituição casamento, simultaneamente, como arma de arremesso e como escudo protector face à homofobia camuflada e socialmente aceite.

O casamento:
1) Não é objecto de pertença de qualquer instituição religiosa;
2) Não é objecto de pertença de quaisquer grupos sociais.
3) Por outro lado, a Isabel sabia que a sociedade sofreu tantas alterações nos últimos séculos que, culturalmente, a simbologia da instituição casamento pouco ou nada tem a ver com aquilo que seria, provavelmente na sua génese cultural? Alguma vez se apercebeu disso?

Alguma vez reflectiu sobre a razão de o Estado ter tido a necessidade de separar o trigo do joio e de criar a noção de casamento civil (que a Igreja Católica não reconhece sequer)? Não me diga que ainda não percebeu que é do casamento civil que a discussão tem sido envolta (e que é isso que importa mudar) e que não se trata do sagrado matrimónio...

Ou então, tal como a Igreja Católica fez recentemente, vai-me dizer que é "antropologicamente incorrecto" (gostava de saber que estudos antropológicos tiveram em conta, mas enfim...)?

Todavia, se formos a analisar a questão do ponto de vista psicológico, qualquer pessoa que se veja ofendida ou que ache que o casamento (ou seja que forma de união sentimental for) serve para a procriação e que corrobore com o argumento da "continuidade da espécie" está, obviamente, com problemas de homofobia, isto é, tem questões mal resolvidas relativamente a medos irracionais para com uma realidade alheia (neste caso, a homossexualidade) devido à sua estrutura de valores. Agora... justificar a sua opinião com uma base económico-financeira? Que baixo! Esperava isso de Manuela Ferreira Leite, não de uma jornalista como a Isabel!...

A proposta de Sócrates é sinónimo de oportunismo político? Sem dúvida nenhuma! Mas isso não invalida que se altere aquilo que é correcto (e inconstitucional, ainda por cima - e isso é gravíssimo!). Ah, e o argumento do "numa altura de crise, há outras prioridades" não tem qualquer validade, porque: esta medida não irá a afectar ninguém (bem pelo contrário) e porque toma apenas alguns minutos numa sessão da Assembleia.

Como representante de uma instituição dos media (que ainda para mais nem sequer tem uma posição extremista, seja à esquerda, seja à direita) que é, é vergonhoso que o Destak tenha contribuído para mais uma forma de discriminação da homossexualidade e para o separatismo heterossexista da sociedade portuguesa. Como leitor assíduo do Destak, foi uma autêntica desilusão ter lido este editorial.

Independentemente de ser aceite ou não, este comentário será, naturalmente lido, e será publicado de outras formas, na íntegra ou parcialmente.

Lido o meu comentário, apenas tenho a acrescentar que, pior do que a opinião de Isabel Stilwell, é o facto de o Destak ter compactuado com isso, principalmente se tivermos em conta que é um jornal de distrubuição gratuita - ou seja, tem um publico do mais vasto que se pode imaginar em Portugal - e que, portanto, tem uma enorme responsabilidade na publicação de textos de opinião que são, muitas vezes, os objectos de educação das massas relativamente às mais diversas temáticas sociais. É portanto, vergonhoso que um jornal com o peso do Destak tenha deixado isto acontecer.

De facto, «Ninguém escolhe ser homossexual» (nem heterossexual, a orientação sexual é isso mesmo: uma orientação, não uma opção). Mas cada um de nós pode escolher, construír, compensar, alterar e melhorar, todos os dias, a nossa forma de estar perante nós mesmos, perante os outros e perante o Mundo. É pena que muitas pessoas não tenham essa capacidade.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

U2: Linear, letras e Letterman

//UM: Pela primeira vez na história do programa, o Late Show with David Letterman vai ter uma banda residente: os U2! Os irlandeses vão actuar no formato da CBS todos os dias, durante uma semana - de 2 a 6 de Março. Esta será mais uma das mini-actuações para promover o novo álbum. Os U2 abriram os Grammy's no passado dia 8. Seguem-se actuações nos Brit Awards (18 de Fevereiro), nos Echo Awards (21 de Fevereiro), no programa de televisão francês Le Grand Journal (23 de Fevereiro) e na rádio BBC1 (27 de Fevereiro).

//DOIS: Anton Corbijn desvendou um pouco mais sobre o seu filme Linear que será incluído em edições limitadas do novo álbum No Line On The Horizon e que terá por base as canções do novo trabalho. Segundo o holandês, Linear conta a história de cinco pessoas que, a certa altura, coincidem e encontram-se. Uma das personagens é um agente da polícia africano cujo objectivo é conseguir regressar a casa. Corbijn revelou ainda que no filme as canções virão dispostas numa ordem diferente à do álbum e que Linear incluirá a canção "Winter" (que não faz parte do álbum - pensa-se ser uma versão diferente de "White As Snow") que terá um arranjo meio Coldplay-esco.

//TRÊS: A rádio irlandesa RTE transmitiu, no passado dia 12, a segunda versão da faixa-título do novo disco, denominada "No Line On The Horizon 2" e incluída como b-side do single "Get On Your Boots" e como faixa-bónus do álbum em algumas edições. Tendo em conta que consta que a versão do álbum é mais pesada e distorcida, esta versão II é mais atmosférica e também reuniu boas apreciações por parte de quem a ouviu. A letra (algo incompleta ainda) é a seguinte:

No Line On The Horizon 2 [4:05] (há diferenças na letra para além das instrumentais entre ambas as versões)
I know a girl / Who's like the sea
I watch her changing every day for me
Oh yeah / Ooh

One day she's still / The next she swells
Can hear the universe in her sea shells
Oh yeah / Ooh

No line on the horizon / No line
No line on the horizon / No line

I know a girl / Hole in her heart
She said infinity is a great place to start
No, no, you know it's gonna be alone

Well then you said that in the [?]
I wanna be the sea in the sail, oh love

No line on the horizon / No line
No line on the horizon / No line
Ooh

The song in my head / Is now on my mind
I put you on pause and try to rewind alone
and replay, play

Every night I have the same dream
I'm hatching some plot
Scheming some scheme
Oh yeah / Ooh

I'm traffic cop / Rue de marais
The sirens are wailing but it's me that wants to get away
Ooh

No, no, line
No line on the horizon
No, no line.

