sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Depressão: resultado do ciclo de Kondratieff ou de um ciclo hegemónico?


No início desta década já se falava da palavra "crise" um pouco por todo o Mundo, mas sempre me pareceu que era apenas paleio e nunca vi muita acção para contrariar esse processo por parte dos governos e das empresas.
Depois do susto que o Mundo apanhou há algumas semanas - e muita razão têm alguns filósofos do séc. XIX e XX ao afirmar que a Humanidade só consegue agir e reagir sobre pressão e, principalmente, depois de um acontecimento traumático - o bichinho deixou de se armar em macaco e reconhece que existem realmente problemas que podem ser apenas o rastilho de mais um grande período de crise.

Na minha opinião de leigo, o rastilho só agora foi acendido e não há de faltar muito até rebentar.
O sistema capitalista já provou ser falível - como todos os outros sistemas criados pelo Homem - e o mundo adepto desta ideologia prepara-se para caír porque o capitalismo (principalmente o seu "lado de personalidade" selvagem) minou-se a ele mesmo e prepara-se para ruír através do desmoronar dos seus pilares de sustentação, um a um. Foi o que aconteceu com os anteriores sistemas e este não será excepção. Foi criado pelo Homem, lembram-se?

Atrás da ruína deste sistema e das ideologias adjacentes, virão atrás inúmeros outros valores em jeito de arrastão. Não só a economia vai ceder, mas o elástico ideologico irá rebentar (tal como aconteceu em todos os períodos de depressão, em que as instituições mais dogmáticas tomam de assalto o trono da liberdade ideológica). A liberdade de expressão e o empowering de determinadas minorias irá regredir e ser asfixiado num ápice, nessa altura.

A maior parte dos Chefes-de-Estado e de líderes dos governos (bem como experts em política económica) tendem a desdramatizar e a afirmar que esta crise é superável e que os mecanismos desenvolvidos com base em situações anteriores dão conta do recado.
Eu discordo. As anteriores crises e depressões aconteceram simplesmente porque corroeram pontos que esses mecanismos não previam. É o que vai acontecer.

Intrinsecamente relacionado com esta temática, encalhei, há alguns dias num texto extremamente interessante e importante para esclarecer algumas dúvidas. É um pouco técnico, mas muito acessível.
É um texto escrito por Immanuel Wallerstein, mas aqui traduzido por Luís Leiria e roubado ao Esquerda.net. Eu encontrei-o no blogue 5dias.net.:

«Começou uma depressão. Os jornalistas ainda estão timidamente a perguntar aos economistas se podemos ou não estar a entrar numa mera recessão. Não acreditem nem por um minuto. Já estamos no início de uma completa depressão mundial, com desemprego extensivo em quase todo o lado.

Pode assumir a forma de uma deflação nominal clássica, com todas as suas consequências negativas para as pessoas comuns. Ou pode tomar outra forma, um pouco menos provável, de inflação galopante, que é apenas uma outra forma de deflacionar valores, e que é ainda pior para as pessoas comuns.

Claro que todos estão a perguntar o que desencadeou esta depressão. Foram os derivados, que Warren Buffett chamou de “armas financeiras de destruição maciça”? Ou foram as hipotecas subprime? Ou são os especuladores do petróleo? Trata-se de um jogo sem qualquer importância real. É prestar atenção à poeira, como dizia Fernand Braudel acerca dos eventos de curta duração. Se queremos entender o que está a acontecer, é preciso olhar para duas outras temporalidades, que são muito mais reveladoras. Uma é a dos ciclos de média duração. E a outra é a das tendências estruturais de longa duração.

A economia-mundo capitalista teve, por pelo menos algumas centenas de anos, duas formas principais de ondas cíclicas. Uma é a dos chamados ciclos de Kondratieff, que historicamente tinham uma duração de 50-60 anos. E a outra é a dos ciclos hegemónicos, que são muito mais longos.

Em termos de ciclos hegemónicos, os Estados Unidos eram um ascendente candidato à hegemonia em 1873, conquistaram o pleno domínio hegemónico em 1945, e têm vindo a declinar lentamente desde os anos 70. As loucuras de George W. Bush transformaram um lento declínio numa queda precipitada. E, por agora, já estamos longe de qualquer aparência de hegemonia dos EUA. Entrámos, como normalmente acontece, num mundo multipolar. Os Estados Unidos permanecem uma forte potência, talvez ainda a mais forte, mas vão continuar o declínio relativo às outras potências nas próximas décadas. Não há muito o que se possa fazer para mudar isto.

