sexta-feira, 29 de maio de 2009

10 RAZÕES PELAS QUAIS OS GAYS NÃO DEVERIAM NUNCA CASAR (e muito menos adoptar)

A propósito do lançamento do MPI no próximo domingo, já começou de novo a celeuma e o disparar de disparates e de manifestações de ignorância e de medo (pânico) irracional relativamente a esta temática.

Assim sendo, vou transcrever um texto jocoso (em inglês) que encontrei no facebook, gozando e imitando a postura dos indivíduos que mencionei na anterior frase. Riam-se e reflictam sobre isto.

01) Being gay is not natural. Real people always reject unnatural things like eyeglasses, polyester, and air conditioning.

02) Gay marriage will encourage people to be gay, in the same way that hanging around tall people will make you tall.

03) Legalizing gay marriage will open the door to all kinds of crazy behavior. People may even wish to marry their pets because a dog has legal standing and can sign a marriage contract.

04) Straight marriage has been around a long time and hasn't changed at all; women are still property, blacks still can't marry whites, and divorce is still illegal.

05) Straight marriage will be less meaningful if gay marriage were allowed; the sanctity of Britany Spears' 55-hour just-for-fun marriage would be destroyed.

06) Straight marriages are valid because they produce children. Gay couples, infertile couples, and old people shouldn't be allowed to marry because our orphanages aren't full yet, and the world needs more children.

07) Obviously gay parents will raise gay children, since straight parents only raise straight children.

08) Gay marriage is not supported by religion. In a theocracy like ours, the values of one religion are imposed on the entire country. That's why we have only one religion in the country.

09) Children can never succeed without a male and a female role model at home. That's why we as a society expressly forbid single parents to raise children.

10) Gay marriage will change the foundation of society; we could never adapt to new social norms. Just like we haven't adapted to cars, the service-sector economy, or longer life spans.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mamalhoa & Cia.

Para acabar a semana em beleza e entrar no fim-de-semana, deixo uns poucos de vídeos de personificações da soberba Maria Rueff. São simplesmente hilariantes... Disfrutem!

Ana Mamalhoa


Arquivo da RTP


Evangelizar


Couviflor

quinta-feira, 14 de maio de 2009

APLAUSOS! (A)O NOVO PARADIGMA




Foi com imensa satisfação e orgulho que li/vi as notícias relativas à reacção de José António Pinto, Ministro da Cultura, face à lei antipirataria promulgada recentemente em França, que permite sanções e privação da utilização da internet a pessoas que façam downloads ilegais.
Ora, para quem anda desatento, ontem José António Pinto condenou esta lei e afirmou que, num Estado de Direito como Portugal, seria inadmissível que se colocassem "vigias" nas pessoas e que lhes fosse castrado o acesso e o direito à informação (no fundo, para quem não é burro, é o que as suas afirmações significam).

É mais do que óbvio que muito rapidamente vieram logo as Marias Ofendidas [leia-se: chupistas das indústrias audiovisuais e respectivos "advogados de defesa" como o MAPiNET ou a ACAPOR (a AFP e o Tozé Brito também não hão-de tardar - vai uma aposta?) e artistas-paus-mandados, ou artistas que fazem bastante dinheiro com as vendas físicas ou com os contratos pré-estabelecedos que prevêm essas mesmas vendas, cujo panorama no estrangeiro costuma ser exactamente igual] acusar o representante da pasta da Cultura de estar meio ché-ché, de ser ignorante face à situação e tinha que vir o cliché tuguês do «Demita-se!».
O ridículo é atingido quando uma das Marias Ofendidas, a Maria MAPiNET, diz não descartar a hipótese de acusar formalmente o Ministro de incitar a prática criminosa com as suas declarações.

Há uns tempos atrás teci uma analogia que considero que volta a fazer sentido...
Em escalas e contextos completamente distintos, a postura e as afirmações dos chupis... **cough cough** representantes das indústrias audiovisuais é em tudo igual à da Igreja Católica quando confrontada com uma mudança de paradigma tão grande que põe em causa a sua existência institucional.


MUDANÇA DE PARADIGMA

Na minha opinião, esta é a expressão-chave que está na origem desta celeuma e que, determina facilmente quem tem razão e quem não tem.