Para além disso, a mesma pessoa teve acesso à letra da faixa nº3 "Moment Of Surrender" e publicou-a num fórum - também passível de erros ligeiros.

Moment of surrender [7:24]
I tied myself with wire
To let the horses run free
Playing with the fire until the fire played with me
The stone was semi-precious
We were barely conscious
Two souls too smart to be in the realm of certainty
Even on our wedding day

We set ourselves on fire
Oh God, do not deny her
It´s not if I believe in love
But if love believes in me
Oh, believe in me

At the moment of surrender
I floded to my knees
I did not notice the passers-by
And they did not notice me

I´ve been in every black hole
At the altar of the dark star
My body´s now a begging bowl
That´s begging to get back, begging to get back
To my heart
To the rhythm of my soul
To the rhythm of my unconsciousness
To the rhythm that yearns
To be released form control

I was punching in the numbers at the ATM machine
I could see in the reflection
A face staring back at me
At the moment of surrender
Of vision over visibility
I did not notice the passers-by
And they did not notice me

I was speeding on the subway
Through the stations of the cross
Every eye looking every other way
Counting down ´til the pain would stop

At the moment of surrender
Of vision over visibility
I did not notice the passers-by
And they did not notice me

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

#2, #3, #4 e #5 - Paródia às divas!

E cá estão mais das excelentes paródias do MAD tv... e logo 4 de uma vez. Tendo em conta que a #1 está num artigo mais abaixo (à Whitney Houston)...

A nº2 é uma paródia do videoclipe "Me Against The Music" (2003), parceria entre a Britney e a Madonna. O 3º vídeo refere-se ao teledisco feito em 1999 para o remix da "Heartbreaker" da histérica Mariah Carey. O 4º e 5º vídeos são sobre Celine Dion. Primeiro, um vídeo do final dos anos 90 em que a brilhante Nicole Sullivan encarna os tiques da canadiana numa espécie de dedicatória ao "Martin Luther King Day", com direito a interpretação de Coretta e Dexter King (mulher e filho); depois numa alusão ao desastroso (e de gosto duvidoso) projecto com bebés e com a fotógrafa Anne Geddes, em 2004.

#2 - Britney & Madonna "Me Against Madonna" (MAD tv)



#3 - Mariah Carey, Snoop Dog e Missy Elliot "Love Muffin" (MAD tv)



#4 - Celine Dion - especial Martin Luther King (MAD tv)



#5 - Celine Dion e a tournée dos bebés (MAD tv)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

U2: excertos do novo disco! // ao vivo nos Grammy awards

//UM: A culpa é da cadeia de lojas norte-americana Walmart que disponibilizou no seu site links com excertos de 30 segundos de cada uma das canções do novo No Line On The Horizon dos U2. Pelos fóruns cibernáuticos, as reacções parecem ser bem optimistas!...
Para além disso, não a Walmart também desvendou a duração total do álbum (53 min. e 43 seg.) e de cada uma das canções:

1. "No Line On The Horizon" (4:12)
2. "Magnificent" (5:24)
3. "Moment Of Surrender" (7:24)
4. "Unknown Caller" (6:03)
5. "I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight" (4:14)
6. "Get On Your Boots" (3:25)
7. "Stand Up Comedy" (3:50)
8. "Fez - Being Born" (5:17)
9. "White As Snow" (4:41)
10. "Breathe" (5:00)
11. "Cedars Of Lebanon" (4:13)

[* Com 7:24, "Moment Of Surrender" passa a ser a faixa de estúdio oficial mais longa do catálogo dos U2, substituíndo a "Lemon" (6:56)]

|//UPDATE:| Como seria de esperar, os links foram rapidamente retirados do site da Walmart e de circulação.

//DOIS: Foi ontem que os U2 abriram a 51ª edição da gala de entrega dos prémios da indústria discográfica Grammy (os U2 já arrecadaram até hoje 23!) com o seu novo single "Get On Your Boots". A compensar o pobre trabalho da produção na difusão e mistura das diversas pistas de som (fazendo a voz do Bono parecer abafada) a banda deu uma actuação brilhante, com o Bono a encarnar um espírito que fez lembrar as aberturas triunfais das digressões dos anos 90 (Zoo Tv e Popmart) e a tirar os óculos da praxe para mostrar o belo do eyeliner.

Neste link podem ver o artigo que a BLITZ publicou hoje no seu site oficial que, para além de conter o vídeo da actuação dos U2, também inclui a performance dos Radiohead (com "15 Step" do último In Rainbows numa versão reinventada) e de Kanye West com M.I.A.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Paródia #1

Ora, pois muito bem. Devem 'tar a perguntar-se que título é este.
A vida não pode ser só tristezas, principalmente com a actual conjuntura político-económica. E eu decidi que, para além dos artigos sobre politiquices, sobre actuações de bandas importantes e as novidades sobre os U2, vou passar a por aqui no ZOOROVISION alguns vídeos para por o pessoal a rir um bocadinho.