Os ciclos Kondratieff têm uma periodicidade diferente. O mundo saiu da última fase B de Kondratieff em 1945, e entrou na mais forte subida de fase A da história do moderno sistema-mundo. Chegou ao seu ponto mais alto cerca de 1967-73 e começou a descer. Esta fase B durou muito mais tempo que todas as anteriores, e ainda estamos nela.

As características de uma fase B de Kondratieff são bem conhecidas e correspondem ao que a economia-mundo tem vindo a atravessar desde os anos 70. As taxas de lucro das actividades produtivas diminuem, especialmente nos tipos de produção que foram mais lucrativos. Consequentemente, os capitalistas que desejam obter realmente altos níveis de lucro, viram-se para a arena financeira, envolvendo-se no que basicamente é especulação. As actividades produtivas, para não se tornarem demasiado pouco lucrativas, tendem a transferir-se de zonas centrais para outras partes do sistema-mundo, trocando baixos custos de transacção por custos mais baixos com o pessoal. Este é o mecanismo que fez desaparecer os empregos de Detroit, de Essen e de Nagoya, ao mesmo tempo que se expandem as fábricas na China, na Índia e no Brasil.

Quanto às bolhas especulativas, sempre há quem faça muito dinheiro com elas. Mas as bolhas especulativas sempre estouram, mais tarde ou mais cedo. Se perguntarmos por que esta fase B de Kondratieff durou tanto tempo, é porque os poderes reais - o Tesouro dos EUA e a Reserva Federal, o Fundo Monetário Internacional e os seus colaboradores na Europa ocidental e no Japão - intervieram no mercado com regularidade e importância para sustentar a economia-mundo: 1987 (queda das bolsas), 1989 (colapso das poupanças e empréstimos nos Estados Unidos), 1997 (queda financeira da Ásia Oriental), 1998 (má gestão do Long Term Capital Management), 2001-2002 (Enron). Aprenderam as lições das anteriores fases B de Kondratieff, e os poderes reais pensaram que podiam derrotar o sistema. Mas há limites intrínsecos para fazê-lo. E atingimo-los agora, como estão a aprender Henry Paulson e Ben Bernanke, para seu desconsolo e provavelmente espanto. Desta vez não vai ser tão fácil, provavelmente impossível, evitar o pior.

No passado, quando uma depressão executava a sua devastação, a economia-mundo recuperava de novo, na base de inovações que podiam ser quase monopolizadas por algum tempo. Assim, quando se diz que a Bolsa de Valores vai-se levantar de novo, isto é o que se pensa que vai acontecer, desta vez, como no passado, depois de todos os estragos que foram feitos às populações mundiais. E talvez aconteça, dentro de alguns anos.

Há porém algo novo que pode interferir com este belo padrão cíclico que sustentou o sistema capitalista durante cerca de 500 anos. As tendências estruturais podem interferir com os padrões cíclicos. As características estruturais básicas do capitalismo como sistema-mundo operam de acordo com certas regras que podem ser desenhadas num gráfico como um equilíbrio ascendente. O problema, como em todos os equilíbrios estruturais de todos os sistemas, é que ao longo do tempo as curvas tendem a afastar-se do equilíbrio e torna-se impossível equilibrá-las de volta.

O que levou o sistema tão longe do equilíbrio? Muito brevemente, é porque durante 500 anos os três custos básicos da produção capitalista - pessoal, inputs e impostos - subiram constantemente como percentagem dos possíveis preços de venda, de tal forma que hoje tornam impossível obter os grandes lucros da produção quase monopolizada que sempre tem sido a base da acumulação significativa do capital. Não é porque o capitalismo esteja a falhar no que faz melhor. É precisamente porque fez tão bem, que acabou por minar a base da futura acumulação.

Que acontece quando chegamos a um tal ponto em que o sistema se bifurca (na linguagem dos estudos de complexidade)? As consequências imediatas são uma alta turbulência caótica, que pela qual o nosso sistema-mundo está a passar neste momento e que vai continuar a atravessar durante talvez outros 20-50 anos. À medida em que cada um empurra para qualquer direcção que considera ser aquela que é imediatamente melhor para ele, uma nova ordem vai emergir do caos, tomando um de dois caminhos alternativos e muito diferentes.