Gostem os chupistas ou não, foi precisamente isto que aconteceu: uma mudança de paradigma, tão brusca e virulenta que não possível ser prevista nem controlada.

Gostem os chupistas ou não, a internet tornou-se a uma velocidade violenta o media de maior importância cultural a quase todos os níveis da vida social e ALTEROU PARA SEMPRE a forma de acesso à informação. Mais, alterou de forma profunda, formas de contacto humano. Mais ainda... a internet mudou, na civilização da aldeia global, a disposição hierárquica da forma e estruturação de pensamento (todos os que estão a ler esta artigo passaram de encadeamentos ideias na vertical - como os nossos pais e avós - para a disposição de pensamento e de manifestações do intelecto em separadores na horizontal... tal como num computador).

Que marcas é que estas manifestações culturais violentas significam?
Tendo em conta que estamos a falar de cultura (mais especificamente, da sua representação sob forma audiovisual), significa sobretudo que a democratização do acesso à informação - que é o porta-estandarte do projecto global - também mudou para sempre as formas de, não só de acesso, bem como da distribuição, de apresentação, de disposição da cultura e das formas de representação cultural... e até mesmo a forma de manifestação artística, principalmente nos campos que remetem imediatamente para o audiovisual, que é o que está em causa.

Significa ainda que, dada a violência - e virulência - da implementação deste novo paradigma nas sociedades, este processo em marcha NÃO PODE SER PARADO. Para as Marias Ofendidas que ainda não enxergaram: isto significa que não será com a promulgação de leis ofensivas e de carácter opressor e totalitário que vão conseguir pôr travão no combóio. Portanto, essas birras não vão valer de nada.

Os meus aplausos ao Ministro da Cultura não são por ele ter comparado o acesso à cultura a achar dinheiro no chão - analogia algo despropositada, já agora. Ora, o Ministro da Cultura não é parvo nenhum e já percebeu há algum tempo - bem como o que está implícito no projecto legislativo do Governo de Sócrates (por muito mau que seja, por muito que não se tenha cumprido e por muito magalhanizado e trapalhão que ficará para a História) as vantagens deste processo e de terem apanhado o combóio a tempo.

O vilão da estória não está, portanto, escondido nos "ladrões" de filmes de álbuns de forma "ilegal". O vilão é a própria indústria que está completamente viciada, minada de artimanhas que não favorecem em nada o artista (ao contrário do discurso que apregoam que mais falacioso não podia ser) e muito menos o consumidor. O vilão é a indústria que coloca um PVP ao público, às vezes superior em 400% ao "preço de fábrica", para pagar uma ninharia aos artistas, para pagar a publishers e marketeers, para pagar a distrubuidoras e às FNAC's para que estas possam pôr um eurito ou dois por cada unidade vendida e, claro, para enriquecer um pouco os cofres, sobretudo das grandes multinacionais e dos respectivos CEO's e administradores. E é precisamente o vilão que o Maestro Vitorino de Almeida, Tozé Brito, Pacman, Toy, João Gil, Luís Represas ou a Mariza estão a defender no contexto nacional. Mas tendo em conta que são artistas com carreiras consolidadas, boas relações com as respectivas editoras e que já ganham algum com royalties (ainda que em Portugal isso não seja nada, comparado com a indústria fonográfica britânica, por exemplo), não é difícil de perceber porque é que estão a vender o peixe do Diabo.

A tónica da questão, no fundo, é óbvia e a solução do problema é mais simples do que parece. E eu também já falei disso noutros "sítios".
É a indústria audiovisual que tem de decidir no meio de um dilema. Tem duas hipóteses: ou pára de espernear e aceita de uma vez por todas que o modelo que vigorava e onde podia reinar a bel-prazer acabou e mudou para sempre; ou decide continuar a choramingar e vai continuando a ser vencida por este contexto, morrendo aos poucos, como já vem acontecendo. As Marias Ofendidas parecem preferir a segunda hipótese, mas o problema é delas.
E as Marias Ofendidas respondem-me: «O problema não é só nosso, é também das pessoas que serão despedidas com o declínio da indústria».
E a mim caberá retorquir: «Se se convencerem de que esta indústria pode continuar a existir de acordo com as regras do novo paradigma, isso talvez não aconteça. Esta não será a primeira nem a última indústria/instituição a ter que sacrificar os recursos humanos por mudanças bruscas no panorama. Caso contrário, sempre podem usar o argumento da tão famigerada crise».