E de que é que o Zunkruft se lembrou? De uma lista com links para vídeos de paródias a bandas e artistas (a maior parte delas pela mão dos actores do MADtv) que publiquei no fórum da BLITZ há coisa de dois anos. Para além desses vídeos - que são, no mínimo, hilariantes - vou também postando alguns outros vídeos que sei que fazem sempre a delícia de quem os vê. Sempre com o tom da comédia em cima, claro!

Para começar, coloco o MADtv a gozar com a Whitney Houston (a primeiro de 4 paródias sobre ela, pela "mão" da fantástica Debra Wilson) e o Bobby Brown, num especial MTV ICON em que a Pink e a Björk homenageiam a diva americana.
Espero que gostem. Enjoy it!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

"Get On Your Boots" - o videoclipe!

Começou mesmo a odisseia de mais uma etapa da invejável carreira dos U2.
Já é conhecido o videoclipe promocional ao primeiro single de No Line On The Horizon, "Get On Your Boots" que, recorde-se que entrou directamente para: o #1 na Irlanda e Canadá (airplay only), para o #8 do Modern Rock da Billboard e para o #37 do Billboard Hot 100 (principal tabela dos States), só com as pré-vendas!

Dirigido por Alexandre Courtes [da dupla Alex & Martin responsável por vídeos dos Kaiser Cheifs, Snow Patrol, Foo Fighters, Kylie Minogue, Franz Ferdinand, "Vertigo" e "City Of Blinding Lights" também dos U2 e do famigerado vídeo de "Seven Nation Army" dos White Stripes], o vídeo é bastante dinâmico, colorido (quase psicadélico...), e consiste em imagens da banda a tocar (que incluem o Bono de tronco nú...) sobre diversos cenários animados, mas constantemente alusivos ao tema político-bélico - tais como aviões de guerra e imagens soldados, bem como constantes imagens de mulheres activistas e militares a marchar... calçando botas, claro está.

Consta que é uma versão não terminada do vídeo final, dado que houve atrasos na exibição e visto que já há uma polémica em torno dele, pois surge uma imagem do site Getty Images, onde é inclusive possível ver o logótipo do site (se é propositado ou não, desconhece-se).



Ainda tenho que ver o vídeo mais vezes mas será, claramente, um dos mais interessantes vídeos da banda - principalmente quando comparados com os da actual década.

Podem visualizá-lo aqui no blogue neste link. Enjoy it!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

No Line On The Horizon - reviews


//UM: Já decorreram as primeiras "escutas oficiais" ao novo álbum dos U2, No Line On The Horizon, em Dublin, perto dos estúdios onde foi gravado. Já foram publicadas diversas críticas e descrições do disco, mais ou menos detalhadas por diversas publicações e sites. Este artigo visa compilar as principais reviews às canções que compõem o álbum - a principal razão pela qual os textos estão integralmente em inglês.


//DOIS: NO LINE ON THE HORIZON: TRACK BY TRACK SUMMARY

1. "No Line On The Horizon"

• - Q-source: «further unfinished»; «two versions were extant: the first is another The Unforgettable Fire-esque slow burner that builds to a euphoric coda, the second a punky Pixies/Buzzcocks homage that proceeds at a breathless pace», «Bono very excited about the second version»
• - Q-magazine: «began life as a slow paced Eno-esque ambient treatment, before being dramatically reworked in the Olympic Sessions into an abrasive punk-rock tune akin to "Vertigo", with its "No! Line!" chorus chant»
• - RS-source: «"The title track's relentless groove began as a group improvisation. It's very raw and very to the point (...) It's like rock & roll 2009"
, says the Edge.»
• - RS-article: «churning, tribal groove and a deadpan chorus; after-dark song"; "one of those tunes, where, Bono says, "we allow our interest in electronic music, in Can, Neu! and Kraftwerk, to come out".»
• - Independent: «the opening title track kicks off with a crunchy, distorted guitar riff from the Edge»
• - tour.de: «booming guitar riff», «slamming bass», «Bono's voice cries, hurts, and only slowly gets more melodic»; «the catchy chorus is a surprise, carried vocally by The Edge»; «in the middle the song is slower", "classic U2 song structures, before it gains more speed again»; «at the end guitar parts that remind of "Lady With The Spinning Head"»; «a dense atmospheric song»; «U2's music in a changed world of sounds»
• - Brunocam: «Characteristic of the U2 song, the epic sense in growing, guitars sometimes quiet, sometimes strident, with Bono singing "I know a girl who's like the sea / I watch her everyday changing for me / Oh yeah." Originally had a very environmental
treatment [provavelmente a versão incluída como faixa-bónus e b-side de "Get On Your Boots"], through the production of Brian Eno, but in the end it became an abrasive rock song.»
• - Sunday Mail: «This opens with a loud sonic drone before Bono sings: "I knew a girl who's like the sea/I watch her changing every day for me". Then Larry's drums kick in and the song lifts off. It could be their best live stadium opener since "Zoo Station".»
• - Perfectly Cromulent: «U2 have been listening to Kings of Leon. Dirty big "The Fly"-like riff tears out of speakers, masses of percussion upfront in the mix. First of several Boy-esque choruses, "Oh-oh-oh-oooooh"! This song is incredibly loud. Phwoar, good start.»