Podemos afirmar com confiança que o actual sistema não pode sobreviver. O que não podemos prever é que nova ordem será escolhida para substituir esta, porque será o resultado de uma infinidade de pressões individuais. Mas, mais tarde ou mais cedo, será instalado um novo sistema. Não será um sistema capitalista, mas pode ser muito pior (mesmo mais polarizador e hierarquizado), ou muito melhor (relativamente democrático e relativamente igualitário) que este sistema. A escolha de um novo sistema é a maior luta política mundial dos nossos tempos.

Quanto às nossas perspectivas imediatas e interinas de curta duração, é claro o que está a acontecer em todo o lado. Estamos a caminho de um mundo proteccionista (esqueçam a chamada globalização). Estamos no caminho de uma ingerência muito mais directa do governo na produção. Mesmo os Estados Unidos e a Grã-Bretanha estão a nacionalizar parcialmente os bancos e as grandes indústrias moribundas. Estamos a caminho de uma redistribuição populista, dirigida pelos governos, que pode assumir formas social-democratas de centro-esquerda ou autoritárias de extrema-direita. E estamos a caminho de conflitos sociais agudos no interior dos Estados, em que todos competem pela torta menor. Na curta duração, a imagem não é, nem de longe, bonita.»

Immanuel Wallerstein

15/10/2008

Tradução de Luis Leiria

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

U2 três-em-um: Said Taghmaoui, "Stand Up" e Live Nation


Dos irlandeses U2 surge publico este artigo tripartido, tendo em conta as três recentes informações.

Live Nation dá $40M à banda

O gigante produtor de eventos Live Nation, "deu" aos U2 cerca de 40 milhões de dólares no âmbito do contrato assinado com a empresa, há cerca de um ano.
Recorde-se que diversos nomes de peso da indústria discográfica (como Jay-Z, Shakira, Nickelback ou... Madonna!) "mudaram-se de armas e bagagens" das editoras em que estavam para a Live Nation.
Recordo também que, com os U2, o caso é algo diferente. Os U2 renovaram a parceria com a Live Nation relativamente às digressões (a Live Nation está com os U2 desde a Popmart Tour, 1997) e mudaram a parte de merchandising e dos direitos do nome para esta empresa. Contudo, o repertório discográfico e o catálogo da banda continua a pertencer a um gigante editorial, a banda continuará a gravar para a Universal.


Said Taghmaoui nos próximos videoclipes dos U2

O actor Said Taghmaoui vai entrar em TODOS os videoclipes relacionados com o próximo álbum dos U2, previsto para o primeiro trimestre de 2009. Poderá este actor ser o "motared" protagonista do videoclip que foi rodado em França e dirigido por Anton Corbijn. Apenas ninguém sabe para que canção é o vídeo.

Para quem não sabe quem é, Said Taghmaoui é um actor francês - filho de marroquinos - que ficou conhecido na série Lost ou no filme Wanted.

O que é que isto tem de especial?
O próximo álbum dos U2 começou por ser composto em... Marrocos, mais precisamente, na cidade de Fez! Bono fez diversas referências às possíveis influências da música arábica e do Norte de África nas canções que aí virão. Referiu ainda o facto da cultura desta região ser uma espécie de transição entre o Mundo Ocidental e (maioritariamente) Católico e o Mundo Oriental e (maioritariamente) Islâmico.

Quererá isto dizer que o próximo álbum dos U2 será um "álbum conceptual" e que os videoclipes do próximo disco serão a sequência uns dos outros?
Esperar para ver...


Bono escreve canção inspirada no activismo político

Bono afirmou ao telefone de Los Angeles, para uma entrevista na rádio, que escreveu uma canção inspirada na campanha Stand Up And Take Action, que moveu milhões de pessoas contra a pobreza extrema.
Bono diz que a canção "Stand Up" «não é sobre darmos todos as mãos para o Mundo ser um lugar melhor, mas sim, sobre fechar a porta da nossa hipocrisia».

Esta declaração confirma a afirmação de que a banda adiou o álbum por alguns meses porque continua a compôr (e a reescrever) canções.

Judas Priest, Megadeth e Testament em Portugal


É isso mesmo! Três das mais importantes e mediáticas bandas metal do Mundo vão actuar no Pavilhão Atlântico no dia 17 de Março, no âmbito da Priest Tour, em que as três bandas actuam juntas em digressão.