Compete aos representantes da indústria convencerem-se de uma vez por todas de que não estamos na década de 1920, em que têm lucros milionários à custa de gravações básicas de cantores e músicos de blues que eram então tão fáceis de explorar...

domingo, 10 de maio de 2009

O Senhor Extraterrestre



Estou viciado nesta canção!
A primeira vez que ouvi falar dela foi quando me falaram da capa do single, que tem o desenho de uns OVNI's. E eu pensei cá para mim: «o que é que OVNI's e extraterrestres têm a ver com a Amália?»

Mais tarde descobri que é um tema escrito por Carlos Paião (só podia!) e que a Dona Amália gravou em 1982. É uma canção bastante atípica para aquilo que estamos habituados da Amália, especialmente na parte lírica. Mas a letra está tão bem escrita, é tão engraçada e inteligente, e a Amália está com um ar tão... "divertido" neste vídeo da Grande Noite do Fado de 1982, que achei que seria um crime se não partilhasse isto com vocês.
Disfrutem!...







O Senhor Extraterrestre

Vou contar-vos um história
que não me sai da memória,
foi p'ra mim uma vitória
nesta era espacial.
Noutro dia estremeci
quando abri a porta e vi
um grandessíssimo ovni
pousado no meu quintal.
Fui logo bater à porta,
veio uma figura torta,
eu disse: se não se importa
poderia ir-se embora,
tenho esta roupa a secar
e ainda se vai sujar
se essa coisa aí ficar
a deitar fumo p'ra fora.
E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá o botãozinho
e pôde contar-me então
que tinha sido multado
por o terem apanhado
sem carta de condução.

O senhor desculpe lá,
não quero passar por má,
pois você onde está
não me adianta nem me atrasa.
O pior é que a vizinha
que parece que adivinha
quando vir que estou sozinha
com um estranho em minha casa.
Mas já que está aí de pé
venha tomar um café,
faz-me pena, pois você
nem tem cara de ser mau
e eu queria saber também
se na terra donde vem
não conhece lá ninguém
que me arranje bacalhau.
E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho,
disse para me pôr a pau,
pois na terra donde vinha
nem há cheiro de sardinha
quanto mais de bacalhau.

Conte agora novidades:
É casado? Tem saudades?
Já tem filhos? De que idades?
Só um? A quem é que sai?
Tem retratos com certeza,
mostre lá? Ai que riqueza,
não é mesmo uma beleza,
tão verdinho? sai ao pai.
Já está de chaves na mão?
Vai voltar p'ro avião?
Espere, que já ali estão
umas sandes p'ra viagem
e vista também aquela
camisinha de flanela
p'ra quando abrir a janela
não se constipar co'a aragem.
E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho
e pôde-me então dizer
que quer que eu vá visitá-lo,
que acha graça quando eu falo
ou ao menos p'ra escrever.

E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse "pi",
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho
só p'ra dizer: "Deus lhe pague".
Eu dei-lhe um copo de vinho
e lá foi no seu caminho
que era um pouco em ziguezague.

sábado, 9 de maio de 2009

Amália... Hoje?



Com a meditização que teve, e tendo em conta o nome para o qual reporta, não foi difícil ao projecto Amália Hoje chegar ao primeiro lugar da tabela nacional de vendas.

Contudo, já voltei a ouvir estas novas versões, continuo a não gostar do disco e dificilmente mudarei a opinião.
Não acredito que o problema deste meu "desgosto" consista estilo da Sónia ou do Fernando, dos quais até gosto bastante. O problema começa e acaba logo com a abordagem que se escolheu para homenagear uma artista como a Amália - com todas as implicaturas que isso tem.

Sim, os novos arranjos são interessantes ("profissionais", vá...), as performances idem, mas continuo a ter a opinião de que quando se pega num género (do mais folk que pode existir) como o fado, há que ter muito cuidado com as (re)interpretações que se lhe fazem para não desvirtuar demasiado a essência do que foi originalmente concebido. No Amália Hoje isso não foi obviamente isso em conta, e isso torna-se óbvio, mesmo que gostemos das canções e do que estamos a ouvir. Por mim, só por isso fica a perder. Do meu ponto de vista, descaracterizou em excesso precisamente aquilo que torna aquelas canções interessantes, e em algumas, quase que se limitaram a fazer hipotéticos covers da Amália com um "estilo The Gift".