2. "Magnificent"

• - Q-source: «classic U2-isms»; «echoes The Unforgettable Fire's opening track "A Sort Of Homecoming" in its atmospheric sweep»
• - Q-magazine: «slow building anthem with the ambience of The Unforgettable Fire and laced with the wide eyed wonder of U2's earlier albums. Edge here is at his most dynamic. Features the line: "Only love can reset your mind"»
• - RS-source: «"Only love can leave such a mark", Bono roars on what sounds like an instant U2 anthem. Will.i.am has already done what Bono calls "the most extraordinary" remix of the tune»
• - RS-article: «familiarly chiming U2 anthem»
• - Independent: «dancey electro flourishes introduce an atmospheric track with moody leanings»
• - u2tour.de: «begins with loud drums, there are loops and riffs, chasing each other, before Edge's classical guitar sound sets in»; «Bono starts singing his part with the title of the song»; «a very melodical song, perhaps one of the best on the whole album»; «but also one that would have fit on previous U2 albums»; «also new layers of sound and would perhaps still feel fine on Achtung Baby»; «a strong coda finishes the song, which we already know as "Beachclip No. 4".»
• - Brunocam: «One of the songs that promises immediate membership. "Only love can reset your mind" Bono sings, among the environments that lead to the U2 album The Unforgettable Fire, in combination with the most direct route rock of recent albums. There are electronic effects, orchestral arrangements that evoke the period The Joshua Tree and a balance of typical song of love - "I was born to sing for you / I did not have a choice but to lift you up / And sing whatever song you wanted me to / I give you my voice back"
• - Sunday Mail: «A future single choice which more than lives up to its bold title. The Edge's driving guitar gives the song a "New Year's Day"-style mood. Bono is in great form when he sings: "I was born to sing for you/I didn't have a choice but to lift you up". He's dead right because, just two numbers in, the album already has a classic feel.»
• - Perfectly Cromulent: «U2 have been listening to the Killers. Oh wait, only a bit. Stomps along at maybe U2’s quickest ever clip, a neat 4/4 disco rock beat. This is the guitar album they have been banging on about for a decade. Huge riff. Some Real Thingish slide guitar choruses. Is this one of Bono’s God songs? Could definitely be about a woman (very good at that trope now, Bono.) "Only love can leave such a scar". This is incredibly aptly titled, clever U2. Stadium ready "You and I will make a fire!". This will be a single.»


3. "Moment Of Surrender"

• - Q-source: «particular excitement was reserved for»; «a strident seven-minute epic recorded in a single take»; «sounds like a great U2 moment in the spirit of "One"»
• - Q-magazine: «gorgeously melodic 7 minute song that already has the air of the U2 classic about it, with lyrics about dark stars and existential crises: "I did not notice the passers-by / And they did not notice me". Recorded in one take. This album's "One"»
• - RS-source: «this seven-minute-long track is one of the album's most ambitious, merging a The Joshua Tree-style gospel feel with a hypnotically loping bass line and a syncopated beat»
• -RS-article: «astonishing seven-minute»; «was played just one time — the band improvised the version on the album from thin air»
- Billboard: «more experimental fare»; «an electro-leaning track with an Eastern-inspired scale in the chorus, making it one of the weirder U2 tracks in decades.»
• - Independent: «this particular moment of surrender sees a slowing down of the tempo and some delicate, bluesy guitar playing from the Edge»
• - u2tour.de: «among the slowest on the CD»; «dripping beats with an obvious influence from the Fez sessions open the track»; «strings and keyboards take over, before Bono's voice surprisingly shaky begins». «Parts of the song almost remind of the Passengers' experiments»; «(...)until Bono and Edge come to melodical chorus with Falsetto voice support»; «a gloomy mood»; «a much-layered sound carpet»; «Edge has a very expressive, but slow guitar solo in this song»
• - Brunocam: «Promises to be a classic in many concerts in the line of what happens with ballads like "One". Melodic song of seven minutes, starts slow, with lyrics about dark stars and with Bono's voice a little hoarse evoking existential crises - "I myself tied with wire / To let the horses free / Playing with the fire until the fire played with me". The pace and syncope, the blues guitar of The Edge line of low and delicate environment, creating a hypnotic effect general.»
• Sunday Mail: «Bono reckons this is one of the best songs U2 have written - and with their back catalogue, that's saying something. It opens with a guitar sound reminiscent of "Where The Streets Have No Name" and features a great Edge solo. In one of his most personal lyrics, Bono says: "I've been in every black hole / At the altar of the dark star / My body's now a begging bowl / That's begging to get back". A stunning song Springsteen or Dylan would be proud of.»
• Perfectly Cromulent: «A downtempo, Eno-heavy gospel thing, a soul ballad built on a heavy bass figure and prominent, processed drums. Ok, so everything is on fire ("We’ll set ourselves on fire"). Right, U2 own this "Ohoh oh ooh OOHHHH" thing, I got it. "I’ve been down every dark road", I love it when Bono gets existential, this is my favourite Bono mode. Then he’s on his knees in a revery in the street, "I did not notice them, they did not notice me" perhaps the only time Bono has vocalised a desire for anonymity. "ATM machine". Well, we all call them that.»