Os bilhetes foram hoje colocados à venda, mas apenas estão disponíveis no site espanhol Breakpoint. Custam entre os 28 e os 36 €uros.

P.S: Rob Halford (líder dos Judas Priest) na foto... porque é que acham que o escolhi a ele?

Áustria: líder da extrema-direita homossexual



Stefen Petzner, 27 anos, actual líder do BZO (Aliança para o Futuro da Áustria), revelou numa entrevista à rádio ORF que o antigo líder do partido, Jorg Haider, 58 anos, era homossexual e que ambos mantinham uma relação que ia além de uma mera amizade.
Esta notícia está a chocar a camada conservadora do país pois, o BZO é um partido da extrema-direita.
Petzner declarou na mesma entrevista que Haider era “o homem da sua vida”.

Responsáveis do partido BZO tentaram impedir que a entrevista fosse emitida, mas a empresa que gere a rádio não permitiu a censura e pôs o programa com estas afirmações no ar.

Recorde-se que Haider faleceu recentemente vítima de acidente de viação e que os testes provaram que conduzia sob o efeito de álcool.
Todas estas declarações vieram contrariar a imagem que Haider passava, a de um homem de família que bebia moderadamente.

Rumores dão conta de que Petzner havia discutido com Haider por, supostamente, tê-lo visto acompanhado por um jovem desconhecido numa festa de celebridades num bar gay em Klagenfurt.

Jorg Haider, apesar de associado à extrema-direita da Áustria, nunca negou ou confirmou os rumores relativos às sua sexualidade. Por outro lado, Haider era conhecido por “rodear-se” de rapazes elegantes e fisicamente atractivos aquando das suas acções políticas, facto que causou controvérsia tendo em conta o movimento ideológico do partido.

Como resultado das suas declarações, Petzner foi ontem demitido da posição de líder do partido.

sábado, 18 de outubro de 2008

Britney Spears regressa ao topo da tabela americana


Britney Spears regressou ao número 1 ta mais importante tabela americana da indústria discográfica com o seu mais recente single "Womanizer". A entertainer prepara-se para lançar um novo álbum no próximo dia 2 de Dezembro (esua data de aniversário) denominado Circus.

O vídeoclip de "Womanizer" ainda não saíu em rodagem massiva na televisão, mas já bateu o recorde de videoclipe promocional a uma canção mais visto de sempre no Youtube.

A curiosidade de "Womanizer" ter atingido o topo da Billboard Hot 100 reside no facto deste ser o primeiro número 1 de Britney nesta tabela desde... "...Baby One More Time", precisamente, o seu primeiro single, lançado em 1999. Britney Spears pode ser um dos nomes mais mediáticos desta década, mas é muito difícil nos dias de hoje conseguir uma boa classificação nesta tabela, dada a competitividade e devido à alteração das regras (ridículas) para efeitos de contagem.

Britney Spears prepara-se ainda para entrar em digressão no próximo ano, de forma a promover Circus e o seu anterior álbum (que fez agora um ano de lançamento) Blackout.
Trata-se de um dos regressos mais bem sucedidos dos últimos anos se tivermos em conta as adversidades e controvérsias pessoas nas quais a entertainer viu-se envolvida.

Kia Soul está a chegar





Aproxima-se o lançamento nacional do novo modelo da Kia, o Soul. Enquanto isso, o modelo antecipado por três diferentes protótipos está a ser lançado nos principais mercados europeus.

Baseado na plataforma do Huyndai i20 (novo sucessor do actual Getz), o Soul pretende ser uma alternativa aos restantes modelos do segmento B, bem como dos monovolumes derivados - como o Nissan Note, o Renault Modus, o Fiat Idea ou o novo Toyota Urban Cruiser, com quem vai concorrer directamente.

O Kia Soul parece um mini-SUV, mas é apenas um crossover para quem quer ser diferente da restante "maralha". Não tem tracção às 4 rodas (tem apenas às rodas dianteiras), mas vem equipado com alguns dos mais modernos motores do Grupo Hyundai - no qual a Kia está inserida - como o 1.6 CRDi com 115 cavalos.

Este pequeno crossover é, no fundo, a interpretação que a Nissan fez com o Qashqai no segmento C, mas aqui aplicada ao segmento B. A Kia reclama que o seu pequeno Soul é, na verdade, ainda mais espaçoso no interior do que o arqui-rival da Nissan.

Estima-se que esteja disponível por cerca de €14500 na versão base.