Apartir do momento em que alguns dos integrantes do projecto dizem em entrevistas que apenas conheciam o trabalho de Amália de forma superficial e que não o ouviam muito, está tudo estragado à partida.
Se não conhecem a "essência Amália" (que não é exactamente igual do que conhecer a essência do Fado - cá estão as implicaturas, algumas delas de ordem cultural, e logo, do ponto de vista da concepção artística), o que é foram fazer para um estúdio com aquelas canções? Brincar aos tributos? Aos experimentalismos?
Nuno Gonçalves quis as guitarras portuguesas de fora. Okay, aceitável. Mas as guitarras portuguesas atribuem uma determinada textura e força ao fado e, nomeadamente, às canções de Amália. E onde é que está o elemento de substituição para essas texturas? É que a parte orquestral não está a fazê-lo... Também não consigo entender o porquê de ter alterado visivelmente as melodias (e respectivas progressões melódicas) de alguns desses temas.
Não acredito que teria sido com versões de pop alternativa (que é o que os The Gift representam) e com arranjos orquestrais bonitos acoplados que se safam...

Há canções, há melodias, e há catálogos de artistas que são tão poderosos, tão épicos, tão únicos e tão intemporais que, de tão actuais que sempre serão, não precisam que lhes façamos updates ou reinvenções rebuscadas. A Amália é um desses casos mais óbvios.

Sim, o fado é popular, mas "ser popular", Hoje, já não significa forçosamente "ser pop"!
...E no Amália Hoje essa permissa foi ignorada.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

"Magnificent" - o vídeo

E, finalmente (!), foi desvendado o vídeo para o segundo single de No Line On The Horizon, "Magnificent". Da autoria de Alex Courtes (que também fez o anterior "Get On Your Boots", bem como "Vertigo" e "City Of Blinding Lights"), o vídeo foi rodado na cidade de Fez, em Marrocos, onde a banda gravou o álbum. A catedral onde a banda toca é precisamente aquela onde decorreram as sessões de gravação e de composição. Já o castelo com uma extensa muralha e murada não é novo para a banda, já que também uma das imagens de fundo do vídeo para "Mysterious Ways" (1991).
Tem um trabalho de fotografia agradável, mas esperava bem melhor para a ilustração da melhor faixa do álbum.

Aqui fica o video.

Já agora deixo o comentário relativo à promoção do mais recente disco dos U2 que tem sido... paupérrima.
Escolheram um primeiro single de curta duração com um riff catchy, mas que alterna em demasiadas estruturas e que não é radiofriendly, "Get On Your Boots". Não houve um anúncio de televisão em horário nobre nos principais mercados, nem a associação a outros patrocinadores - no How To Dismantle An Atomic Bomb houve a parceria (abusiva, quase) à Apple, por exemplo. Como consequência, "Get On Your Boots" conseguiu chegar ao Top 40 americano e aguentar-se bem nas tabelas de rock, mas não foi além do #12 no Reino Unido (posição mais fraca de um single da banda desde If God Will Send His Angels" em 1997).
Para ajudar à festa, apesar de terem escolhido a melhor e mais bem recebida canção do álbum para segundo single (o que deixava antever uma estratégia idêntica à do Achtung Baby em 1991, com "Mysterious Ways" a tomar o lugar de porta-estandarte que "The Fly" não conseguiu) - "Magnificent", demoram 2 meses e meio a gravar um videoclipe mediano e a pôr o single a rodar nas rádios oficialmente. Para terminar, em vez de apostarem numa boa forma de apelar à compra - física ou digital - do single, optam por continuar a senda dos b-sides de merda (é este mesmo o termo) que não interessam a ninguém. Não seria extremamente atractivo, escolher "Winter" como b-side e oferecê-la ou comprá-la juntamente com a "Magnificent" a €1, por exemplo?
Uma vez mais, como consequência, "Magnificent" já atingiu o seu pico no Hot 100 americano (no #79), já teve posições de destaque nas tabelas rock mesmo sem lançamento oficial (exclusivamente com airplay) e... agora que se decidiram a lançar o single, a canção já começou a fase descendente nas tabelas.

Boa!...