4. "Unknown Caller"
• - Q-source: «stately»; «was recorded in Fez and opens with the sounds of birdsong taped by Eno during a Moroccan dawn»
• - Q-magazine: «opens with the sound of birdsong recorded live in Fez. A middle eastern flavoured percussion loop drives this tale about a man at the end of his rope, whose phone bizarrely begins texting him random instructions: "Reboot yourself", "Password, enter here", "You're free to go"
Dallas Schoo describes the song as "one of Edge's major solos in his life - you wont hear better than that on any other song»
• - RS-source: «this midtempo track could have fit on All That You Can’t Leave Behind. "The idea is that the narrator is in an altered state, and his phone starts talking to him", says The Edge»
• - Independent: «more intricate guitar fretwork that builds into a mid-tempo rocker featuring an organ and one of the album's lushest productions»
• - u2tour.de: «Bird, electrical noise and keyboards guide "Unknown Caller" on». «The song has exciting breaks in the sound structure, somewhere it always comes back to the classic U2 sound, before it comes consistently interrupted»; «almost the entire track sung in two voices». «In the chorus sings Bono "Restart and reboot yourself" and brings one of the key points, the lyrics may be the concept of the album: "I was lost between the midnight and the dawning"». «Edge with another strong guitar solo and Bono singing "Escape yourself and gravity."». «This song is known as "Beachclip No. 1"»
• - Brunocam: «It is one of the songs where Bono is in a fictional role, someone in an altered state that is faced with a phone that speech. On the sound could belong to All That You Can’t Leave Behind, the half-time pace, silky, with light body and The Edge to leave its mark in an intricate guitar break.»
• Sunday Mail: «An epic with double-tracked vocals, wailing Edge guitar and pounding Adam bass. It's a musical feast with so much going on it's initially tough to take it all in. In the chant-style chorus Bono sings: "Hear me / Cease to speak / That I may speak / Shush now". If nothing else, that's got to be another first for U2 - a pop song with "Shush" in the lyric.»
• Perfectly Cromulent: «Birds? A Morroccan drone. Guitar figure sounds a lot like… "Walk On"? Is this about someone getting mugged? Some kind of tech nightmare, "You know your password, key it in". Something about making it out alive. "3:33 in the morning and the numbers dropped off the clockface" (Here I have double underlined, love this. I am glad Bono uses concrete imagery). Urgent sounding church organ, a horn section (whoa). First-ever instance of double tracked lead vocals. Double the Bono! "Escape yourself and gravity"[Será a hora 3:33 uma referência ao versículo J33-3, presente na capa de 'All That You Can't Leave Behind'?]

5. "I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight"

• - Q-source: «straight up pop»; «the track Will.I.Am was taking a pass at»
• - Q-magazine: «upbeat pop track with distinct echoes of 60's era Phil Spector, particularly the moment when its chorus disappears into a wash of reverb. Centres around the line: "I'll go crazy If I dont go crazy tonight"»
• - RS-source: «It's kind of like this album's "Beautiful Day" — it has that kind of joy to it» Bono says. «With the refrain "I know I'll go crazy / If I don't go crazy tonight", it's the band's most unabashed pop tune since "Sweetest Thing".»
• - Billboard: «classic U2 rocker»
• - Independent: «chiming guitar intro, a rousing Bono falsetto and the lyric, "Every generation has a chance to change the world"
• - u2tour.de: «one of the shorter songs of the album. The sound is taken from Larry's drums, Edge comes with catchy guitar parts»; «quiet song sections before Larry comes back powerfully forward». «In the central part of it sometimes reminds a little of the atmosphere in "Sometimes You Can t make it on your own", while the end of the song sounds a lot like "Ultraviolet (Light My Way)"-sounds»; «The text of the song is political, Bono sings: "There`s a part of me that wants to riot" and later "Every generation gets a chance to change the world"». «Would also be a possible second or third single»
• - Brunocam: «As the title suggests, is one of the most daytime, and markedly festival pop along the lines of classics like "Beautiful Day", with some echoes, reverberations, refrain effective ("I'll go crazy if i do not go crazy tonight"), guitars and falsetto loose from Bono to proclaim "Every generation gets a chance to change the world"
• Sunday Mail: «Thumping drums, pulsing bass and piano get this potential single off the launch pad. Musically, it has all the trademarks of a U2 classic with another soaring Bono vocal and great "Woo-oo" hook on the chorus.»
• Perfectly Cromulent: «Awesome in spite of immensely stupid title. Bono hits crazy high notes in chorus. Is this song addressed to anyone in particular? A party girl who longs for a quiet life, but we want her to perform, part of us wants her to go crazy! She’s a rainbow! Leave her alone. A Beatlesque guitar figure, building a very sweet, pop melody and into a rousing "Baby, baby, baby" chorus. Will absolutely kill live, "I think I’ll go crazy if I don’t go crazy tonight!" Stomping again. Good good.»


6. "Get On Your Boots"