Em Portugal (onde o status é o mais importante que um automóvel pode oferecer), duvido que faça sucesso porque cá, a Kia ainda é "marca de pobre", mas este Kia Soul tem todas as condições para ser um sucesso ainda maior do que aquele que o Kia Cee'd está a ser na Europa.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Renault - Kangoo Bebop e veículos eléctricos




Do construtor francês, para além da apresentação e breve comercialização da terceira geração Mégane - disponível em versões berlina de 5 portas e coupé, há outras duas notícias.

Kangoo Bebop

O destaque vai para a versão curta da segunda geração Kangoo, designada... Kangoo Bebop. O actual Kangoo é baseado na estrutura do Renault Scénic. O que é que a Renault fez? Pegou na versão "normal" do seu veículo multiusos e... encurtou-o... no espaço disponível entre as rodas, quando visto de perfil. Retirou-lhe as portas laterais deslizantes, deu-lhe um novo portão traseiro e fez com que o tejadilho e o vidro traseiro se tornassem escamoteáveis, tornando este Kangoo numa espécie de... comercial-monovolume-crossover-descapotável.

Soa estranho? É mesmo para soar estranho. Com apenas quatro lugares e uma distância entre-eixos mais curta que a de um Twingo (!), o Kangoo Bebop é um autêntico carrinho de brincar que pretende dar vida e destacar-se por completo do parque automóvel que o rodeia. É, sem dúvida, um carro para quem não quer ser igual aos outros e que teima em ser diferente.

Automóveis eléctricos

Segundo a agência noticiosa Reuters, a Renault anunciou que espera vender entre 20 mil e 40 mil veículos eléctricos em 2011 e que pretende chegar aos 100 mil no ano seguinte.

Consta que o primeiro automóvel 100% eléctrico do construtor francês está a ser desenvolvido com base na versão sedan da nova geração Mégane e que irá chamar-se Fluence, tal como o protótipo que antecipou as linhas do também recente Laguna Coupé, há alguns anos.

Recorde-se que este projecto está a ser desenvolvido com a parceira nipónica Nissan e que alguns modelos já estão a ser testados, nomeadamente, em Israel - um dos países com os quais a Renault-Nissan estabeleceu acordo para a implementação de veículos com esta tecnologia. Os outros países que acordaram com a dupla de construtores foram Portugal, Espanha, Dinamarca e Japão.

Coldplay: "Prospekt's March" e "Lost"


Tal como havia sido oficialmente anunciado, os Coldplay vão lançar no dia 19 de Novembro um EP, Prospekt's March, que reúne sobras e algumas novas versões do último álbum de originais - Viva La Vida or Death And All His Friends.
O alinhamento do EP é o seguinte:

  1. "Life In Technicolor II"
  2. "Postcards From Far Away"
  3. "Glass Of Water"
  4. "Rainy Day"
  5. "Prospekt's March / Poppyfields"
  6. "Lost+" (with Jay-Z)
  7. "Lovers In Japan" (Osaka Sun mix)
  8. "Now My Feet Won't Touch The Ground"

Deste alinhamento, "Life In Technicolor" (cuja versão original tem pouca ou nenhuma letra, e há ainda uma versão idêntica chamada "The Escapist" ambas incluídas no álbum lançado em Junho), "Lost" e "Lovers in Japan" já eram conhecidas do
Viva La Vida or Death And All His Friends - se bem que em diferentes versões. A última faixa deste EP já havia sido tocada ao vivo algumas vezes.
A capa deste
Prospekt's March segue a linha da capa do álbum de que deriva, tendo a banda optado, uma vez mais, por um dos trabalhos de Eugène Delacroix.

Como forma de promoção a este lançamento, será ainda lançada como single promocional a canção "Lost", disponível com as quatro versões diferentes da do álbum ("Lost!"):
  1. "Lost?" - versão "despida" apenas com Chris Martin e um piano
  2. "Lost-" - instrumental idêntico à versão do álbum ("Lost!"), mas sem vocais
  3. "Lost@" - performance da canção ao vivo em Chicago, no United Center, gravada a 22 de Julho e que será a base para o videoclip promocional
  4. "Lost+" - nova mixagem da canção que inclui a participação do rapper Jay-Z e que já começou a passar nas rádios.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Oasis, Kaiser Chiefs e Depeche Mode em Portugal



Três das mais populares e reconhecidas bandas britânicas irão actuar em Portugal no próximo ano.

