Ontem foi chumbada a proposta de 35 mil milhões de dólares para auxiliar os três grandes americanos - General Motors, Chrysler e Ford. O senado recuou na aprovação da proposta por causa da pressão dos sindicatos em recusar ligeiro decréscimo salários e manter as regalias e luxos que as empresas americanas são obrigadas a oferecer aos trabalhadores e ex-trabalhadores. Se o Estado norte-americano tivesse aprovado este plano, passaria a deter a maior parte das acções destes construtores o que significava que estavam... nacionalizados.
Custa-me a acreditar, por isso, que senado e sindicatos prefiram o cenário que aí vem do que a salvação da indústria que garantir-lhes-ia o futuro.
Apesar da situação do grupo Ford não ser famosa, a casa-mãe disse não ter (por enquanto) problemas de liquidez - muito graças à performance da Ford Europa. Já a GM e a Chrysler afirmam não terem liquidez suficiente para se aguentarem nos próximos meses. A Chrysler diz mesmo que não sabe se aguenta até ao final do primeiro trimestre de 2009.
O que é que isto significa?
Se a Chrysler e (principalmente) a GM falirem... será o caos. Harry Reid, chefe da maioria democrata, prevê o desemprego para milhões (não milhares, atenção!) de pessoas nos Estados Unidos.
Volto a chamar à atenção para o caso de a General Motors (ou/e a Ford) falirem... será o início de uma gravíssima depressão económica à escala mundial.
Enquanto isso, correm rumores e mais rumores pelos corredores da imprensa.
A GM quer desfazer-se da Saab e a Ford da Volvo. Ambas suecas, o governo sueco já afirmou disponibilizar 28 mil milhões de coroas suecas (2,64 mil milhões de euros) numa espécie de linha de crédito para a Saab e para a Volvo e nacionalizá-las por período indeterminado enquanto novos investidores não surgirem. Cá por mim, preferia ver a Saab e a Volvo juntas numa aliança como a PSA (Peugeo-Citroën) ou a franco-nipónica de Carlos Ghosn (Renault-Nissan).
Aqui pelo sul da Europa, o CEO da Fiat, Sergio Marchionne, disse que é urgente a fusão ou aliança do Grupo Fiat (Alfa Romeo, Fiat, Lancia, Maserati, Iveco, Ferrari) a outro grande construtor, no prazo de dois anos, para poder sobreviver. Recorde-se que a Fiat esteve à beira da falência entre 2002 e 2005 e que, depois de uma parceria desastrosa com a GM, os lucros espantosos dos últimos três anos ainda não garantiram um futuro risonho aos italianos. Segundo a previsão de Marchionne, apenas 6 grandes construtores irão sobreviver ao actual panorama.
Todos os quase todos os construtores de automóveis mundiais estão no vermelho e as vendas caem a pique... até na China! A Toyota que vinha crescendo fulgorosamente e ameaçando a GM no primeiro lugar, apresentará prejuízos, pela primeira vez em muitos anos, em 2008.
O final da telenovela não de afigura muito feliz, mas vamos aguardar pelos próximos episódios e esperar que nós também não sejamos afectados. Por cá, José Sócrates continua a fazer acreditar que está tudo bem...
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