• - Q-source: «among other instantly striking tracks»; «a heaving electro-rocker that may mark the destination point the band had been seeking on Pop»
• - Q-magazine: «formerly titled "Sexy Boots", this demented electro grunge employs a proto-rock’n'roll riff, but propelled into the future, with a hip-hop twist in the middle. Features Bono in flirtacious, self depreciating mode: "I dont wanna talk about wars between nations"
• - RS-source: «the likely first single, this blazing, fuzzed-out rocker picks up where "Vertigo" left of». «"It started just with me playing and Larry drumming", the Edge recalls - "And we took it from there"»
• - RS-article: «with a furry monster of a fuzz-guitar riff»; «power chords that, per Bono, echo the Damned's "New Rose"»; «verses that share a rhythm with "Subterranean Homesick Blues"; and a chorus that mixes whimsy and ardor: "Get on your boots / Sexy boots / You don't know how beautiful you are"». «"150 beats per minute, three minutes, the fastest song we've ever played", Bono says, playing the tune at deafening volume in an airy studio lounge after dinner. "We're not really ready for adult-contemporary just yet".»
• - Alan Cross in his "twitter"-blog I: «expected to be heard on the radio within ten days, maybe sooner»; «a lot of electronic sounds»; «Larry plays some kind of electronic drums too»; «Bono rhymes "submarine" with "gasoline"»; «the original title was "Sexy Boots", then it was "Get Your Boots On", now it's "Get On Your Boots”.»
• - Alan Cross in his "twitter"-blog II: «some new sounds, that could only come from an Eno/Lanois production»; «left me with a feeling similar to what I experienced when I heard "The Fly" for the first time»; «not a back-to-basics guitar/bass/drums track like "Vertigo" or even "Beautiful Day"; there’s some definite sonic evolution going on here»; «it does rock (no ballad)»; «Bono manages to rhyme "submarine" with "gasoline"»; «there’s a portion of the melody that somehow reminds me of the cadence of the verses in Elvis Costello’s "Pump It Up", but as I write this, I’m not completely sure»; «part of the song reminded me of… something else»; «Did I like it? I didn’t hate it — but I need to hear it more before I really make up my mind about what I think about… anything to do with the song»; «filled with far more subtleties and complexities that anyone can hear with one listen»
• - skott100: «opens with a drum fill, not unlike "Young Folks" by Peter, Bjorn & John»; «signature riff is muscular and catchy in the "Vertigo" vein, with a rapid fire vocal pattern»; «Alan Cross compared the verses to "Pump It Up" by Elvis Costello, and I can't say I disagree with that. It's evocative but I wouldn't call it a rip-off»; «chorus goes all middle-eastern with Bono singing "You don't know how beautiful you are"»; «half-tempo breakdown/bridge with a processed drum loop... like John Bonham playing on a Massive Attack song before the song lurches back into the main riff for another verse and chorus»; «feels like a dense 7 minute epic crammed into about 3 and a half minutes»; «most striking are the drums»; «never heard so many layers of rhythm on a U2 song»; «a lot of very processed drums (I thought of Kasabian at one point and N*E*R*D* at another) and loops going on, coming in and out of the mix»; «at points it goes back to traditional sounding drums for emphasis»; «extremely tasteful, but complex enough to make my head spin»; «this is not U2 by the numbers»; «not a "return to form" or "back to basics"»; «this is, what the kids like to call, some OTHER shit»; «the 21st Century version of U2»; «hey aren't looking back to their own catalog for inspiration anymore, if this song is any indication»
• - Dave Fanning: «the "Vertigo" of the album - although a completely different kind of song»; «it’s very U2»; «a big song with lots of layers but not overproduced»; «great track»
• - Daniel Lanois: «a hell of a groove»; «some of the sounds were provided by The Edge himself. The main guitar parts»; «some nice bits of processing in there, there is a a little sound that sort of scoots by, like a high speed sound effect, that’s one that was born through the process of studio manipulation, and it’s one that stuck»; «a nice interesting mixture of technology and hand-played drums»; «there is a separate track that features kind of a bass drum loop that we did of Larry, and it runs along side of the main kit and is featured in certain sections of it»; «the marriage of hand-played and the electro combination»
• - u2tour.de: «fits perfectly in the album's flow»; «awakens new life while providing a little musical recreation»; «not quite as dense and complex in structure as the previous tracks»
• Brunocam: «It is the single in advance, the subject most virulent of the whole disc and one of the most powerful and fastest-ever of the quartet, mixed strident guitar rock & roll, and a synthetic elements that Bono shouted: "Get on your boots / Sexy boots / You do not know how beautiful you are"
• Perfectly Cromulent: «Here’s the Elvis Costello song. This is so damn catchy. The tried and tested U2 trick of a lead single not really indicative of the rest of the album. Still love that glam rock riff.»


7. "Stand Up Comedy"

• - Q-source: «swaggering»; «wherein U2 get in touch with their, hitherto unheard, funky selves - albeit propelled by some coruscating Edge guitar work, a signature feature of a number of the tracks»; «home to the knowing Bono lyric, "Stand up to rock stars / Napoleon is in high heels / Be careful of small men with big ideas"
• - Q-magazine: «rousing groove-based rocker with shades of Led Zep and Cream. Edge mentions that they're trying to keep "Stand Up" in a rough state and not overproduce it by putting it through Pro-Tools which cleans up imperfections»
• - RS-source: «another hard rock tune, powered by an unexpectedly slinky groove and a riff that lands between the Beatles' "Come Together" and Led Zep's "Heartbreaker". Edge recently hung out with Jimmy Page and Jack White for the upcoming documentary It Might Get Loud, and their penchant for blues-based rock rubbed off: "I was just fascinated with seeing how Jimmy played those riffs so simply, and with Jack as well", he says»
• - RS-article: «the words, which he keeps revising, have an almost hip-hop-like cadence: "Stand up, 'cause you can't sit down (...) Stop helping God across the road like a little old lady (...) Come on, you people, stand up for your love"; «"We haven't quite gotten this right, and I'm the problem", Bono says of the tune, which is called "Stand Up Comedy" — at least for the moment. "Tomorrow it will have new lyrics".»; «the groove is slinkier than anything U2 have done in years.»
• - Dave Fanning: "the nearest thing they’ve ever done to Led Zeppelin"
• - Independent: «grungy pop with strident drumming from Larry Mullen»
• - u2tour.de: «A song that shows the influence of the sessions of The Edge, together with guitarist Jack White and Jimi Page for the film It Might Get Loud had. "Stand Up Comedy" seems like straight from the 70s and could also fit on the soundtrack to Across The Universe. A very rock, a catchy number, has all, a single needs. Here is finally The Edge on fire.»
• - Brunocam: «Another rocker, noisy and powerful. Bono pulls the voice, but it's the guitar that dominates. The fact that The Edge has participated in a documentary with Jimmy Page (Led Zeppelin) seems to have left marks, so the guitar evokes the Zeppelin of other times. To the original title - "Stand up", alluding to the humanist movement The Stand Up and Take Action Against Poverty - was added "comedy" and listening to the song it is perceived why, what seems to be a moment of self-irony of Bono: "On a voyage of discovery stand up to rock stars, Napoleon is in high heels / Josephine, be careful of small men with big ideas".»
• Sunday Mail: «This proves the group are huge Led Zeppelin fans because Edge's guitar riff has a real Jimmy Page feel. In terms of being musically adventurous, it's not for the faint-hearted and definitely up there with "Exit" from The Joshua Tree in 1987.»
• Perfectly Cromulent: «Dreading this, the worst of the superbad titles. Then, huge Led Zepplin riff, into Stone Roses groove. Most Achtung Baby-like track, big celebratory rock song, amazingly good. We’re at a peace rally, "Stand up for your love". A big crunchy bass line and McCartney-infused melodies. "Stand up to rock stars". A pattern emerges: the worse the title, the better the song.»