Os primeiros a subir ao palco são os Kaiser Chiefs. O primeiro concerto será no Coliseu do Porto, no dia 31 de Janeiro. No dia seguinte, 1 de Fevereiro, a banda apresentar-se-à no Coliseu de Lisboa.

Depois, será a vez dos Oasis. A banda dos manos Gallagher (sim, porque da formação inicial - os Oasis formaram-se em 1992 - Noel e Liam Gallagher são os sobreviventes) irá actuar no Pavilhão Atlântico no dia de 15 Fevereiro.
Esta digressão surge como suporte ao novo álbum lançado há dias,
Dig Out Your Soul. Contudo, esta não arrancou da melhor forma. Em Toronto, durante uma actuação num festival, um membro do público conseguiu subir ao palco para agredir os elementos da banda, o que levou a um interregno de alguns dias nos concertos agendados.

Para quem não se lembra, esta banda já foi agredida... cá em Portugal, há alguns anos, durante uma actuação num festival com pedras e outros objectos.

Finalmente, no dia 11 de Julho, será a vez dos veteranos Depeche Mode actuarem no Estádio do Bessa, no Porto, no contexto do festival Super Bock Super Rock do Porto. Os 200 bilhetes especiais já esgotaram. Até ao final de 2008, quem comprar bilhete paga €35. Depois disso, o custo encarece em €5.

Os Depeche Mode planeiam lançar o sucessor de
Playing The Angel durante o próximo ano justificando, assim, a nova Tour Of The Universe 2009.

Esta banda britânica, da qual fazem parte Dave Gahan, Martin Gore e Andrew Fletcher, actuou em Portugal, pela última vez em 2005, no Pavilhão Atlântico. Esteve agendado um segundo concerto durante a mesma tournée, Touring The Angel, no Estádio de Alvalade, mas rumores de problemas na organização, levaram a banda a cancelar essa data.

Madonna divorcia-se de Guy Ritchie: será desta?


Segundo os rumores, será dentro de dias que Madonna e o cineasta Guy Ritchie irão anunciar o fim de um casamento de 8 anos. Na base desta decisão deverão estar a oposição por parte de Guy Ritchie relativamente a uma nova adoção. A constante ausência da entertainer - que vai na terceira digressão no espaço de 4 anos - também não terão ajudado.

Consta que Guy Ritchie já terá, inclusive, levado de casa alguns dos seus bens.

Para os mais desatentos, os rumores de divórcio deste casal são constantes. Pelo menos de 6 em 6 meses lá vêm as revistas cor-de-rosa e jornais populares com notícias sobre um suposto divórcio. Será que desta vez... é de vez?

Recordo que este é o segundo casamento de Madonna. O primeiro - bastante conturbado e mediático - foi com o actor Sean Penn, entre 1985 e 1988. Madonna tem, actualmente 3 filhos: Lourdes Maria (12 anos) de uma relação com um PT, Rocco (7 anos) - filho de Guy Ritchie, e David Banda - adoptado de uma família do Malawi, cujo processo foi bastante controverso.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

U2 - Digressão em 2009


Rumores dão conta de que elementos da equipa que acompanha os U2 nas digressões estiveram a assistir a alguns concertos de Marco Borsato, um artista popular holandês. Tudo em nome da tecnologia. Eu passo a explicar...

Esta informação faz sentido se pensarmos que Mark Fisher esteve envolvido na produção das cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008. Quem é Mark Fisher? É tão só um dos principais elementos envolvidos nas digressões da banda irlandesa nos últimos 20 anos.

E perguntam os leitores: o que é que a cerimónia de encerramento dos JO 2008 tem a ver com o espectáculo desse Marco Borsato? Tecnologia, pois claro! Se bem se lembram, as cerimónias do mais importante evento desportivo do Mundo usou e abusou da chamada
teclonogia 3D, que foi usada, pela primeira vez, num evento de tão grande calibre. Marco Borsato utiliza tecnologia muito parecida - em menor escala, claro - à das cerimónias de Pequim.

Para os que não se recordam, os U2 apresentaram ao mundo, duas digressões muito importantes na história da música popular:
  • a Zoo Tv Tour - Estreou em 1992 e durou quase dois anos, prolongando-se até Dezembro de 1993. O Zoo Tv revolucionou a fórmula de concerto pop/rock, ao apresentar um cocktail que mesclava o conceito de concerto rock, com elementos teatrais, com uma imensa parafernália tecnológica que hoje pode parecer obsoleta mas que, em 1992, era inovadora. A Zoo Tv Tour - que viu o Bono surgir sob forma de personagens ou alter-egos: The Fly, Mr. Macphisto, Mirrorball Man - foi, no fundo, e mais do que um concerto rock, uma estação de televisão ambulante que, no meio de canções, apresentava aos estádios por onde passou imagens e mensagens a uma velocidade estonteante. Foi, sobretudo, uma sátira à sociedade de informação e à imersão na pressão que os media exercem sobre nós
  • a Popmart Tour - No fundo, foi um desenvolvimento do conceito que o Zoo Tv apresentou como tubo-de-ensaio. Ao invés de uma estação de televisão ambulante, a Popmart Tour - bem como o ainda hohe criticado álbum Pop - aproximou-se um pouquinho mais do conceito de concerto rock. Tanto o álbum como a digressão foram uma crítica pesada à decadência de valores humanos e, sobretudo, à sociedade de consumo. Mas nem por isso deixou as extravagâncias e os devaneios teatrais de lado. 11 anos depois, a Popmart Tour ainda detém, hoje, o recorde do maior ecrã de projecção numa digressão. Fora o gigantesco ecrã (que ocupava toda a largura do palco e que tinha 38 metros altura), o palco era ainda complementado por um arco (fazendo lembrar o M da MacDonalds), um limão espelhado gigante, entre outros.

Willie Williams - artista plástico que colaora no
stage design dos U2 desde a War Tour em 1983 - referiu em entrevista que colabora no conceito da próxima digressão dos U2 com os elementos da banda há dois anos.

Posto isto... será que a banda irlandesa vai voltar a surpreender o público e a crítica com uma tournée inovadora que volte a romper com os actuais padrões de concerto rock de estádio? Esperemos que sim!

Até lá, os rumores apontam que o álbum seja lançado no primeiro trimestre de 2009. Significa isso, que os burburinhos de que a digressão podia arrancar em Março em Las Vegas podem perfeitamente ser verdadeiros. Os mesmos burburinhos dão conta de que é uma tournée de estádio e que nem os norte-americanos terão direito aos seus (aborrecidíssimos) concertos em arenas e pavilhões.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

S&P alerta: Ford, Chrysler e GM podem ser forçadas a abrir falência


A S&P (índice de bolsa norte-americana) alertou na semana passada que a Ford, o Grupo Chrysler e a General Motors - os três grandes fabricantes de automóveis norte-americanos - podem ser forçados a declarar falência devido ao abrandamento económico.

Este aviso não é, de todo, descabido e faz todo o sentido. Por um lado, se tivermos em conta o estado debilitado da economia e de diversos sectores da indústria norte-americana. Por outro lado, porque estes três grupos vêm apresentando resultados desfavoráveis.

Para isso, façamos uma retrospectiva e algumas previsões e falemos de alguns rumores.

Grupo Chrysler
É o menos importante dos três construtores e abarca marcas como a Chrysler, a Jeep e a Dodge. Pertenceram ao mesmo grupo da Mercedes/Smart até há alguns anos, mas a Daimler decidiu vender 80% destas três marcas americanas a um consórcio. Há muitos anos que qualquer uma destas marcas está descaracterizada e que apresenta resultados negativos.

Ford
O grupo Ford detém actualmente, marcas de diversas origens. Para além das americanas Ford, Lincoln, Mercury (Alguém ouviu falar destas duas? Pois, acho que já nem o americanos se lembram delas...), a Ford é detentora da sueca Volvo (que dá prejuízo desde 2005 por falta de uma gama mais recente e apelativa), da japonesa Mazda (que tem sido arrasada no mercado doméstico, mas que tem feito furor nos
States e na Europa, onde passava despercebida há 15 anos) e vendeu a muito exclusiva britânica Aston Martin recentemente.

A Ford é extremamente simbólica na nossa cultura por causa do modelo T (revolucionário automóvel que iniciou a estandardização da indústria e que faz este ano... 100 anos!), está a passar um mau bocado há muitos anos. Nos anos 90 era o segundo maior construtor mundial atrás da GM. Hoje passou para a 4ª posição. Os resultados no mercado doméstico têm sido devastadores e a ausência de uma gama que se adapte aos gostos dos americanos, que mudaram radicalmente duas ou três vezes em 25 anos, não tem ajudado.
Apenas a Ford Europa (sediada na Alemanha e na Grã-Bretanha) tem lucrado - está de muito boa saúde financeira... e recomenda-se! - aqui pelo Velho Continente. De tal forma, que a Ford americana decidiu que vai começar a comercializar os produtos da filial euroopeia para terras do
Tio Sam.