8. "Fez -- Being Born"

• - Billboard: «more experimental fare»
• - Independent: «on first listen, easily the album's most adventurous and challenging track with ambient synthy hooks»
• - u2tour.de: «The first minute, only electronic set pieces to hear»; «a phone ringing, a sample from "Get On Your Boots" - until then, the actual song starts». «Edge's guitar classic, keyboards set, before Bono's voice only restless, then to fast beats, melodically intervenes»; «partial U2 sound here unconsumed and crude as the early 80s on their first singles»; «in the middle part sound synthetic and almost reminiscent of Depeche Mode»; «But the guitar is the direction, Bono with few vocals»
• - Brunocam: «The African experience - recorded in Fez, Morocco - is the subject, one of the best and most adventurous. "Six o'clock on the autoroute / Burning rubber, burning chrome / Boy of Cadiz and ferry home / Atlantic sea cut glass / African Sun at last" Bono launches, through a compact sound architecture. It is perhaps the one that best summarizes the album, combining the spirit of direct rock and recent rib adventurous 90s.»

• Perfectly Cromulent:
«Sounds like a crowded marketplace, phones are ringing. Recycles "(...)Boots'" "let me in the sound", underwater. Eno all over. Flat out, exceedingly weird. Blips and noise, Passengers return. Ok, new song. A militaristic shuffle propels uptempo rock. No discernible hook but instead weaves a sound, layers of keyboard and chiming notes. Many voiced chorus. Eno totally out there.»

• - If it is identical with the working title track "Tripoli", we do know more: -
• - Q-magazine: «Bono talks about a song called "Tripoli", which is a guy on a motorcycle, a Moraccan french cop, who’s going AWOL. He drives though France and Spain down to this village outside of Cadiz where you can actually see the fires of Africa burning»
• - RS-source: «this strikingly experimental song lurches between disparate styles, including near-operatic choral music, Zooropa-style electronics, and churning arena rock»
• RS-article: «ambitious possible album opener, which violently lurches between different sections»; «after-dark song»; «one of those tunes, where, Bono says, "we allow our interest in electronic music, in Can, Neu! and Kraftwerk, to come out".»


9. "White As Snow"

• - identical with the working title track "Winter" (white snow = winter), so we do know more about it.
• - Q-source: «featuring a fine Bono lyric about a soldier in an unspecified war zone, surrounded by a deceptively simple rhythm track and an evocative string arrangement courtesy of Eno»
• - Q-magazine: «6 minute ballad. Echoes of Simon & Garfunkel in this poignant, acoustic string laden ballad about a soldier in the snow of Afghanistan. Will appear in the new film Brothers starring Tobey Maguire about the emotional fallout of the war. Edge on backing vocals with Bono for "Winter".»
• RS-article: «lovely discarded ballad»
• - Independent: «a stark, stripped back and striking tune with imploring vocals»
• - u2tour.de: «This quiet and short track leads almost the end of the album»; «starts with an atmospheric electronic noise, through which the sound of a soulful acoustic guitar sets»; «it is expected formally supporting the voice of Johnny Cash, but Bono is using his voice here similarly intense». «The song is about forgiveness and how your own brother can become a stranger to you». «Musically reminiscent in parts of "Springhill Mining Disaster"»
• Brunocam: «Atmospheric acoustic ballad, about a soldier lost in snow in Afghanistan. "Where I came from there were no hills at all / The land was flat, straight highway and the wider / My brother and i would drive for hours" recalls Bono, travel by the mind of a soldier lost in their memories, in an epic track.»
• Perfectly Cromulent: «Piano playing a lullaby. Spare, Johnny Cash guitar. This is what "The Wanderer" might have been like had he recorded it. Intro sounds like the Necks. Bono does Nick Cave. A murder ballad: "My brother and I would drive for hours" / "The water was icy, the road refuses strangers"/ "They were hunting in the woods". Hypnotically slow narration. I can see this rapidly becoming one of my favourite ever U2 songs. Like nothing they’ve ever done. Please make a bare-bones country album one day.»


10. "Breathe"

• - Q-source: «particular excitement was reserved for»; «still a work in progress»; «Eno suggests, this is potentially both the best song the band had written and that he had worked on»
• - Q-magazine: «Arabic cello gives way to joyful chorus. Brian Eno says this is U2's best ever song. It's 8pm and Eno, Bono and Will.i.am are on Olympic Studio 1 writing a cello part for a song called "Breathe" that U2 - a touch ambitiously - are only beginning to record in ths final fortnight, never mind mix – the singer belts out a rollicking vocal featuring door-to-door salesman, a cockatoo and a chorus that begins "Step out into the street, sing your heart out"
• - RS-article: «tweaks on his computer what he [The Edge] estimates to be the 80th incarnation»
• - Independent: «starts off with a trip-hop beat and cello playing before transforming into an all-out rocker»
• - u2tour.de: «booming drums open this song»; «Bono on the fast»; «only the chorus is like a U2 classic»; «a dense and intense sound experience, which recalls carefully "Until The End Of The World"»; «the song is known "Beachclip No. 2".»
• - Brunocam: «Eastern slow start with allusions to the level of the arrangements, but then there is a growing continuum of intensity, what is the favorite song of producer Brian Eno. It is indicative of a more complex disc - each song integrates various dynamics - that his two predecessors.»
• Perfectly Cromulent: «Wacky time signature (16/9?) band and Bono come crashing in, Bono is trying to out Dylan with free-form rapid fire choruses. Time straightens out into massively catchy 3/4 chorus ("Walk out, into the street/ Sing your heart, see my heart out"). Huge guitar line, Achtung Baby x Joshua Tree. Strings and piano join, Bono reaching his upper register in an unabashedly uplifting chorus up there with U2’s best melodies. I wish this would go forever. I can see Bono belting this with his face up to the sky and that beatific grin, as 60,000 people join in. Crazy if this isn’t a single.»

11. "Cedars Of Lebanon"

• - Q-magazine: «Daniel Lanois instigated closer that finds Bono imagining himself as a weary, lovelorn war correspondent squeezing complicated lives into a simple headline». «Ends with the possibly telling line "Choose your enemies carefully cos they will define you"
• - RS-source: «"On this album, you can feel what is going on in the world at the window, scratching at the windowpane", says Bono, who sings this atmospheric ballad from the point of view of a war correspondent»
• - Independent: «a reflective parting glass for album number 12, finishing on the line, "Choose your enemies carefully because they will define you"
• - u2tour.de: «gloomy keyboards, backed by minimalist lead guitar playing the last song on the album»; «Bono speaks more than he sings and acts very dominant on this track. Drip-end beats and a strong bass line reminding of "If You Were That Velvet Dress". Bono sings from the perspective of a war reporter in Lebanon and the recurring line "Return the call to home" sounds like a distant, electronic noise»
• - Brunocam: «Bono wears the role of a war correspondent for atmospheric evocation not far from songs like "With or without you". The tone is confessional, the reflective verses end: "Choose your enemies carefully 'cos they will define you / Make them interesting 'cos in some ways they will mind you / They're not there in the beginning but when your story ends / Gonna last with you longer than your friend"
• - Sunday Mail: «Bono almost speaks his vocal over a more hymnal, hypnotic backing which leads to a beautiful, almost choral, hook. Some atmospheric Edge guitar creeps in and builds the mood. This song is so good you don't want it to end. A fitting finale to a classic U2 album.»

• - Perfectly Cromulent: «Bono is in deep-talking sexy mode, like "If You Wear That Velvet Dress". Bluesy keys and guitar build a very sombre mood, this album is ending on a heavy, downbeat note as the best U2 albums always have (even heavier than "Wake Up Dead Man"/"Love is Blindness" which are equally a little like being hit in the head with a shovel.) A war correspondent recalls a litany of shit and his now disjointed senses, but "The shitty world sometimes produces a rose" bringing small note of stubborn optimism. Bono neatly slays the entire profession of journalism: "The best of us are masters of compression". Yikes. Definitively proves crap title equals killer track rule.»


//TRÊS: Uma das coisas que reparei em todas as reviews é a ocorrência em diversas vezes da ideia de “call/calling” (bem como de telefones em “Fez – Being Born” ou de cantos de pássaros como vocativo), havendo até uma canção intitulada “Unknown Caller”. Significado disso?
Saberemos daqui a menos de um mês.

A duração do álbum é de cerca de 57 minutos e algumas versões especiais fecham com uma segunda versão (mais atmosférica e mais lenta) da faixa-título de abertura, "No Line On The Horizon".


//QUATRO: [An analytical summary of NLOTH from the journalist's view, with the tunes in a casual running-order: A) First the Q-source from November visiting the Olympic Studios and a private session with Bono ...
B) The Q-magazine snippets, that might capture nearly the same period than the first source and might have the same roots as contribution for Q's special ...
C) The RS-review of the tracks from early December (with the wrong date, 22nd January, but claiming to be part of the 7th January issue!!!)
D) The current RS-article (07-Jan-2009), that was obviosuly written on the same occasion as the RS-review. This article confirms our impression here in the forum, that the time, Q and RS visited U2, the work was far from finished. One consequence: At least in parts the known album tracks are 'only' working titles; to create a tracklist for NLOTH out of this, is pure speculation. “We're at the point where half the album is done, and half the album is in a state where anything can happen — and probably will” – says the Edge and thus, this is all we know here on the board regarding the different tunes...
E) The detailed (and officially by the mangement allowed?) Alan Cross statements and impressions on the new single "Get On Your Boots", who's yet to be the first known to us journalist, who obviously has listened to the track (Twitter / alancross).
F) The 2nd detailed review of the single by skott100 (I got on "Boots" this morning! (Single review))
G) Including the official tracklist, confirmed by u2.com and new descriptions by billboard.com
H) Dave Fanning's reviews
I) Daniel Lanois in an interview with Alan Cross
J) "Independent article", that refers to the album's playback in Dublin on St. Stephen's Greeen (29-Jan-09)
K) The review on "www.u2tour.de" (in rough translation from German in English), that unfortunately doesn't tell us much more about the album's themes & lyrics, but at least about the sounds. The reviewer wants to confirm: "Fez" is NOT "Tripoli"! – which might be true or not. I don't believe the source on u2tour.de, instead I do think "Fez" is identical with "Tripoli" (the 'Cadiz', 'landscape', 'journey'-theme is so striking and it would be strange, if U2 had written two 'experimental' tunes with the same topic. So I left the descriptions for "Tripoli" in ...)
L) A reviewer's translation from Brunocam, that gives us more insight in the lyrics
M) Sunday Mail and Perfectly Cromulent.]