Correm rumores de que quer vender a Volvo e a Mazda (ou seja, aquelas que causam menos danos e que são mais versáteis, em vez de se livrar da Mercury e da Lincoln).

General Motors
Há quase uma década que a Toyota Motors (Toyota, Lexus, Scion, Dahiatsu...) está coladíssima ao
gigante americano no segundo posto, mas parece que ainda não vai ser em 2008 que a Toyota destornar a GM do primeiro lugar mundial, posição que lhe pertence há mais de 60 anos! Mas não deve faltar muito.

Mas a culpa é do próprio grupo. Na minha opinião, a GM só é o gigante que ainda conhecemos por causa da sua influência, porque o grupo tem tido uma gestão desastrosa na desde o final da década de 60.
O que é um desastre na General Motors? Em primeiro lugar, o imeeeeeeenso espólio de marcas que colecciona e que comercializa pelo Mundo inteiro. A saber: Buick (que os americanos já mal conhecem, mas que tem feito furor... na China), Cadillac (marca de luxo cuja implantação na Europa tem sido mal sucedida, Chevrolet (cuja gama norte/sul-americana não têm nada a ver com os europeia), Daewoo (cujo nome já so existe na Coreia do sul - na Europa os Daewoo existem... mas sob o nome Chevrolet), GMC (US trucks only), Holden (apenas na Oceania e que consiste numa mescla de modelos de várias marcas), Hummer, Pontiac, Saab (a marca sueca
premium que a de quem a GM não quer saber). Depois temos a Opel, a Saturn e a Vauxhall. Basicamente os mesmos modelos. A diferença é que a Opel vende na Europa, a Vauxhall apenas no Reino Unido e a Saturn são os Opel nos Estados Unidos.

Foi suficientemente confuso? Óptimo, era o que eu pretendia.

Resumindo, a GM anda há decadas com a praticar a política do
rebadging/rebranding no Mundo inteiro e com gamas de gosto duvidoso nos diversos mercados mundiais. Por outro lado, possui um sem número (mais de 60) de fábricas espalhadas pelo globo. A ajudar à "festa" tem marcas que só sabem dar prejuízo e com as quais não há volta a dar.

Ainda nesta década, a GM chegou a comprar parte do Grupo Fiat (Fiat, Alfa Romeo, Lancia, Maserati, Ferrari) - que estava quase falido, depois dos disparates dos anos 80 e 90, mas o negócio correu tão mal, que a Fiat "veio-se embora" com uma mega-indeminização.

Recentemente, a GM anunciou o Volt, automóvel que se apoia no novo conceito de híbrido (diferente do Toyota Prius e de outros que são comercializados hoje) que é o futuro dos principais construtores mundiais a curto/médio-prazo, enquanto os carros eléctricos e a hidrogénio não se impõem definitivamente. A GM tem esperança que este novo produto (que irá sofrer de
rebadge e de "n" versões, claro) seja a salvação do grupo.

Aproveito para relembrar que a GM fechou, depois de décadas, a fábrica da Azambuja, onde eram produzidos o Opel Corsa III e o Opel Combo, e foi obrigada a devolver os incentivos que o Estado português ofereceu (pelo menos não foi como a Renault que "pisgou-se" com os incentivos).

O que o futuro lhes guarda e o que nos aguarda a nós

Hoje foi publicada a notícia de que a GM e a Chrysler poderão... fundir-se uma na outra, o que é natural, dado o desespero. A GM também foi perguntar à Ford se não queria ir viver com ela, mas a Ford respondeu prontamente "Não!". Por outro lado, a Chrysler, que anda louca à procura de um parceiro, começou em conversações com os chineses da Chery e também anda em conversações com a Fiat e com a Renault/Nissan.

E se, de facto, estes três gigantes da indústria automóvel declararem falência?
A garantia é que, sendo a Ford e - ainda mais - a GM, duas das empresas mais importantes nos E.U.A. e no Mundo, a falência destes dois irá arrastar com eles milhares e milhares de outras empresas e de outros negócios e investimentos deles dependentes. Poderá significar mais uma acha na fogueira - e das grandes! - para uma crise mundial.